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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Sobre a Verdade Suprema

A Verdade está além das aparências percebidas pelos sentidos, está além da personalidade. A personalidade é uma ilusão que precisa ser dissipada para que a Verdade brilhe. As pessoas confundem-se com a personalidade, atribuindo grande importância ao prazer e à dor que sentem. Não há outro caminho para a Felicidade Perfeita que não seja o conhecimento da Verdade Suprema. Essa Verdade-Felicidade é sentida quando se aniquilam as sensações e a ilusão do ego. Somente com o pleno discernimento, adquirido pela meditação profunda, é possível distinguir o real do irreal, perceber a dinâmica da vida manifestada e a neutralidade que emana da natureza. Tudo no universo segue seu ritmo natural, sem paixões nem preferências. Apegar-se a algo ou a alguém e preferir isso àquilo é um atributo da personalidade humana. As pessoas tanto se apegam ao prazer como à dor, e cada um se julga pleno de razão para sofrer ou para se deleitar com o mundano.
A ignorância é a fonte de todo mal. Ela surge pela identificação com os sentidos, o relacionamento entre os sentidos e o mundo exterior origina a personalidade e o apego às coisas materiais. Onde está a personalidade não pode haver a Verdade, pois são incompatíveis. Enquanto as pessoas estão inconscientes, enquanto a personalidade encobre o esplendor da essência divina, enquanto se busca a sobrevivência e não a vida, enquanto se procura ter e se esquece de que o sentido da vida é ser, cada um busca afirmar sua verdade pessoal, limitada e mesquinha. O resultado só poderia ser o que se vê: um mundo confuso, cheio de desarmonias, de guerras. E o resultado nem poderia ser outro, pois bilhões de egos querendo afirmar suas pseudoverdades individuais só poderia gerar uma grande conturbação. O mais extraordinário é que as pessoas, diante de tantos erros e quase nenhum acerto, ainda não conseguem admitir a falsidade do ego e da mente. Sabem que "pelo fruto se conhece a árvore". Então, um mundo conturbado só pode ter sido fruto de mentes doentias e desequilibradas. Mas ainda não se rendem, e justificam suas ações criando leis que consideram justas porque agradam seu ego, acreditando que "errar é humano", "ninguém é perfeito", "perdão existe porque existe erro". Eis aí a grande blasfêmia contra a suprema lei do cosmo. O erro não é justificável — é do ego, que é ilusório; e nem a imperfeição nem o perdão existem. Todos os Mestres ensinam que os homens são divinos em essência, como a afirmação do Mestre Jesus: "Sede perfeitos como o Ser é perfeito". O perdão é a negação da lei de causas e efeitos. A naturalidade do erro e a facilidade do perdão foram incentivadas para que a personalidade pudesse justificar-se a si mesma.
A Verdade Suprema não brilhar plenamente onde houver resquícios de Individualidade, onde houver interesse pessoal, onde houver crença na personalidade e nos seus pseudovalores. O ego faz com que as pessoas deixem de perceber a essência divina latente em tudo pari colocarem em primeiro plano seus gostos e desgostos. Brigam por ninharias e gostam muito de que todos prestem atenção em sua felicidade ou em sua dor, ignorando que tudo isso é desprovido de realidade e não passa de uma ilusão, tendo como destino comum a morte.
Há, porém, um caminho que conduz à perfeição, e ele só pode ser trilhado por quem eliminou de si todo egoísmo. Aquele que compreende a Lei Suprema e a cumpre conhece sua verdadeira natureza. Não prejudica aos demais seres, de todos os reinos, e está livre das paixões. Seus gestos e palavras só transmitem consolo e amor supremo, tornando-se, para todos, um exemplo de emancipação espiritual.
SHANTI PREM HARE OM

(Sri Maha Krshina Swami in Sutra Maha Devi Emancipação)