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domingo, 11 de julho de 2010

Charles Disco e o Sequestro Misterioso (Capitulo 31)

CAPÍTULO 31
Disco acorda já com o dia claro, amarrado pelos pulsos no lugar de uma das prisioneiras, com o torso nu, vestindo apenas sua calça e as botas. Abre os olhos a tempo de ver o último mercenário que sobrou correr para fora.
- Ele acordou, Chefe!
- Até que enfim está aonde eu o quero Sr. Disco. Você me custou muitos homens bons.
- Onde está a sua noiva, George?
- Na casa. O que quer com ela?
- Não imaginei que estivesse metido nisso, mas desconfiava dela a muito tempo.
- Errou duas vezes, Disco. – Diz uma voz vinda da entrada – Não é tão perspicaz quanto eu pensava, apesar de ser tenaz como um cão de caça. Não notou a falta de ninguém?
Jéssica Hammer entra no estábulo vestindo um traje militar como o de George.
- Sheila Não tem nada a ver com isso. Foi apenas uma inocente útil. Ela está na mesma situação que você.
- Onde está ela?
- Presa na casa principal.
- Temos grandes plano para você, Disco. – Fala Jéssica – Foi uma boa ideia montarmos essa farsa. Sabíamos que iria aparecer mais cedo ou mais tarde. É um homem persistente...
Ele não diz nada.
- O dinheiro do resgate já está depositado e logo iremos embora. O problema é que Matias vai precisar de um culpado para os raptos e é aí que você entra.
- Vai ser algo bonito de se ver – Diz George com as mãos em frente aos olhos como se lesse uma manchete de jornal – Aventureiro morre na tentativa da polícia de libertar mulheres sequestradas.
- Só gostaria de saber o porquê de tudo isso. Um plano tão complexo levado a cabo durante tanto tempo...
- Não vejo razão para não lhe contar... O porquê, meu caro Disco, é dinheiro. Muito dinheiro. –Fala George.
- A alguns anos ele fazia parte do braço armado da igreja de meu pai, que é um homem muito poderoso e possui uma elite de mercenários ao seu dispor, embora poucas pessoas no mundo saibam disso e muito menos liguem as ações desse grupo a ele pessoalmente. George se desligou da organização logo após nos conhecermos e então elaboramos um plano que nos faria multimilionários.
- Mas seu pai já é muito rico... – Fala Disco.
- Sim. Mas nunca poderia me apossar da sua fortuna sem me envolver com aquela maldita religião. Não é esse meu estilo Sr. Disco. Nunca foi. Gosto das boas coisas da vida. Não aguentava mais levar aquela vida dupla.
- Jéssica conhecia o número das contas do Reverendo Hammer no exterior e precisávamos apenas das senhas para ter acesso a toda sua fortuna acumulada em todos esses anos. Ele não confiava e nem confia em ninguém, nem mesmo em Jéssica para guardá-las. E estão muito bem guardadas. Bem até demais.
- Creio que a essa hora ele já descobriu que eu violei os computadores e retirei os registros dos números das contas.
- As senhas das contas são trocadas semanalmente. E nem o velho Hammer sabe qual é a ordem que seguem. Precisávamos de um programa para descriptografar os registros e entrar nas contas. Por isso me aproximei de Sheila. A firma dos Monte Verde desenvolve pesquisas de ponta nesse campo como deve saber. Estavam trabalhando num decodificador capaz de fazer o que nós precisávamos. Criei uma identidade falsa e também como sabe, cheguei a noivar com ela.
- Mas por que toda essa trama de sequestros de mulheres? – Pergunta Disco.
- Vou explicar... Afinal não há porque negar o pedido de um moribundo. Tudo foi para desviar a atenção de nós colocando a culpa toda nas costas desses eco-terroristas idiotas, e porque não? Arrecadar algum dinheiro para quitar as dívidas que assumi para dar início ao plano. Fazer-me passar por milionário custou muito caro Sr. Disco. No final tem de sobrar algum para financiar nossa volta ao mundo oferecendo em leilão um programinha tão útil.
Disco fica em silêncio.
- Eleonora era a dona de uma das firmas envolvidas no desenvolvimento do projeto dos Monte Verde. Descobri que era muito rica, mas solitária. Era uma workaholic, sua vigilância constante poderia causar problemas para o nosso plano. Resolvemos raptá-la primeiro porque era a mais fácil. A decisão de capturar Anna Carla foi para mobilizar Sheila e tirá-la um pouco das empresas me deixando trabalhar mais livremente. Pensamos em sequestra-la, mas logo desistimos, Você a conhece bem, era ela quem coordenava os principais pontos do projeto e mantinha segredos estratégicos guardados dentro de sua cabeça. Para nós era melhor que ficasse trabalhando. E a simulação do sequestro de Jéssica, foi porquê já estava na hora dela sair de cena, antes que o Reverendo descobrisse o que tinha feito.
- Mas porque Sheila está aqui?
- Ela começou a desconfiar de mim e tive que neutralizá-la antes que lhe contasse o que descobriu.
- O que pretende fazer agora?
- A princípio deixá-lo aqui dependurado como um arenque defumado até de manhã, então matá-los a todos e chamar o Delegado Matias depois de ter ido embora.
- Com vai explicar a ausência de Jéssica entre as mulheres raptadas?
- Uma mulher não identificada será encontrada morta usando as roupas de Jéssica. Mas estará num estado tão lastimável que será incapaz de se fazer uma identificação positiva. Todos a tomarão por Jéssica e se iniciará uma caça a Sheila Monte Verde.
- Quando vimos a explosão aí em frente, desconfiamos que estivesse mais uma vez na nossa pista. Então decidimos que eu ficaria aqui até que aparecesse. – Fala Jéssica.
- Já chega! – Diz George – Já satisfizemos a sua curiosidade. Agora vamos deixá-lo só para que pense um pouco na sua curta vida e quem sabe rezar por uma boa morte.
A dupla sai, deixando Disco só com as prisioneiras. 

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