CAPÍTULO 16
No outro dia, Disco telefona para a propriedade dos Monte Verde e lhe comunicam que Sheila está na sede das empresas da família num centro empresarial no Castelo, para onde se dirige.
Deixa seu carro na garagem e sobe ao saguão principal. Atravessa o piso brilhante que reflete seus passos e dirige-se a uma bonita recepcionista por trás do balcão.
- Gostaria de falar com Sheila Monte Verde...
- Seu nome...? – Pergunta a moça de cabelos negros presos num rabo de cavalo, sai e blazer azul e blusa branca de tecido fino.
Ele dá o nome e a moça apanha o telefone para confirmar, e após alguns segundos dirige-se novamente a Disco.
- O Sr. pode subir, mas deve deixar algum documento comigo.
- Tudo bem. – Fala retirando a carteira de identidade e passando a moça, que lhe devolve em seu lugar um crachá azul, onde está escrito em letras pretas: “visitante”.
- Queira dirigir-se alí à direita, a ala dos elevadores. Vá ao 22º andar.
Após uma rápida viagem, ele chega ao andar e segue pelo ambiente luxuoso a um não menos luxuoso balcão de informações onde uma outra recepcionista que parecia saída de um comercial de dentifrício o esperava.
- Deve deixar esse crachá que está usando, senhor...
- Ok. – Diz ele e pensa: - Detesto essas frescuras!
A moça prende o crachá azul e passa-lhe outro de cor amarela.
- Siga por esse corredor e dobre a direita.
Ele segue as instruções e depara-se com outro balcão.
- Já sei... – Diz ele ao aproximar-se – Você quer o meu crachá.
- É preciso, senhor. - Diz a moça com um sorriso apanhando o crachá amarelo e trocando-o por um vermelho. – Vou comunicar a Srta. Sheila que está aqui.
Sheila Monte Verde chega vestindo um fino tailleur verde-água com sapatos e brincos da mesma cor.
- Também vai querer o meu crachá? – Pergunta Disco.
- Sempre zombando da minha segurança, não é senhor Disco?
- Sempre. – Responde ele.
- O que veio fazer aqui?
- Vim em busca do endereço da Agência que lhe fornece os empregados para sua propriedade.
- Ainda está fixado nisso?
- Pode me dar?
- Sim. Mas porque simplesmente não telefonou como fazem todas as pessoas normais?
- E perder esse espetáculo de ostentação e opulência? Jamais!
- Venha comigo. Tenho o que quer em meu escritório.
Disco segue a mulher pelos corredores onde percebe um movimento incessante de pessoas. Aqui e ali pode ver pelas portas entreabertas, pessoas sentadas diante de telas de computador.
- O que fazem aqui?
- O futuro, Sr. Disco. Trabalhamos com informática. Temos uma firma que está entre as maiores do mundo entre os desenvolvedores de tecnologia de criptografia. Hoje em dia quem tem a informação tem o poder. E quanto mais segura for essa informação à ação nefasta dos piratas do cyberspace, maior o poder que ela trará. Criamos programas para grandes empresas, além de fornecer também assistência e hardware, além de consultoria para o mundo todo.
- Muito interessante... – Fala ele apontando – E aquela área restrita, O que estão escondendo ali, experiências genéticas, um vírus mutante...?
Sheila sorri.
- Anda vendo muita televisão, Sr. Disco.
- Não custa perguntar... - Fala ele.
- Acha que se estivesse mesmo escondendo alguma coisa eu iria lhe contar?
- Talvez...
- Naquelas salas estão sendo desenvolvidos nossos projetos secretos. é tudo que eu posso falar.
- É suficiente.
Eles chegam ao escritório e Sheila retira de sua agenda um pequeno cartão.
- Tome. – Diz ela estendendo-o para Disco – E por favor... Procure manter o nome de minha família fora de suas investigações. Já tivemos escândalos demais para uma geração inteira.
- Farei o possível. – Diz ele com um sorriso – Mas não prometo nada.
Disco segue o ritual inverso até reaver sua identidade e sai dalí, indo até o Apart-Hotel de onde levaram Eleonora Kiriaki e procurando o gerente.
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