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domingo, 31 de março de 2013

10 Lições de Macho que seu pai não te Ensinou

Compartilharei com você algumas lições que vão te dar um “choque de realidade” e que são capazes de realmente mudar a sua vida, se você assim desejar.

Esclareço logo que: Não tenho a intenção de ensinar a ninguém como viver a própria vida. A única intenção é compartilhar lições importantes sobre compreensão de si e da vida no sentido amplo, e espero que isso venha a servir como uma fonte de inspiração para você.

Acredito honestamente que uma das melhores coisas da vida é saber que sempre podemos nos desenvolver mais e adquirir maior consciência de nós mesmos e assim expandir nossa realidade e percepção. Podemos ser melhores, mas felizes e mais sábios a hora que desejarmos. É apenas questão de escolha.

Cada uma das lições possui um valor único. Os conceitos aqui compartilhados são anotações pessoais, trabalhos de grandes pensadores e consultores de desenvolvimento pessoal e motivação.

“A vida é uma conseqüência das escolhas que fazemos diariamente. A combinação dessas escolhas é que define nossa realidade e influencia nosso modo de lidar com nós mesmos e com o resto do mundo.” – Wlisses Freitas

Abaixo segue as lições, após ler deixe um comentário sobre o que achou se concorda, discorda ou tem algo a acrescentar.

1• Aprenda a ter consciência daquilo que é importante em sua vida e o que não é. Não desperdice seu precioso tempo e energia em coisas que não irão te levar a lugar nenhum. (Não falo de Hobbies, e sim de coisas que não possuem direcionamento). Procure entender o poder de escolha que você tem em sua vida e saiba decidir quais portas abrir e quais fechar e assim quando tomar um caminho erra, serás humilde o suficiente para assumir seu erro e refazer as coisas com cabeça erguida.

2• Não projete sua força ou fraqueza nos outros. Elabore uma lista de todas as pessoas que você admira e as características que você admira nelas. Elabore outra lista com as pessoas que você odeia e coloque nessa lista as características que você menospreza nessas pessoas. Após isso, observe as características que você admira e também as que você menospreza e perceberá que estará olhando num espelho. As características que você deprecia são aquelas que você menos gosta em si, as que você teve/tem. As características que você admira são as que você não está permitindo desenvolver em você. Não projete isso nas outras pessoas, torne-se responsável por isso.

3• Você nem sempre irá conseguir aquilo que quer. Como Mick Jagger disse: "Você nem sempre consegue o que quer, mas se tentar, algumas vezes você encontra o que você precisa." Olhe ao seu redor e aprenda a valorizar tudo que tem em sua vida, aprecie as coisas que você tem agora, sim você pode não ter tudo, mas algumas pessoas não tem nada.

4• Não rebaixe alguém para outra pessoa. Um Homem honrado não tem um comportamento infantil como esse. Se você tem problema com alguém, tome coragem e fale.

5• Sorria, mesmo quando tudo for tristeza. David Deida diz: “A man should lie with a hurting heart rather than a closed one”. Normalmente abraçamos o prazer e nos fechamos para a dor. Isso é um erro, pois “quando a casa cair” e só restar uma dor profunda, abrace-a inteiramente, mantenha o peito aberto. Encare diretamente seu sofrimento, sem medo, sem esperança. Aquele que se fecha para seu sofrimento próprio trava-se também para a alegria, para o êxtase, para o amor e, principalmente, para a dor e sofrimento de sua(s) parceira(s).

6• Valorize seus amigos da mesma forma que eles te valorizam, lute por aqueles que lutarem por ti, reconheça-os e defenda-os quando necessário, mas para aqueles que não fazem o mesmo por você, afaste-se, pois esses não são seus amigos e alguns nem sabem o que é amizade verdadeira.

7• Orgulhe-se de quem você é e de onde veio, pois ninguém é melhor que você e nunca será, pois cada um tem seu valor. Como homem, amigo, irmão, filho, pai e etc, você é e sempre será insubstituível.

8• Jamais compare sua vida ou seu nível de sucesso com outras pessoas, pois você não tem idéia do que eles têm feito e eles não sabem o bem que você faz e o mal que você evita fazer, compare sua vida e sucesso apenas com seu passado, tudo aquilo que já fez e deixou de fazer para chegar onde está hoje.

9• Mostre quem você realmente é sendo honesto com si mesmo e com aqueles que te cercam, não tenha medo de dizer aquilo que DEVE ser dito, aquilo que pensa e aquilo que os outros pensam, mas ninguém tem coragem de falar, mas saiba  expressar-se de modo justo, seja em relacionamentos familiares, relacionamentos amorosos ou amizades, isso é realmente manifestar seu caráter, e acredite as pessoas gostam e irão respeitá-lo ainda mais por isso.

10• Descubra seu propósito de vida e continue nele. Nesse tempo onde a tecnologia reina e com explosão demográfica, opções, possibilidades e escolha são milagres e ao mesmo uma agonia. Estamos vivendo em uma época em que as escolhas são simplesmente infinitas, vários objetivos, metas, influencias externas o tempo todo e isso costuma causar uma confusão mental enorme em nós, pois diante de tantas possibilidades não conseguimos fazer uma escolha e permanecer nela, muitas vezes pensamos: "Nossa! O fulano está fazendo isso, talvez eu devesse seguir esse caminho também..." E mudamos totalmente nosso rumo, por diversas vezes acabamos por nos perder. "O homem que caça dois coelhos não pega nenhum." - Confúcio.

Bônus:
• Não busque aprovação. Quando as pessoas não gostam de você ou de algo que você fez, ao invés de você pensar: “Ah, ok ele(a) não gostou isso é problema dele(a).” Leia, Foda-se. Você provavelmente internaliza um conceito diferente, algo que seria como: “Oh essa pessoa me desaprova, talvez eu não mereça aprovação. Eu sou o tipo de pessoa que as outras pessoas não gostam.” Você generaliza e passa a associar tudo isso como parte da sua identidade, prendendo assim sua existência a um conceito negativo. 


sábado, 30 de março de 2013

A Felicidade Só Existe Como Substantivo



Da série quantas vidas vivendo por aí (2)
Por Ana Souto
“Quer saber? Ele é um ma-ni-pu-la-dor”. Ela cospe as sílabas como pedrinhas no feijão, mas no prato só tem folhinhas de salada e um pedaço de peixe grelhado. A menina tem que sobreviver a um dia a dia hard na dieta light, atendendo dois telefonemas a cada 15 minutos, além de tudo. “Oi, não.. tô jantando com uma amiga, fala.” Eu descobri que tinha ficado velha quando voltei ao Brasil e percebi que o fato das pessoas interromperem a conversa sem a menor cerimônia me deixava com rugas na testa. Ao vivo ou remotamente. Você está lá conversando com alguém e o seu amigo ou do alguém aparece e não vacila: pula entre os interlocutores e começa a falar. Sem contar que praticamente todo mundo interrompe qualquer diálogo pra atender ao celular. “Desculpa, fala, era a minha irmã, ela está surtada”. Brinco que estamos todos em surto de dependência de comunicação eletrônica. Ela sorri com o olhar vazio, depois parece perceber que tem algo a ver com a máquina da qual não tira os olhos e ameaça uma justificativa. Tudo bem, eu lhe digo, somos mesmo escravos do telefone “Desculpa, fala.” ela diz de olhos baixos, não sei se para pensar no que eu disse ou para não perder a tela do aparelho de vista. Depois me encara e pergunta o que eu acho. Então digo que essa história com seu namorado parece complicada de verdade. Fico sem jeito de confessar que estou pensando em Anna Karenina e Madame Bovary. Só na minha mente doentia uma garota de 23 anos poderia parecer com uma personagem do Século XIX. “Eu acho que você, com a sua experiência pode me ajudar…”. Digo que não é tanta assim, tento ganhar tempo pedindo ao garçom uma tônica com bastante limão e pouco gelo. “Com a minha mãe não dá pra conversar. Ela é daquele jeito, você sabe, uma neurótica”. Digo que é possível gostar de bebidas amargas, quer provar? Ela agradece e leva um pedaço de peixe à boca tão pequeno que não tem de mastigar. Minha mãe, ela quase geme, só se queixa e me critica. As coisas passam, digo a ela, tudo passa, também como um pedido de clemência. Tivesse menos pudor, ia dizer: deixe-me passar sem essa, minha jovem amiga, tudo passa. Mas a aflição dela não quer passar, não antes de fazer a pergunta que me atormenta desde que veio o cardápio. “Você acha que ele me ama?”. Como eu temia, ela quer uma resposta pragmática e direta. Só uma resposta prática interessa. Definitiva?

Acho, em minha cabeça, dezenas de histórias parecidas, ficcionais, vistas e ouvidas. Não, não vou falar das vividas. Acho, minha amiga, que o amor nos tempos de pouco tempo e muita competição, disputa com a paixão o topo no pódio da Maratona de Santa Felicidade. Maratona que não existe porque não há como canonizar um sentimento que são flores ocasionais do caminho e não uma santa para quem se deva acender velas. Acho também que a felicidade, o amor, a paixão só existem como substantivos para dar assunto aos poetas. Acho que na vida mesmo, na carne e nos caminhos, só existem como verbo de práticas, das comunhões do dia a dia: amar, apaixonar, ficar feliz. Todos flexionáveis para o si e para o outro. Todos podendo ser praticados como dança ou como luta. Isso tudo eu simplesmente acho. O que sei é que manipular e manipulador são destas palavras que entram na moda de vez em quando, como os saltos Luiz XV, que nem todo mundo sabe usar. E veja que interessante, minha jovem amiga: é um verbo que, antes de tudo, se aplica ao mundo material. Manipular, diz o meu dicionário mais antigo, é manusear, manejar, preparar manualmente, misturando, certos elementos químicos. Não dá pra imaginar que este verbo pode ter sido criado para indicar a lida de velhos ceramistas e só depois dos alquimistas sonharem a química, adquiriu o sentido que lhe dão as farmácias, hoje em dia? E que o sentido deste verbo, tão bom para descrever a concreta ação das mãos, virou metáfora de humano-sobre-humano só depois que a filosofia saiu das torres de marfim? Sem falar que provavelmente só virou sintoma depois que a psicologia caiu no gosto popular. Será que agora ameaça virar rótulo que se cola às pessoas, como elas fossem frascos na prateleira, aos quais se pode determinar em laboratório com precisão matemática, o que contêm, quanto e de quê?

Ela parece supor na minha hesitação a falta de elementos para responder à pergunta fatal. “Olha só o que ele me disse:”. E prossegue, com seu talento para o teatro e para a contação de histórias, me provendo de farto repertório de diálogos.

Enquanto isto, outro diálogo imaginário se desenvolve na minha cabeça. “Você se lembra daquele livro que lhe indiquei, que falava sobre reificação, a palavra que você não conhecia? Uma pena que você não leu. Ah, eu não tive tempo, mestra… Pois é, mas só podemos trocar ideias sobre o sentido das palavras, quando estamos de acordo quanto a algum significado mínimo comum. Eu queria, neste momento, poder falar com você sobre esta palavra: reificação. Eu acho que seria tão bom se pudéssemos falar de como a vida, que sentimos como nossa e de mais ninguém, se confunde com as dos outros, nos modos de viver que existem, antes mesmo de sabermos dizer mamãe, eu, amor. Eu acho que a gente ia acabar por explorar os muitos sentidos de palavras como amor, eu e mamãe. Eu acho até que íamos nos divertir mais do que falando do que ele-disse-ela-disse, como a se a vida fosse uma telenovela e a medida de todas as coisas fosse o sentido e o ressentido.”

Mas isso tudo eu só pensei e não disse. Porque a menina é jovem e tem direito a não ser importunada por uma velha professora com ideias antiquadas. E porque não quero ser como sua mãe, a criticá-la, e porque às vezes eu também tenho preguiça de enfrentar questões que não têm respostas simples. E talvez aquilo que nela me pareceu preguiça, tenha provocado um mimetismo de letargia, que me impediu de mover a mó da poesia, a ver se podíamos fazer as palavras andarem onde o verbo simples ou composto não alcançam. E veja como às vezes as coisas não são nada simples, minha amiga. Seus gestos seguintes parecem dizer que a única resposta que pude dar a deixou frustrada. Suas atitudes parecem me dizer que talvez não lhe interesse mais nossa amizade, mas continuo solidária a você, pensando nas suas dores, esperando que este não tenha sido o último de nossos jantares, que vamos sarar da falta de tempo, nos encontrar mais vezes, mesmo que seja apenas pelo prazer da companhia, de experimentar esta coisa misteriosa de conviver. Gosto de imaginar que insistiremos em nos ver, mesmo que alguns encontros sejam menos felizes que outros e que eu não tenha nada mais a lhe dizer do que: não sei. Eu quero. Decida se quer e me diga, mas só quando tiver a resposta. E, agora me ocorreu – será que não poderíamos chamar também a esta simples decisão, a prática do amor?

quinta-feira, 28 de março de 2013

Café Pendente

“Entramos em um pequeno café, pedimos e nos sentamos em una mesa. 
Logo entram duas pessoas:
- Cinco cafés. Dois são para nós e três “pendentes”.
Pagam os cinco cafés, bebem seus dois e se vão. Pergunto:
- O que são esses “cafés pendentes”?
E me dizem:
- Espera e vai ver.
Logo vêm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafés – pagam normalmente. Depois de um tempo, vêm três advogados e pedem sete cafés:
- Três são para nós, e quatro “pendentes”.
Pagam por sete, tomam seus três e vão embora. Depois um rapaz pede dois cafés, bebe só um, mas paga pelos dois. Estamos sentados, conversamos e olhamos, através da porta aberta, a praça iluminada pelo sol em frente à cafeteria. De repente, aparece na porta, um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:
- Vocês têm algum “café pendente”?
Esse tipo de caridade, apareceu pela primeira vez em Nápoles. As pessoas pagam antecipadamente o café a alguém que não pode permitir-se ao luxo de uma xícara de café quente. Deixavam também nos estabelecimentos, não só o café, mas também comida. Esse costume ultrapassou as fronteiras da Itália e se difundiu em muitas cidades de todo o mundo.” 

Retirado de: http://gamehall.uol.com.br/ndsbrasil/forum/index.php?showtopic=58350

domingo, 24 de março de 2013

Seis Maneiras de Conseguir Ser Respeitado


Geoffrey James, num artigo para a Inc.com, lembra-nos que o "dinheiro" com que se fazem as transações dentro de uma empresa sã é o respeito. Se você inspira, os outros vão ouvir-lo e agirão quando você precisar. Se não for assim, o mais provável é que todo o mundo irá rir quando você se virar. E acredite não é o seu título ou posição que farão as pessoas rir mais ou menos daquilo que você faz ou diz.

Veja como é simples ganhar o respeito dos demais:

Seja autêntico 
-As pessoas podem dizer-lhe facilmente quando você está forçando a barra, desempenhando um papel que não parece ser o seu. Esta é uma enorme fonte de respeito, certifique-se que você é você mesmo, que está orgulhoso de você e que projeta isso.

Seja curioso 
-Nada inspira mais confiança do que uma pessoa que está disposta a ouvir incondicionalmente. E a confiança anda de mãos dadas com o respeito.

Seja discreto
- Nunca participe em rumores, ou converse de outras pessoas com os seus colegas. A primeira coisa que as pessoas pensarão é que você fará o mesmo com eles. As pessoas tendem a respeitar a discrição através do respeito que darão a determinado indivíduo.

Seja único 
- Especializar-se numa área específica da sua carreira irá mostrar aos outros que você tem um foco preciso e denota compromisso, e compromisso denota respeito.

Ajude sempre que possa 
- Dê alguns minutos por dia para ajudar os outros a alcançar os seus próprios objetivos. Dessa forma, você irá parecer um líder que representa trabalho em equipa e que trabalha para a organização.

Fixe os seus limites 
- Todos sabemos quem são as pessoas que pretendem saber mais do que aquilo que lhes é dito. Crie as suas próprias barreiras e não deixe que NINGUÉM as passe, isso levará a que o respeitem mais do que se você assumisse uma posição de “caçador furtivo”.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Viver Como as Flores




-"Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam".

- "Pois viva como as flores!", advertiu o mestre.

- "Como é viver como as flores?" Perguntou o discípulo.

- "Repare nestas flores", continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim. "Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável,mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas. É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores."

(Autor Desconhecido)

segunda-feira, 18 de março de 2013

Sobre Prestar Atenção


O principal para ti é prestar atenção a todo o momento, estar atento ao que chega a tua mente e ao teu coração.
Reflete sobre estes pensamentos e sentimentos.
Analisa-os.
Tenta controlá-los.
Tenha cuidado com os desejos do teu ego, salda tuas dívidas para com ele.
Tenha consciência, vergonha frente a Deus.
Ele será um bom motivo para estares prudente, vigilante.
Te preocuparás, então, pelo que estás fazendo, dizendo e pensando, e os pensamentos e sentimentos que sejam feios aos olhos de Deus não poderão assentar-se em teu coração.
Teu coração estará assim a salvo de desejar ações que não estejam de acordo com a vontade de Deus.
Valoriza teu tempo, vive o presente.
Não vivas imaginariamente, ou gastes mal o tempo de que dispões.
Deus prescreveu um dever, um ato, um culto para cada momento.
Aprende qual é e apressa-te para fazê-lo.
Primeiro leva a cabo as ações que Ele estabeleceu como obrigatórias.
Logo, realiza o que mandou fazer por meio do exemplo do seu Profeta.
Depois, faça também as ações boas e aceitáveis que Ele deixou para tua livre decisão.
Trabalha para servir aos que estejam necessitados.
Tudo quanto faças, faça-o com o propósito de te aproximares de teu Senhor em teus atos de adoração e nas orações.
Pensa que cada ação possa ser teu último ato, que cada oração possa ser tua última prostação, que possa ser que não tenhas outra oportunidade.
Se o fazes assim, terás um novo motivo para manter-se vigilante e, também, para chegar a ser sincero e verdadeiro.
Deus valoriza menos as boas ações feitas inconscientemente e sem sinceridade, que as realizadas consciente e sinceramente.

(Ibn' Arabi)

sábado, 16 de março de 2013

Cavaleiros da Idade Média em Araruama


Cavaleiros vestidos com malhas de ferro se tornaram figuras lendárias da Idade Média na Europa. E essas malhas - elaboradas com milhares de elos de ferro ligados um a um por mestres armeiros e privilégio dos nobres ou dos muito ricos - ainda assombram. Principalmente quando uma delas é encontrada enterrada próxima à margem da Via Lagos, em Araruama. Por quase cinco séculos, ela permaneceu oculta sob um areal. Mas, numa descoberta espetacular, agora ela promete ajudar a iluminar os obscuros primeiros tempos do Brasil. Com ela, emergem também histórias de batalhas e barganhas entre índios, piratas e corsários franceses e seus rivais portugueses.

A malha está no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, onde arqueólogas a recuperam e analisam. A cota é parte de um trabalho muito maior, a reconstrução de capítulos perdidos da formação do Brasil. O estudo dos elos revelou que foi feita na Normandia, na França, em algum momento do século XVI, quando esse tipo de arma de guerra ainda estava em uso. Do mesmo sítio arqueológico, uma aldeia tupinambá de quase cinco séculos, estudada desde 1993 pelo grupo do museu, saíram todos os elementos dos primeiros contatos entre os nativos e europeus.

Viagem á terra das lendas
Estão lá as contas de vidro colorido e as facas levadas pelos brancos para trocar por pau-brasil; os corpos e a arte ceramista dos índios. Os brancos em questão não eram os portugueses, mas os derrotados franceses. Piratas e corsários expulsos da História. Agora, descobre-se que eles deixaram, sim, um tesouro enterrado. Mas, em vez de ouro e pedras preciosas, pedaços de vidro e metal - jóias para a História do Brasil.

- A presença francesa no Brasil habita o terrítório da lenda. Ainda muito pouco se sabe sobre ela - diz Maria Dulce Gaspar, uma das arqueólogas do Museu Nacional que se dedica a investigar os povos indígenas que ocuparam por milênios o litoral antes da chegada dos brancos.

O local da descoberta, um sítios chamados Serrano, é uma cápsula do tempo. De lá saíram a cota normanda e objetos franceses, 26 estruturas funerárias tupinambá e objetos de cerâmica.

- Esse sítio nos conta a história dos vencidos. Índios e franceses foram derrotados e esquecidos. O século XVI sempre foi polêmico e complicado de estudar. Muitos indícios eram confusos. Mas nos sítios da Região dos Lagos temos descoberto sinais evidentes do momento crucial do contato - observa Maria Dulce.

A mesma opinião têm suas colegas de pesquisa Jeane Cordeiro e Angela Guimarães, todas especialistas na Região dos Lagos. O sítio Serrano é apenas um na imensidão de vestígios arqueológicos existentes na região, mas é importante porque reúne um microcosmo do momento do contato entre europeus e as sociedades nativas. Sabe-se que os franceses, que chegaram a Cabo Frio em 1504, conviveram muito mais de perto com os índios. Alguns chegaram a viver nas aldeias - o que incluía andar nu e praticar canibalismo.

- No Serrano, uma antiga aldeia tupinambá, o contato com o europeu está presente em toda a sua complexidade. Foram recuperadas peças que atestam a interação das duas culturas, numa etapa em que a sociedade nativa não havia sido destruída - diz Angela Buarque, que desde o início dos anos 90 estuda o sítio.

O Serrano começou a ser investigado pelas arqueólogas nos anos 90, num trabalho paciente e minucioso - em arqueologia não se usa força, mas instrumentos delicados, que não danificam as peças. Mas, como tudo em sua trajetória, a malha de ferro foi descoberta de forma inusitada. Foram as máquinas usadas para a extração ilegal de areia que a desenterraram por acaso, em 2001. A peça imediatamente chamou a atenção dos operários. Foi levada para a Prefeitura de Araruama e agora está em estudo no museu.

Jeanne Cordeiro ainda se emociona quando lembra a primeira vez que viu a cota normanda.
- É como um sonho encontrar uma peça assim. Vimos que estava tudo lá, as armas dos brancos e dos índios, as contas de vidro trocadas. Toda a história estava na nossa frente - destaca.

Descobrir como a cota de ferro foi parar em Araruama não será fácil. Uma análise de uma pequena amostra dos elos enviada ao especialista inglês Thom Richardon, curador de Armaduras e Coleções Orientais da Royal Armouries, em Leeds, na Inglaterra, revelou que a cota foi feita na Normandia talvez no início do séculos XVI.

- Sabemos que era cara, muito cara. Estácio de Sá, por exemplo, não tinha uma. Naquela época as posses de cada pessoa eram bem invetariadas e em nenhum momento aparece a descrição de uma peça assim - frisa Jeanne.

Ela poderia ter sido roubada ou conquistada em batalha por um corsário ou pirata francês. Mas como veio parar no Brasil é mistério. Aqui seria mais símbolo do poder - os índios não tinham ferro - do que uma peça prática.

- Ela poderia oferecer proteção contra espadas. Mas especialistas que consultamos acham que seria perfurada pelas pontas de flecha de sílex dos índios. Além disto, é quentíssima e muito pesada. Péssima para uma batalha nos trópicos - explica Márcia.

O mistério só aumenta com uma citação histórica feita por um jesuíta. Jeanne diz que em "O combate das canoas", de 1564, o jesuíta Vicente de Salvador descreve uma batalha às margens da Lagoa de Araruama entre franceses, portugueses e os índios aliados dos dois lado.

- Os portugueses venceram. Mas o jesuíta menciona um francês que usava uma cota de ferro - conta Jeanne.

Segundo ela, quem vestia a cota era o comendante francês. morto no combate - não se sabe se ele morreu em batalha ou foi levado ferido para uma aldeia onde morreu.
- Nunca saberemos se a cota é a mesma que está conosco. É provável, por se tratar de uma peça rara e cara. Mas não há como provar - observa.

As arqueólogas esperam descobrir mais sobre a peça quando enviarem elos para análise na França.

- Pelo tipo de liga metálica será possível dizer de que burgo veio a cota - diz.

Se a história da cota de malha de ferro é misteriosa, a da aldeia tupinambá onde foi encontrada pouco a pouco começa a ser revelada. As arqueólogas do Museo Nacional trabalham com a hipótese de que o sítio Serrano seja, na verdade, uma aldeia chamada Syryzi. O nome significa "aldeia do mau rapaz". Não há idéia de quem tenha sido o tal rapaz, provavelmente, um índio e não um europeu. Mas a aldeia Syryzi aparece num mapa do século XVI. A carta elaborada pelo francês Jacques de Vau de Claye, em 1579, mostra partes do território do atual Estado do Rio. Na parte inferior se vê o que aparece ser a Região dos Lagos, com aldeias proximas à Lagoa de Araruama. Vau de Claye se refere à Escalle de Paratitou, que seria um local hoje chamado Paracatu. A aldeia próxima é Syryzi.

- Não sabemos como a aldeia acabou. Os tupinambás não habitavam o mesmo local por muito tempo - explica Marcia Barbosa Guimarães.

Por Ana Lucia Azevedo
Ciência e Vida - O Globo 11/11/2006
Fotos e digitação do texto por R.M.G.

Retirado de: 
http://rosegrims.multiply.com/journal/item/93/Um-tesouro-de-piratas-no-Rio?&item_id=93&view:replies=reverse

quarta-feira, 13 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

Os Bancos e a Arte de Fazer Dinheiro


Por José Luís Gonzales del Moral.
Quase todo mundo tem contas correntes e de poupança e quase todo mundo paga juros, deposita, faz transferências... Mas praticamente ninguém, nem mesmo a maior parte dos empregados e diretores dos bancos, está a par dos mecanismos que movem as engrenagens do sistema bancário. O natural seria que, ao abrir uma conta, cada um fosse devidamente informado a respeito do assunto. É claro que isso não acontece, mas, em todo caso, nada nos impede de imaginar como seria...

Cliente: Para que existem os bancos?
Banqueiro: Bem... para ganhar dinheiro, naturalmente.
C: Para que os clientes ganhem, claro.
B: Não, para que os bancos ganhem.
C: E por que a publicidade bancária não menciona esse fato?
B: Não seria de bom gosto, mas isso está subentendido quando se faz referência a reservas e coisas do tipo. Esse é o dinheiro que se ganha.
C: Evidentemente, ganha-se esse dinheiro dos clientes...
B: Presumo que sim.
C: Bom, e quando se fala em ativos, alude-se também a dinheiro que o banco ganhou?
B: Não exatamente. Esse é o dinheiro que se usa para ganhar dinheiro.
C: Ah, tá! Suponho então que o guardem numa caixa-forte...
B: De modo nenhum. Nós o emprestamos a nossos clientes.
C: Então os senhores não o têm?
B: Não.
C: Então, como podem chamá-lo ativo?
B: Porque ele realmente seria assim se pudéssemos recuperá-lo.
C: Mas... certamente têm algum dinheiro guardado em algum lugar!
B: Claro que sim. Normalmente temos uma quantidade igual ao ativo, a que chamamos de passivo.
C: Mas, se o têm... como podem chamá-lo de passivo?
B: Porque não é nosso.
C: Então, por que o têm?
B: Porque os clientes nos emprestaram.
C: Mas, como? Quer dizer que são os clientes que emprestam dinheiro aos bancos?
B: Exato. Depositam dinheiro em nossas contas... e realmente o emprestam ao banco.
C: E que fazem os bancos com o dinheiro?
B: Emprestam-no de novo aos clientes.
C: Não disse o senhor que o dinheiro que vocês emprestam corresponde aos seus ativos?
B: Sim.
C: Mas então quer dizer que o passivo que vocês recebem dos clientes e o ativo que vocês emprestam... são a mesma coisa!
B: Nossa! Eu não seria tão categórico!
C: Eu deposito R$1.000 em minha conta e o banco me deve esse dinheiro (que é o passivo), mas eis que o emprestam a outra pessoa (o ativo) e ele... tem que devolvê-lo. Mas... não são os mesmos R$1.000?
B: Com certeza!
C: Então, se ambas as operações se anulam... os bancos NÃO TÊM NENHUM DINHEIRO!
B: Isso é só em teoria...
C: Esqueça a teoria. Se não têm dinheiro... de onde tiram suas reservas?
B: Já lhe disse... é simplesmente dinheiro que ganhamos...
C: Como?
B: Se o senhor nos traz R$1.000, só utilizará, em princípio, dez por cento dessa quantia. Os pagamentos grandes são feitos com talão. Nós guardamos R$100 para quando o senhor precisar de dinheiro propriamente dito.
C: E o resto?
B: Bem, a partir de cada um daqueles R$100 restantes lucramos R$1.000.
C: Vocês lucram R$9.000 com base nos meus R$1.000 iniciais?
B: Claro, pois da mesma forma que o senhor só utiliza R$100 dos R$1.000, com os outros acontece o mesmo.
C: E cobram juros?
B: Claro, ao redor de 19% a 20%, que seria o lucro.
C: Mas são 20% sobre R$9.000 a partir de R$1.000!
B: Algo assim.
C: E por que não é meu esse lucro? Afinal, não se trata do meu dinheiro?
B: É a aplicação das teorias bancárias...
C: Mas tenho que cobrar-lhes juros, pois se trata do meu dinheiro!
B: Isso o senhor já faz. Dependerá do tipo de conta, desde 0.5% até 6% ou 8% para depósitos a prazo, dependendo da taxa.
C: Mas que negócio estou fazendo!
B: Claro que esse juro o senhor recebe no caso de não retirar seu dinheiro.
C: Mas é claro que vou retirá-lo! Se pensasse nunca mais sacá-lo... eu o teria enterrado no jardim!
B: Não vamos gostar se o sacar de novo...
C: Por que não? Se o mantenho no banco, o senhor me disse que é passivo (dinheiro que vocês devem)... Penso eu que os senhores ficarão contentes por ver que reduzo suas dívidas.
B: Não! Isso não nos interessa.... Se o senhor o retirar não poderemos emprestá-lo a ninguém!
C: Mas se quero sacá-lo, terão que dá-lo a mim!
B: Certamente.
C: Então... suponha que já emprestaram meu dinheiro a outro cliente.
B: Nesse caso lhe daremos o dinheiro de outra pessoa.
C: Mas... e se essa pessoa também o quiser?
B: O senhor está sendo propositadamente obtuso!
C: Pois eu acho que estou sendo é agudo. O que aconteceria se todo mundo quisesse seu dinheiro ao mesmo tempo?
B: A teoria bancária diz que isso não acontecerá NUNCA.
C: Quer dizer que os bancos têm por princípio NÃO SE VEREM OBRIGADOS A CUMPRIR COM SEUS COMPROMISSOS.
B: Eu não exporia a questão nesses termos...
C: Claro. Enfim, acho que já falamos bastante.
B: Bem, prezado cliente, agora o senhor não tem mais que depositar uma quantia para abrir sua conta.
C: Ah, sim, agradeço. Mas, pensando bem, se vou abrir uma conta... não seria melhor negócio que eu abrisse um banco?

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Onda Dos Livros Eróticos que Caiu no Gosto Feminino


“Faz todo sentido que essa literatura pornô ‘feminina’ esteja alcançando tanto sucesso. O próprio meio livro parece ser o mais adequado para disparar o gatilho do desejo da mulher. Pesquisas mostram diferenças entre os gêneros. Estudamos o comportamento de milhões de americanos na internet, na privacidade de seus desktops. Vimos que, quando querem se excitar, os homens fazem buscas no Google Imagens. As mulheres procuram histórias. Quer dizer, eles ficam excitados com fotos e filmes; elas, com enredos. O desejo do ser humano em geral é disparado por sinais — captados de maneira inconsciente — de que um parceiro sexual em potencial pode ser um bom reprodutor. Mas o processo de percepção não é igual para homens e mulheres. Para eles, basta olhar para saber se a garota-alvo é saudável, o que a habilitaria a ser mãe e despertaria tesão. Vendo já dá para estimar a idade, a pele, o peso… Aliás, cabe uma observação: as buscas por imagens eróticas de cheinhas é três vezes maior do que por magras. Já os fatores que tornam um cara excitante para elas são outros. As mulheres querem transar com os amáveis, responsáveis, confiáveis, capazes de protegê-las e de dar condições e recursos para cuidar dos futuros filhos. Essas informações só são obtidas em conversas e histórias, não apenas olhando. Há uma diferença fundamental entre o cérebro feminino e o masculino. É o chamado problema mente-corpo. Para o homem, os estímulos sexuais físico e mental estão conectados. Quando ele tem uma ereção, os pensamentos estão voltados para ‘aquilo’. A mulher não: ela pode receber estímulos físicos e a mente não acompanhar. Assim, acontece de seu corpo ficar excitado quando ela vê um filme pornô, mas a cabeça, não. Como não é do interesse biológico das mulheres toparem todas as oportunidades que têm de fazer sexo (e correr o risco de engravidar), a mente relativiza o desejo despertado. ‘Será que esse cara é legal? Será que vale a pena transar com ele?’ Lembrando, estamos falando de instintos sexuais primitivos, sobre tesão, desejo… Os fatores que nos atraem para um relacionamento são mais suscetíveis a influências sociais, culturais e ambientais.”( Ogi Ogas, americano, neurocientista e autor do livro “A Billion Wicked Thoughts” - Um bilhão de pensamentos maldosos - sem tradução no Brasil)

Excitações diferentes
Um novo verbete entrou no dicionário Collins da língua inglesa no mês passado. Trata-se da expressão mommy porn, cuja definição é “literatura erótica para mulheres comuns, gente como a gente”. O termo foi consagrado pelo livro Cinquenta Tons de Cinza, a trilogia escrita pela inglesa E.L. James, que bateu recordes assombrosos de venda ao misturar narrativas de cenas sexo recheadas de sadomasoquismo com uma história de amor. Foram 40 milhões de cópias vendidas desde o lançamento nos Estados Unidos, em março, metade delas em formato digital. As brasileiras também ficaram alvoroçadas com a novidade. “Sabíamos que o livro seria bem aceito. Ainda que a história seja picante e o sexo esteja presente o tempo todo, trata-se de um grande romance”, defende Bruno Porto, editor de aquisições da Intrínseca, que publicou a obra por aqui e planeja vender 1 milhão de cópias no país. Tamanho sucesso levou outras editoras do mundo todo a lançar os próprios romances do gênero na tentativa de aproveitar o frisson. Dezenas de títulos surgem a cada semana. No Brasil, a editora Paralela, por exemplo, investiu na trilogia Crossfire, de Silvia Day; a Jardim dos Livros apostou no picante Loucamente Sua, de Rachel Gibson; a Best Seller lançou Cinquenta Tons de Prazer, de Marisa Benett — todas autoras americanas. A lista é vasta.

Entre os analistas do fenômeno, há quem diga que o sucesso do mommy porn se deve à internet: os e-books garantem que moçoilas e senhoras leiam as histórias mais escabrosas em seus tablets sem que ninguém saiba o que estão saboreando. Graças aos e-books também, a enorme demanda pelo produto pôde ser atendida — a primeira versão foi publicada por uma pequena editora australiana, incapaz de imprimir cópias em grande escala. Também há quem atribua a força das vendas ao fato de as mulheres estarem em maioria nos grupos virtuais de leitura, onde o boca a boca corre rápido. Os estudiosos do comportamento feminino argumentam, ainda, que a demanda feminina por produtos pornôs estava represada e já dava há tempos sinais de que iria explodir. A literatura erótica seria, portanto, uma espécie de reação natural de consumidoras já emancipadas depois de uma série de mudanças comportamentais. Para entender todas as sutilezas desse fenômeno, conversamos com especialistas de diferentes áreas e países. Todos concordam que vivemos um momento histórico singular, que deve ser comemorado: nos libertamos de muitos tabus, assumimos que gostamos de sexo e estamos buscando, em massa, caminhos individuais para o prazer.

Retirado de:

domingo, 3 de março de 2013

O Português do Brasil não é para Amadores


TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA
Por Jansen Viana
Na recepção dum salão de convenções, em Fortaleza:
- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição no Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo.
- O mundo está cheio de africanos.
- É verdade.
- Se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito, sessenta e oito, assim, veja: 68
-Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material, DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Humm... que bom. Ai está, seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro.
- Nas trinta bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria nas seis bocas?
- Isso mesmo, no bairro meia boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, seis bocas, entende, seis bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?