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domingo, 4 de julho de 2010

Charles Disco e o Sequestro Misterioso (Capitulo 19)

CAPÍTULO 19
O dia amanhece e um Disco amarrotado deixa a cama para ir ao banheiro e de lá a cozinha, para tomar o seu café.
- Ainda está aí, Virginie? – Pergunta ao ouvir um barulho vindo da sala.
Ele aproxima-se da moça diante da tela do computador.
- Sim. Estava tão entretida que nem vi o tempo passar.
- Conseguiu a informação?
- Sim. Persegui o maldito a noite toda, mas retirei dele o que eu queria. O mais difícil foi encontrar o endereço entre tanta coisa.
- Virginie. A cada dia que passa você me surpreende mais.
- Não é só mérito meu. Os seus programas são excelentes. Com ele posso entrar até no Pentágono.
- O cara que me vendeu disse isso. E pelo preço que eu paguei... Tinha que ser bom.
- Tinha conseguido entrar na agência pela Grécia.
- Está me saindo um hacker e tanto...
- Conheço alguma coisa, mas o cara com quem estava estudando é que era fera. Era um hacker procurado nas maiores cidades do país por desviar verbas de grandes empresas para instituições de caridade, além de embolsar alguns trocados. Ele se escondia na minha cidade.
- Pelo jeito aprendeu tudo direitinho.
- Ele me ensinou alguns truques.
- Disse que entrou na agência pela Grécia?
- Não conseguia invadir o sistema, então acessei a Companhia telefônica e descobri que a agência recebia muitas ligações internacionais. Aí me liguei com um satélite que fez um link através da Grécia e voilá!
Estende um papel escrito.
- Aqui está. O endereço que você queria. - Diz ela levantando-se da cadeira – Agora se me dá licença, vou dormir o dia inteiro.
- Tudo o que você quiser, Virginie, Tudo o que você quiser... – Fala ele lendo o papel.
Disco deixa seu apartamento e segue para seu escritório no centro. Sobe as escadas como sempre faz e entra no aposento, após abaixar-se para apanhar a correspondência deixada sob a porta.
- Droga! – Pragueja ele após passar rapidamente os papéis sob os olhos – Somente contas e propaganda!
Joga tudo sobre a mesa e aciona a secretária eletrônica, afastando-se da mesa e olhando para fora através das janelas sujas. Às suas costas após o bip eletrônico a máquina começa a despejar as informações. Nada muito interessante, apenas mais propaganda e uma chamada de Sunshine cobrando a fita de Woodstock.
Alheio a sucessão de mensagens, Disco nota um homem parado do outro lado da rua com óculos escuros e um jornal aberto nas mãos. Está encostado num poste, mas não estava ali quando ele chegara.
- Estão me vigiando – Pensa ele – Isso é bom. Significa que estou incomodando.
Ele volta-se e desliga o aparelho. Checa a pistola no coldre sob o braço e os pentes e some na porta da cozinha. Deixara a pick-up parada diante do prédio e teria que usar sua outra saída. Na pequena e suja cozinha não havia outra porta, mas ele abre uma pequena janela do lado oposto da pia e próxima a entrada do banheiro.
- Faz tempo que não preciso usar a minha “saída de emergência”.
Ele instalara uma fina escada metálica na parede nua e desbotada do velho edifício, descendo até a lixeira no beco que o separava de uma outra construção. Em segundos, pisa o lixo mal cheiroso e abre a fechadura dupla que permitia a porta do depósito ser aberta tanto por dentro quanto por fora.
- O único problema de se deixar o escritório dessa maneira é o cheiro. – Pensa ele batendo os pés já do lado de fora para tirar os restos que ali estão agarrados.
Dirige-se a um prédio antigo ali perto. Um sobrado mal cuidado, cuja parte inferior é uma garagem e oficina.
- Carlos! – Grita da entrada.
- Aqui, “seu” Disco! – Responde um jovem franzino de aproximadamente 15 anos, de cabelos pretos crespos, vestindo um macacão completamente sujo, saindo da escuridão de entre os carros parados, limpando as mãos com uma estopa.
- Minha moto está pronta?
- Funcionando perfeitamente.
- Mandou lavar?
- Fiz uma geral completa.
- Então tome! – Diz tirando um maço de dinheiro do bolso e entregando ao rapaz.
- Valeu, “seu” Disco.
- Aí tem mais algum pela sua competência e cuidado, Carlos.
- Mas “seu” Disco... – Fala após contar rapidamente o dinheiro – Aqui tem mais do que o dobro do que combinamos!
- Não tem problema. Fica como crédito – Diz ele afagando a cabeça do jovem – Compre um presente para sua mãe e para seus irmãos.
Carlos guarda o dinheiro no bolso do macacão com um largo sorriso.
- Onde ela está?
- Ali no fundo – Fala apontando- Eu deixo lá porque ela chama muita atenção.
Disco monta na motocicleta e aciona o potente motor, saindo da penumbra para a luz da rua, desaparecendo na esquina observado pelo rapaz.
- Carlos está se transformando num mecânico de mão cheia. - Pensa ele afastando-se – Espero poder ajudá-lo a estudar e melhorar de vida. Não pode ficar para sempre tomando conta da garagem para sustentar a família depois da morte do pai. Tem uma vida toda pela frente.

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