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sábado, 10 de julho de 2010

Charles Disco e o Sequestro Misterioso (Capitulo 28)

CAPÍTULO 28
No outro dia, Disco deixa uma estrada principal e envereda por estreitos caminhos arborizados que mais parecem labirintos. Roda por trilhas secundárias sem conseguir localizar a Fazenda de criação dos Monte Verde. Era uma grande propriedade, encravada na Zona Oeste entre vários pequenos sítios de monocultura agrícola e outras propriedades das quais pouco se sabia além do tipo de cultura que lá se produzia deduzida pelas plantações ou pelos animais que pastavam lentamente sob o sol forte.
- Droga! – Pragueja ele parando o pequeno carro emprestado por Carlos e levantando uma nuvem de poeira – Nunca vou encontrar essa maldita fazenda. Não há uma só placa que indique pelo menos onde estou.
Estaciona o carro diante de um pequeno e velho botequim onde cinco homens bebiam encostados no balcão sujo.
- Salve pessoal!
Ninguém responde a sua saudação e Disco entra e vai juntar-se a eles.
O dono do botequim, um homem de meia idade, cabelos pretos crespos, olhos escuros, vestindo uma camiseta velha com um calça surrada de tergal, com um palito de dentes no canto da boca e enxugando as mãos num pano encardido que trazia no ombro aproxima-se dele.
- O amigo vai querer alguma coisa?
- Um refrigerante.
- Refrigerante?
- É. O calor está de matar.
O homem retira uma garrafa de uma velha e escura geladeira de madeira guarnecida com vidros nas portas e com pesadas fechaduras de bronze e colo ca sobre o balcão junto com um copo.
- Não precisa de copo. – Fala Disco tomando o líquido direto no gargalo da garrafa.
- O que o amigo está fazendo por essas bandas? – Pergunta o dono do botequim ressabiado.
- Meu nome é Carlos Souza. Sou vendedor de produtos veterinários. Me disseram que por essas bandas havia uma fazenda de criação de cavalos. Por acaso sabe como posso chegar lá?
- O senhor vende remédio para bicho? – Pergunta um velhinho de roupas surradas e com um chapéu de feltro amassado na cabeça.
- Não para qualquer animal. – Fala Disco bem humorado – Não senhor! Meus produtos são exclusivos para cavalos de raça. Todos os maiores campeões de corrida do Brasil e alguns do mundo consomem os meus produtos.
Os homens se olham em silêncio.
- Recebi uma dica quente que por aqui havia um haras que criava cavalos de raça que pertencia a uma família importante. É essa que estou procurando
- Nós conhecemos uma fazenda de cavalos aqui perto. – Diz o velhinho.
- É mesmo!? Então a dica era quente mesmo. Final de mês... sabe como é... Tô precisando de um reforço na comissão. Pode me dizer onde ela fica?
- Claro, moço, Todo mundo sabe onde é a fazenda do juiz.
- Que beleza! – Exclama com um sorriso – Estou vendo que vou faturar bem hoje. Só por isso vou pagar uma rodada para vocês. – Vira-se para o dono do botequim – Dê a eles o que quiserem beber.
Algumas horas depois, Disco já tinha conquistado a confiança dos homens e eles lhe revelam as informações que ele precisava
- Acho bom o senhor ter cuidado quando for até a fazenda do juiz. – Diz o velhinho sério.
- E porquê?
- Ultimamente apareceram uns homens estranhos lá que expulsam quem chega muito perto.
- Estranhos?
- É. – Diz um outro homem de estatura média de cabelos pretos, olhos claros e com um vasto bigode. – Chegaram em carros pretos grandes e um vizinho, amigo meu disse que estavam armados.
- Quantos eram?
- Ele disse que eram pelos menos quinze.
- Mesmo assim vou até lá. Ando meio caído e preciso de uma graninha para garantir a comida das crianças. Sabe como é... Os filhos não querem saber das dificuldades...
- Entendo... Mas eu já vi eles – Diz um outro - Aqueles caras não parecem ser boa gente.
- Não tem problema sou apenas um vendedor.

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