Por Chuang Tzu
Toda
vez que gastamos nossas mentes, apegando-nos teimosamente a uma visão parcial
das coisas, recusando uma concórdia mais profunda entre este ou aquele
contrário que o complementa, temos o chamado «três pela manhã».
O
que vem a ser esse «três pela manhã»?
Um
domador de macacos dirigiu-se a eles e disse-lhes:
«Quanto
às suas castanhas, vocês terão três quantidades pela manhã, e quatro à tarde».
Ouvindo
isso, os macacos ficaram com raiva.
Então,
o domador lhes disse:
«Está
bem, neste caso, eu lhes darei quatro pela manhã e três à tarde».
Ouvindo
isso, os macacos ficaram satisfeitos.
As
duas sugestões eram equivalentes, pois o número das castanhas não se alterava.
Mas, em uma delas os macacos ficavam descontentes e, na outra, ficavam
satisfeitos.
O
domador teve vontade de modificar a sua sugestão pessoal, de modo a satisfazer
às condições objetivas. E nada perdeu com isso!
O
verdadeiro sábio, considerando todos os lados da questão imparcialmente, vê-os
todos à luz do Tao.
A
isto chama-se seguir dois cursos de uma só vez.
Chuang Tzu foi um grande filósofo taoísta chinês do Séc. IV a.C.
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