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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Charles Disco e o Sequestro Misterioso (Capitulo 27)

CAPÍTULO 27
Disco deixa a garagem no maltratado veículo e volta para casa, encontrando Virginie diante do computador.
- O que está fazendo?
- Lembra que eu te falei que encontrei muitas ligações do exterior para a Richard Castro? – Fala ela sem virar-se
- Sim.
- Fiquei intrigada com isso e resolvi investigar mais. Adivinha de onde elas são?
- Suíça?
- Também, mas principalmente de “Paraísos fiscais” espalhados pelo mundo todo
- Muito interessante... Entrou de novo pela Grécia?
- Não. Pela Itália. Mas não descobri somente isso... Achei coisas muito interessantes...
- Coisa de que tipo?
Ela volta-se para Disco e o vê todo sujo e machucado.
- Nossa! O que aconteceu?
- Um pequeno atentado.
- Desconfia de quem foi?
- Tenho uma lista enorme, mas quem encabeça a fila é Sheila Monte Verde. É a única que sabia com certeza onde e quando eu estaria hoje.
- Isso é bastante elucidativo...
- O que quer dizer?
- Pesquisando as ligações da agência de empregos, descobri várias chamadas para a Empresa dos Monte Verde desde a época do primeiro sequestro.
- E o que mais?
- Por curiosidade, investiguei essa empresa também e sabe para onde é a maioria maciça das ligações?
- Para a Richard Castro.
- Exato.
- Tudo se encaixa... É o ponto perfeito para a comunicação entre a cabeça que comanda as operações e os seus comandados.
- Uma espécie de intermediário?
- Ninguém iria desconfiar da correspondência entre uma agência de empregos e seus clientes.
- Tudo faz sentido, mas ainda não é suficiente... – Diz Virginie pensativa.
- Vou voltar até a agência e ter mais uma conversinha com aquele pulha do Richard Castro.
- Antes de sair me mostre o tal programa de analisar imagens. Quero ver novamente a aparição do sequestrador.
- Ok. – Diz ele acionando o programa. Eu o gravei digitalmente na memória. Pode virá-lo do avesso se quiser.
- Ótimo. Pode ser que tenha nele alguma pista.
- Esse sem dúvida é um dos meus casos mais difíceis. Esses cara são muito inteligentes. Até agora não cometeram nenhum erro. É só disso que eu preciso... Que cometam algum erro... Então eu ponho as mãos neles.
Disco cruza a cidade e em poucos minutos chega ao seu destino. Encontra a agência fechada e recebe do porteiro a notícia de que a empresa havia se mudado.
- Praga! – Esbraveja Disco – Eu devia ter desconfiado!
De volta ao apartamento, encontra Virginie ainda mexendo no computador.
- Conseguiu algo, Disco?
- Nada. Eles mais uma vez estão um passo a nossa frente.
- Venha até aqui.
Ele aproxima-se da tela.
- O que foi?
- Acho que conseguimos alguma coisa.
Virginie aciona o aparelho e surge a imagem mascarada do seqüestrador e é congelada.
- Preste atenção aqui. - Fala ela mostrando na tela um determinada parte da cena. – Note que as janelas vão de um extremo a outro do aposento.
- Exato.
- Essas divisões não são de todo estranhas... Lembram baias.
- Exatamente. Agora olhe aqui. – Diz ela adiantando um pouco a fita até um ponto onde a imagem abre e aparece um pouco mais do aposento. – Aqui está o erro que esperava.
- Onde? Na janela?
- Isso mesmo. – Diz ela acionando um comando. – Vou aproximar a imagem.
- O que é?
- Há um objeto pendurado do lado de fora.
- É um arreio! - Exclama Disco.
- E parece que há nele um monograma. Pode ler?
- Parece “I. V. V.” pela posição inclinada não dá para ter certeza.
- Ou “H. M. V.” – Diz Virginie.
- Raios! – Exclama Disco – Haras Monte Verde! Só pode ser!
- Tudo se encaixa. Deve ser uma das propriedades da família.
Disco bate com o punho da mão direita na mão esquerda
- Finalmente a megalomania dos Monte Verde serviu para alguma coisa.
- Pode conseguir o endereço?
- Isso é simples... Basta telefonar para a mansão e pronto. Amanhã de manhã eu vou até lá fazer o reconhecimento.
- Não banque o herói, Disco – Fala Virginie preocupada – Chame o tal Delegado Matias.
- Só vou fazer isso quando tiver salvado a menina. Além disso, não temos provas. E sem provas, nada pode ser feito pela polícia.
Virginie fica calada.
- Não esquente a cabeça – Diz ele beijando-lhe a testa. – Tudo vai dar certo.

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