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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amor Sem Possessividade

“Se amas alguém, deixa-o em liberdade. Se ele voltar, foi porque precisou. Se não voltar foi porque precisou.”
(Escrito anônimo num muro em Buenos Aires)

Por Zulma Reyo
“É difícil, em nossa existência tridimensional, conceber o amor sem possessividade. Amo a imagem do amor como uma mão aberta onde o amado pode chegar e partir como um pássaro... livre!  Nessa liberdade está o verdadeiro amor e o verdadeiro respeito.

Nessa liberdade está a dignidade e a plenitude de cada momento vivido intensamente. O amor não é um conjunto de regras ou uma maneira de aprender a manipular, atrair ou controlar. O amor não é uma técnica para melhorar o desempenho sexual ou uma justificativa para a culpa, para a condenação ou para a indulgência.

O amor não é um cenário auto-gratificante que justifique a necessidade ou o medo da solidão, que fomente a dependência e a exploração. O amor não é desculpa para possessividade, exclusividade e separação. Não é um encontro psicológico, um processo analítico ou um laboratório biológico. Finalmente, o verdadeiro amor não é escapista.

O amor é um processo despertador da consciência; um modo de aprender a cooperação e o respeito pela individualidade. O amor é uma maneira de aprender a despertar mais amor, uma experiência válida baseada na igualdade da diferença e no propósito superior.

O amor alinha-se com a lei superior: benção, compartilhamento e expansão O amor reflete o verdadeiro compromisso com a Vida e com os Seres através de um compromisso iluminado, consciente com o Eu. O amor é uma arena psico-espiritual pragmática.

Os relacionamentos são a arena do amor, a ponte entre a luxúria e a compaixão. Eles estimulam, equilibram e nutrem. Pergunte a si mesmo:

Quão bem eu vejo o outro?

Quão profundamente eu me encontro com o outro?

Quanto revelo de mim mesmo ao outro?

Se seu relacionamento é de amizade e se apresenta como um encontro de forças complementares, paralelas ou opostas; se seu relacionamento é apaixonadamente sexual e emocional; se seu relacionamento promove crescimento, expansividade, alegria e compartilhamento; se inclui o aprendizado de lições kármicas, tais como perdão, empatia, abnegação, criatividade e autenticidade... nossa busca nos relacionamentos é de identidade, de poder e daquela fusão que leva à co-criação e ao compartilhamento de uma visão.

Não há relacionamento sem uma visão comum. Nessa visão comum há a dança de forças vibrando tanto interna quanto externamente, interagindo e misturando-se. Na amizade, que é a forma mais pura e mais elevada de amor, há sempre igualdade. Ha um dar incondicional, não uma compra ou troca de amor; há a aceitação do outro e não uma exigência para que seja diferente.

Para que os relacionamentos existam como uma força consciente e dinâmica, é preciso haver um reconhecimento de fronteiras. Precisamos saber quando estamos separados e quando estamos juntos. Precisamos refinar nosso discernimento, de modo a incluir as tênues linhas existentes entre a realidade pessoal subjetiva e a objetiva.

Precisamos reconhecer e fornecer um espaço sagrado para o indivíduo e um espaço para o relacionamento, o bem do casal não deve nunca sobrepujar o bem do indivíduo num relacionamento, precisamos constantemente reformular o compromisso inicial. Cada momento deve ser vivido em sua totalidade como se fosse o último.

Cada encontro deve ser como o primeiro, nunca considerando o outro como algo certo. Precisamos aprender a estar próximos sem absorver o outro. Cada participante no relacionamento é um líder, completo e autônomo, equivalendo-se em honestidade. Quando não há mais alegria ou liberdade, precisamos ter a coragem de seguir separados.

A liberdade é um valor mais elevado que o amor. Quando começamos a notar que a rotina ou a monotonia se estabeleceu, ou que estamos repetindo padrões emocionais de rejeição e traição, o relacionamento não nos serve mais. É preciso ter a coragem de arriscar tudo e cair fora. Se houver amor, a outra parte será enormemente beneficiada pela mudança. A pessoa sentirá os efeitos sem quaisquer grandes discussões ou complicações emocionais posteriores, que são desmoralizantes e indignas.

Há várias maneiras de efetuar essa mudança, e qualquer uma delas é apropriada. O elemento importante é sua atitude: a sua motivação e a maneira pela qual realiza a mudança. Você pode partir fisicamente. Pode retrair emocionalmente sua energia ou pode dirigi-la para qualquer outra coisa. Ou pode usar a fórmula alquímica para purificar as energias da situação e manifestar a harmonia que busca, de acordo com a realização do plano divino para cada uma de suas vidas”.

Retirado e adaptado de: “Alquimia Interior” de Zulma Reyo, Ed. Grround.

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