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terça-feira, 20 de julho de 2010

Parecer Erudito IX

PRAIA
Alto voo de nuvens
De ser altivo, faces pasmadas
Das ondas e espuma
Insiste na areia
Sem que ela se consuma

Maviosa canção
Da natureza forma
Emoção
Sentida, volta se torna

E sozinho diante
Pensamento 1ivre, distante
Até sua vida ensejada em mim
Toda onda se desfaz

Espera de sonho de amor
De sentimento
Vindo até a presença
Senhor vivo deste momento
(Dimas de Fonte)


ANIMA
Vem-me aos olhos sentimento
De dentro do coração aflora a fonte
De invasor vencido agora canta o vento
Mostra o quanto é belo o que há adiante

Que de mim sai qual torrente
Riacho limpo, espelho crista1ino
Maior de todos, semente
Mesmo adulto, alegre qual menino

Do peito inflado
Sai a chama vermelho rubra
Do coração eterno calado
Não impede que se encubra

Farol do corpo parece
Acesa luz irradia
Reluz e não desvanece
Por sua causa (E por quem mais seria?)

Meu pensamento
Com o desejo mescla-se ao firmamento
De você perto
Queres ficar comigo, decerto

Então fiquemos a sós
Que somente nossa vontade
Ilumine a cidade
E nada haja contra nós
(Dimas de Fonte)


MARINHA II
Entrevia por mar o horizonte
Por entre a brisa que soprava
Na praia, areia fina que subia
Forçava nos olhos a paisagem

Por sobre o mar, intrépida gaivota
Voa baixo por sobre as ondas
Nos respingos frios a saudade
Do ninho a costa abandonado

De pé ao largo aberto da enseada
Olho ao lado e lá estás
Ao longe sobre a areia à beira d'água
Vou ao seu encontro sem demora

No céu as nuvens brancas
Enormes montanhas bailam ao vento
Como bailarinas ou cisnes
Que sobre um lago calmo evoluem

Um barco ao longe no mar desponta
A vela aberta de contra o vento
Cortando o seio do mar revolto
No silêncio mágico deste momento

Tudo isso compõe o meu universo
Que agora com você
Está completo!
(Dimas de Fonte)

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