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domingo, 11 de julho de 2010

Charles Disco e o Sequestro Misterioso (Capitulo 33)

CAPÍTULO 33
Um estampido ecoa pela propriedade. Passa-se um instante e George cai morto ajoelhado e depois com o rosto contra a terra ainda com a pistola na mão. Em suas costas uma grande mancha de vermelha resultado de um disparo de grosso calibre.
- Virginie! – Grita Disco.
Ao longe a moça empunha uma espingarda de caça.
- Está bem? – Pergunta ela ao aproximar-se e chutar a pistola da mão de George para longe.
- Na medida do possível... Para quem tem um buraco no ombro... Como chegou até aqui?
- Parece que não está contente em me ver...
- Não estaria mais contente se visse um anjo... E olha que eu estive bem perto disso.
- Esse é o nosso homem? O da televisão?
- É. Mas temos que correr... Temos que pegar Jéssica Hammer... – Fala Disco levantando-se com grande esforço.
- Não se preocupe... Já dei cabo dela. Quando estava se preparando para fugir.
- Está morta?
- Não. Só dormindo um pouco.
- Porque desconfiou dela? – Pergunta Disco – Não sabia que estava envolvida... Poderia estar fugindo dos sequestradores...
- Está em todos os jornais... É chamado de “o escândalo da filha pródiga”. Se lesse o que escreveram sobre ela também desconfiaria. O Reverendo Hammer está furioso.
- Escuta... Você não disse que não sabia atirar? – Pergunta ele enquanto anda amparado pela moça olhando a espingarda ainda em sua mão.
- E realmente não sei atirar com aquela pistola, mas eu sou do interior, esqueceu? Sei usar uma espingarda para caçar desde criança. Por sorte encontrei essa embaixo da sua cama.
- Sabe dirigir também?
- Não. Mas o Carlos sabe. Ele te procurou para falar sobre o conserto da pick-up e eu perguntei se poderia me trazer até aqui. Imaginei que estivesse com problemas.
- Onde está ele agora?
- Do lado de fora da propriedade nos esperando. Não quis envolvê-lo diretamente nisso. Poderia ser perigoso.
- Fez bem. Vá até a mansão e chame o Matias. Enquanto isso vou buscar Sheila Monte Verde.
- Pode ir sozinho?
- Não tem problema. Eu aguento.
Virginie o deixa e vai em direção à casa.
Disco volta ao local onde estivera preso e deixara a mulher e bate na porta.
- Sheila!? – Chama ele entreabrindo a porta.
Lá dentro a moça com a sobrinha no colo, aponta a arma de olhos fechados e dispara até esvaziar o pente da arma, vazando a porta totalmente enquanto disco pula de lado.
- Calma, Sheila, Sou eu! Charles Disco
Descontrolada, a mulher começa a chorar com a arma vazia e destravada com a menina em seu colo. Disco entra no aposento e retira a arma das mãos dela.
- Está tudo bem agora. Pode sair e voltar para a casa se quiser. A polícia está a caminho. – Diz ajoelhado ao lado dela.
- E George? – Pergunta enxugando os olhos.
- Morto.
- É uma pena. No fundo eu amava aquele desgraçado.
- Ele não merecia seu amor. Estava apenas te usando.
Sheila sai da casa carregando Anna Carla no colo, enquanto Disco e Virginie amparam Eleonora Kiriaki até chegarem a mansão.
- A polícia está a caminho – Diz Virginie com o telefone na mão.
Eleonora está sentada num sofá na sala e Sheila ao seu lado também sempre, afagando os cabelos da sobrinha em seu colo.
- Agora eu tenho de ir embora, Sheila, - Fala Disco – Como sabe minhas relações com o delegado Matias não são muito boas e ele deve estar a caminho. Em alguns dias entrarei em contato com você para acertarmos meus honorários. Até lá cuide-se bem.
Virginie e Disco saem da casa.
- O ferimento está doendo muito? – Pergunta Virginie enquanto andam para fora.
- Um pouco. Mas é suportável. Com o tempo a gente acaba se acostumando.
Chegam a entrada da propriedade onde o jovem Carlos os espera.
- Olá, senhor Disco. Tudo bem? – Pergunta apreensivo vendo o braço imobilizado em uma tipoia e as manchas de sangue na roupa de disco.
- Nada demais, Carlos. Virginie já deu um jeito de eu não sangrar até morrer. Pode me fazer um favor?
- Claro!
- Siga por esse caminho. – Aponta na direção – Vai encontrar um automóvel. Leve-o de volta para a cidade. As chaves estão escondidas sob o para-lama dianteiro direito e os documentos com o endereço da agência no porta-luvas.
- Mas... E o senhor?
- Não se preocupe. Como estou posso dirigir com segurança até a cidade. E se não puder... eu ensino a Virginie. Ela aprende muito depressa.
- Está bem. – Diz o rapaz afastando-se.
Disco entra no carro de Carlos com dificuldade e Virginie senta-se ao seu lado.
- Temos que ir a um hospital para ver esse ombro.
- Nada disso. Tenho um amigo que é dono de uma clínica na Zona sul. Ele já é especialista em me remendar sem perguntar muito. Podemos passar lá.
- Vamos passar lá!
- Ok. Você é quem manda.
- O carro arranca a avança pela estrada de terra, cruzando com vários carros de polícia passando velozmente em sentido contrário levantando poeira e com as sirenes ligadas.
- Lá vai a cavalaria. - Fala Disco olhando os veículos afastando-se pelo retrovisor – E atrasada como sempre.
- Posso perguntar-lhe uma coisa, Disco?
- O que você quiser.
- Como tem certeza de que Sheila vai lhe pagar o que pedir.
- Primeiro, porque fizemos um trato... Ela me deu carta branca e eu cumpri minha parte. E segundo, Porque se ela não cumprir a parte dela, ou seja, me pagar, seus pesadelos estarão apenas começando. Tudo o que ela passou até agora vai parecer brincadeira de criança.
Assim, o veículo avança pelas sinuosas estradas de terra levando a dupla de aventureiros de volta a cidade e ao encontro de novas aventuras.

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