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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sobre o Plano Astral

Por Jeff Alves 
Entre o mundo físico e os planos superiores, há um plano intermediário que tem por função receber as impressões do plano superior para realizá-las sobre a matéria, da mesma forma que a mão de um artista está encarregada de receber as impressões do cérebro e de fixá-las sobre a matéria. Este plano intermediário entre o princípio das coisas e as próprias coisas é o que chamamos de Plano Astral. Esta é uma região metafísica impossível de ser percebida apenas com a razão.

No mundo divino, as coisas são inicialmente criadas em princípio (em latência, como as ideias). Este princípio passa pelo plano psíquico (outro nome para o plano astral) e aí se manifesta em negativo, de forma que tudo que era luminoso se torna obscuro e vice-versa. Sendo assim, não temos a imagem exata do princípio, mas a modelagem desta imagem, que aparecerá em negativo. Uma vez obtida tal modelagem, a criação “no astral” está terminada. Aí então começa a criação no mundo visível. A forma astral age sobre a matéria e dá origem à sua forma física. O astral não pode mudar os tipos que faz aparecer em seu molde, pois não muda a imagem que reproduz. Para isto, seria necessário a criação de um novo molde e isto só Deus e o homem poderão fazer.


Além dos fluidos criadores, do arquétipo e dos fluidos conservadores do astral, existem agentes que o movimentam. Os seres que povoam a região na qual agem as forças “físico-químicas” receberam o nome de elementais ou espíritos dos elementos. São análogos aos eritrócitos e leucócitos humanos. Eles agem nos estágios inferiores do plano astral em contato direto com o físico. Estão em circulação quase contínua nos fluidos do astral.

É alvo de curiosidade a questão dos elementais, que obedecem à vontade boa ou má de quem os dirige e são irresponsáveis por seus atos, tem provocado curiosas polêmicas nestes últimos tempos. Utilizando da analogia para este caso, lembremo-nos do cão em nosso plano físico, que faz o mesmo papel. O cão de um bandido ataca um homem honesto quando o dono lhe ordena e o cão de um fazendeiro faz a mesma coisa com um ladrão que tenta invadir a propriedade de seu amo. Nos dois casos, o cachorro ignora se está avançando sobre um honesto ou um bandido. Ele é irresponsável pelos seus atos e simplesmente obedece o seu dono, único responsável. Este é o papel dos elementais no astral.

A dominação dos elementais só pode ser realizada por ação comparável à ação da disciplina militar. O Chefe de um exército consegue reunir em torno de si seres conscientes e responsáveis através da admiração, fidelidade ou temor. Eles podem identificar suas vontades com as do seu chefe ou serem forçados a isso. Essa segunda ação é bem mais difícil que a ação sobre o cachorro. Acontece o mesmo no plano psíquico, onde o elemental só obedece pelo devotamento ou pelo medo, ficando no entanto sempre livre para resistir à vontade do mago.

Existem ainda entidades dotadas de consciência, restos dos homens que acabaram de morrer e cujas almas ainda não atingiram todas as suas evoluções. Essas entidades são o que os espíritas chamam de espíritos e que o ocultismo chama de elementares. Para diferenciação, elementares são entidades humanas em processo de evolução, enquanto os elementais ainda não passaram pela humanidade, o que é um ponto muito importante.

Além dessas entidades, existem outras que causam as previsões dos videntes. São as inteligências diretoras formadas pelos espíritos dos homens que alcançaram uma evolução considerável. São análogos às células nervosas dos centros simpáticos humanos. Receberam diversos nomes nos escritos antigos. Contentamo-nos em salientar sua existência.

Foquemos agora nas imagens astrais. No ocultismo, aprendemos que da mesma forma que todas as coisas ou todos os seres projetam uma sombra sobre o corpo físico, da mesma forma tudo projeta um reflexo sobre o plano astral. Cada homem deixa no astral um reflexo, uma imagem característica. Com a morte, o ser humano experimenta uma mudança de estado caracterizado pela destruição da coesão que mantinha unido os princípios de origem e compleições diferentes. O corpo físico retorna à terra, ao mundo físico de onde veio. O corpo astral e o ser psíquico esclarecidos pela memória, inteligência, vontade e das lembranças e das ações terrestres passam para o plano astral, principalmente a uma de suas regiões mais elevadas, onde constituem um elementar ou espírito. A soma das aspirações mais nobres do ser humano, separada da memória das coisas terrenas, é numa palavra o ideal que ele criou para si durante a vida. Isto se transforma numa entidade dinâmica que não tem nada a ver com o eu atual deste indivíduo. Este ideal, mais ou menos elevado, é que será a fonte das existências futuras e que determinará o caráter. É digno de nota que ao se colocar em contato com as imagens astrais que o vidente reencontra toda a história das civilizações e dos outros seres que já existiram.

Suponha que seu reflexo em um espelho permaneça depois de sua partida com a sua cor, expressões, e todas as aparências da realidade, e terá uma imagem do que seja a imagem astral de um ser humano.

Os antigos conheciam perfeitamente o assunto e chamavam sombra a imagem astral que vagava nas regiões inferiores do astral, manes, a entidade pessoal ou que vagava as regiões superiores do astral e, finalmente, espírito propriamente dito, o ideal do ser.

Na evocação de um morto será preciso estabelecer com clareza se o apelo vai ser feito à sua imagem astral ou ao seu eu verdadeiro. No primeiro caso, o ser invocado se conduzirá como um reflexo num espelho. Ele será visível, poderá fazer alguns gestos e será fotografável, mas não poderá falar. É o fantasma de Banco em Macbeth, fantasma visível somente pelo rei e que não diz nenhuma palavra. No segundo caso, o evocado falará e diversos mortais poderão vê-lo ao mesmo tempo. É o caso do fantasma descrito em Hamlet.

Para uma rápida observação e profunda reflexão: Cascões Astrais são os cadáveres astrais, o corpo astral abandonado e em estado de desintegração, são desprovidos de qualquer espécie de consciência e de inteligência, vagueiam nas correntes astrais como nuvens impelidas por ventos contrários. Alguns elementais artificiais entram dentro destas cascas astrais e dão uma vida aparente a eles.

Em resumo, o plano astral encerra:

As entidades diretoras presidindo tudo o que acontece no astral. Essas entidades psíquicas são constituídas pelos homens superiores das humanidades antigas evoluídos por iniciativa própria.
Fluidos particulares formados por uma substância análoga à eletricidade, mas dotada de propriedades psíquicas: a luz astral.

Nestes fluidos circulam seres diversos capazes de sentir a influência da vontade humana: os elementais, muitas vezes constituídos pelas ideias vitalizadas dos homens.

Além desses princípios, podemos encontrar as formas futuras prestes a se manifestar no plano físico, formas constituídas pelo reflexo em negativo das ideias criadoras do mundo divino.

As imagens astrais dos seres e das coisa, reflexo em negativo do plano físico.

Fluidos emanados da vontade humana ou do mundo divino acionando o astral.

Corpos astrais de seres sobrecarregados de materialidade (suicidas), de seres em evolução (elementares) e de entidades humanas atravessando o astral para se encarnar (nascimento) ou depois da desencarnação (morte). Também podem ser encontrados os corpos astrais de adeptos ou feiticeiros em fase de experiência.

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