Por Jeff
Alves
Entre
o mundo físico e os planos superiores, há um plano intermediário que tem por
função receber as impressões do plano superior para realizá-las sobre a
matéria, da mesma forma que a mão de um artista está encarregada de receber as
impressões do cérebro e de fixá-las sobre a matéria. Este plano intermediário
entre o princípio das coisas e as próprias coisas é o que chamamos de Plano
Astral. Esta é uma região metafísica impossível de ser percebida apenas com a
razão.
No
mundo divino, as coisas são inicialmente criadas em princípio (em latência,
como as ideias). Este princípio passa pelo plano psíquico (outro nome para o
plano astral) e aí se manifesta em negativo, de forma que tudo que era luminoso
se torna obscuro e vice-versa. Sendo assim, não temos a imagem exata do
princípio, mas a modelagem desta imagem, que aparecerá em negativo. Uma vez
obtida tal modelagem, a criação “no astral” está terminada. Aí então começa a
criação no mundo visível. A forma astral age sobre a matéria e dá origem à sua
forma física. O astral não pode mudar os tipos que faz aparecer em seu molde,
pois não muda a imagem que reproduz. Para isto, seria necessário a criação de
um novo molde e isto só Deus e o homem poderão fazer.
Além
dos fluidos criadores, do arquétipo e dos fluidos conservadores do astral,
existem agentes que o movimentam. Os seres que povoam a região na qual agem as
forças “físico-químicas” receberam o nome de elementais ou espíritos dos
elementos. São análogos aos eritrócitos e leucócitos humanos. Eles agem nos
estágios inferiores do plano astral em contato direto com o físico. Estão em circulação
quase contínua nos fluidos do astral.
É
alvo de curiosidade a questão dos elementais, que obedecem à vontade boa ou má
de quem os dirige e são irresponsáveis por seus atos, tem provocado curiosas
polêmicas nestes últimos tempos. Utilizando da analogia para este caso,
lembremo-nos do cão em nosso plano físico, que faz o mesmo papel. O cão de um
bandido ataca um homem honesto quando o dono lhe ordena e o cão de um
fazendeiro faz a mesma coisa com um ladrão que tenta invadir a propriedade de
seu amo. Nos dois casos, o cachorro ignora se está avançando sobre um honesto
ou um bandido. Ele é irresponsável pelos seus atos e simplesmente obedece o seu
dono, único responsável. Este é o papel dos elementais no astral.
A
dominação dos elementais só pode ser realizada por ação comparável à ação da
disciplina militar. O Chefe de um exército consegue reunir em torno de si seres
conscientes e responsáveis através da admiração, fidelidade ou temor. Eles
podem identificar suas vontades com as do seu chefe ou serem forçados a isso.
Essa segunda ação é bem mais difícil que a ação sobre o cachorro. Acontece o
mesmo no plano psíquico, onde o elemental só obedece pelo devotamento ou pelo
medo, ficando no entanto sempre livre para resistir à vontade do mago.
Existem
ainda entidades dotadas de consciência, restos dos homens que acabaram de
morrer e cujas almas ainda não atingiram todas as suas evoluções. Essas
entidades são o que os espíritas chamam de espíritos e que o ocultismo chama de
elementares. Para diferenciação, elementares são entidades humanas em processo
de evolução, enquanto os elementais ainda não passaram pela humanidade, o que é
um ponto muito importante.
Além
dessas entidades, existem outras que causam as previsões dos videntes. São as
inteligências diretoras formadas pelos espíritos dos homens que alcançaram uma
evolução considerável. São análogos às células nervosas dos centros simpáticos
humanos. Receberam diversos nomes nos escritos antigos. Contentamo-nos em
salientar sua existência.
Foquemos
agora nas imagens astrais. No ocultismo, aprendemos que da mesma forma que
todas as coisas ou todos os seres projetam uma sombra sobre o corpo físico, da
mesma forma tudo projeta um reflexo sobre o plano astral. Cada homem deixa no
astral um reflexo, uma imagem característica. Com a morte, o ser humano
experimenta uma mudança de estado caracterizado pela destruição da coesão que
mantinha unido os princípios de origem e compleições diferentes. O corpo físico
retorna à terra, ao mundo físico de onde veio. O corpo astral e o ser psíquico
esclarecidos pela memória, inteligência, vontade e das lembranças e das ações
terrestres passam para o plano astral, principalmente a uma de suas regiões
mais elevadas, onde constituem um elementar ou espírito. A soma das aspirações
mais nobres do ser humano, separada da memória das coisas terrenas, é numa
palavra o ideal que ele criou para si durante a vida. Isto se transforma numa
entidade dinâmica que não tem nada a ver com o eu atual deste indivíduo. Este
ideal, mais ou menos elevado, é que será a fonte das existências futuras e que
determinará o caráter. É digno de nota que ao se colocar em contato com as
imagens astrais que o vidente reencontra toda a história das civilizações e dos
outros seres que já existiram.
Suponha
que seu reflexo em um espelho permaneça depois de sua partida com a sua cor,
expressões, e todas as aparências da realidade, e terá uma imagem do que seja a
imagem astral de um ser humano.
Os
antigos conheciam perfeitamente o assunto e chamavam sombra a imagem astral que
vagava nas regiões inferiores do astral, manes, a entidade pessoal ou que
vagava as regiões superiores do astral e, finalmente, espírito propriamente
dito, o ideal do ser.
Na
evocação de um morto será preciso estabelecer com clareza se o apelo vai ser
feito à sua imagem astral ou ao seu eu verdadeiro. No primeiro caso, o ser
invocado se conduzirá como um reflexo num espelho. Ele será visível, poderá
fazer alguns gestos e será fotografável, mas não poderá falar. É o fantasma de
Banco em Macbeth, fantasma visível somente pelo rei e que não diz nenhuma
palavra. No segundo caso, o evocado falará e diversos mortais poderão vê-lo ao
mesmo tempo. É o caso do fantasma descrito em Hamlet.
Para
uma rápida observação e profunda reflexão: Cascões Astrais são os cadáveres
astrais, o corpo astral abandonado e em estado de desintegração, são
desprovidos de qualquer espécie de consciência e de inteligência, vagueiam nas
correntes astrais como nuvens impelidas por ventos contrários. Alguns
elementais artificiais entram dentro destas cascas astrais e dão uma vida
aparente a eles.
Em
resumo, o plano astral encerra:
As
entidades diretoras presidindo tudo o que acontece no astral. Essas entidades
psíquicas são constituídas pelos homens superiores das humanidades antigas
evoluídos por iniciativa própria.
Fluidos
particulares formados por uma substância análoga à eletricidade, mas dotada de
propriedades psíquicas: a luz astral.
Nestes
fluidos circulam seres diversos capazes de sentir a influência da vontade
humana: os elementais, muitas vezes constituídos pelas ideias vitalizadas dos
homens.
Além
desses princípios, podemos encontrar as formas futuras prestes a se manifestar
no plano físico, formas constituídas pelo reflexo em negativo das ideias
criadoras do mundo divino.
As
imagens astrais dos seres e das coisa, reflexo em negativo do plano físico.
Fluidos
emanados da vontade humana ou do mundo divino acionando o astral.
Corpos
astrais de seres sobrecarregados de materialidade (suicidas), de seres em
evolução (elementares) e de entidades humanas atravessando o astral para se
encarnar (nascimento) ou depois da desencarnação (morte). Também podem ser
encontrados os corpos astrais de adeptos ou feiticeiros em fase de experiência.
Retirado e adaptado de: http://www.deldebbio.com.br/2012/09/06/o-plano-astral-e-o-hermetismo-parte-i/
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