Por Kel
Há alguns dias me deparei com a seguinte frase “Cavalheirismo é o nome que as mulheres dão à parte do machismo que lhes é conveniente”. (Via@arbustus)
Isso me fez pensar: onde termina o cavalheirismo e começa o feminismo condicional?
Voltando algumas décadas na história podemos nos lembrar da época em que as mulheres não trabalhavam porque não podiam, logo não tinham renda própria e quando possuíam algum patrimônio não detinham o controle do mesmo. Neste cenário, realmente as mulheres dependiam dos homens para sair de casa, pagar contas, comprar qualquer coisa que precisassem. Depois de décadas de lutas essa situação mudou muito, hoje podemos estudar, trabalhar, sermos donas dos nossos narizes e definir os rumos de nossas vidas.
Então o que justifica em pleno século XXI mulheres agirem como há 60, 50 anos?
É engraçado e contraditório pensar que uma mesma parcela da população feminina queira dominar o mercado de trabalho, alcançar a equiparação salarial, porém vem dar chilique na hora de bancar o próprio cinema. Querem ser independentes e morarem sozinhas, mas não aprendem a trocar uma torneira porque isso é “serviço de homem”.
Para estas mulheres cavalheirismo é dar presentes, pagar a conta do restaurante, teatro, cinema, gasolina, hotel, motel, salão, roupas, sapatos, bolsas e maquiagem. Pegar e deixar em casa, levar pra faculdade, visitar a mãe, pai, tia, amiga, prima, gato, cachorro e periquito para, ao final do dia, gritar a altos brados que “não depende de homem nenhum”. Certa vez uma conhecida disse que o homem tinha mais que pagar as coisas mesmo pra “valorizar a mulher”. Querida leitora, se você é dessas tenho duas notícias:
1 – Valorizar é diferente de dar preço.
2 – O que você está fazendo não passa de prostituição indireta. Afinal o cara ta pagando pra ficar contigo.
Aí vem os homens que dizendo adorar mulher independente, achar ótimo e maravilhoso que elas tomem as rédeas das situações e etc… Acontece que quando encontram uma mulher que tenta agir na contramão disso tudo e se virar sozinha de verdade, alcançar a verdadeira independência, pagar pelo próprio cinema, não gostam. Se sentem “castrados”, privados de fazer “coisas de homem” tipo pagar a conta. Aí fica difícil, meus amigos !
É mulher demais querendo se manter na zona de conforto, é homem demais querendo manter a “masculinidade” e os poucos que agem de forma diferente acabam pagando o pato disso tudo, se sentindo inseguros e sem saber direito como se portar.
Bem vindos à era do sexismo condicional, em que ser machista ou feminista depende do dia da semana.
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