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segunda-feira, 26 de março de 2012

Sobre o Dinheiro

Por Tiago Mazzon
Dinheiro é energia. Energia potencial. É uma energia acumulada que tem o potencial de fazer um certo número de coisas. Essas coisas que o dinheiro pode adquirir ou fazer são coisas que possuem um valor correspondente em quantidade de dinheiro.

Dessa forma, o dinheiro é um medidor de valor pra coisas ou serviços.

Então, o que realmente importa é o valor, não o dinheiro, visto que é o valor que damos às coisas que é o que dita quanto essas coisas custarão.

O valor vem de onde?

O valor vem da necessidade e do interesse das pessoas acerca das coisas e serviços. O valor vem do julgamento de que algo é mais ou menos importante.

Logo, se as pessoas passarem a não dar mais valor a algo, a quantidade de dinheiro necessária para adquiri-lo irá diminuindo pouco a pouco. Até que chegará num ponto em que não valerá quase nada, ou terá um valor em dinheiro bastante baixo.

O contrário também é verdade. Quando o valor aparente de alguma coisa sobe devido à necessidade, ao julgamento e/ou ao interesse das pessoas, o valor em dinheiro daquilo também aumenta.

Ou seja, se a maioria das pessoas julga que algo vale muito, o preço disso sobe, e vice-versa.

Portanto, o dinheiro é apenas um intermediário entre as coisas e serviços e as necessidades e interesses das pessoas. E o valor que se paga por tudo isso é algo subjetivo; é algo que está na nossa mente. Julgamos que algo possui um valor alto ou baixo, e isso acaba virando realidade física, na forma de preços altos ou baixos. Sem perceber, criamos os preços de tudo que nos rodeia, de acordo com a oferta e a procura, interesse, necessidade, mercado, etc.

Mas, então, as pessoas detêm em suas mãos o poder de mudar o preço das coisas e serviços?

Sim, em parte. Claro que há alguns bens de consumo e serviços que são extremamente importantes, praticamente básicos para a manutenção da vida das pessoas, então o preço deles é geralmente estável. Mas há MUITOS produtos e serviços que não se enquadram nessa categoria, e é onde se encontra a maior discrepância (diferença) entre Valor e Preço.

Mas um fato interessante que quero apontar é o seguinte: hoje em dia quase tudo possui um preço. Por causa disso, tendemos a pensar que “pode-se ter qualquer coisa tendo-se muito dinheiro”, o que acaba tirando o nosso foco do que realmente queremos, dos nossos objetivos. É um desvio de rota bastante eficaz, pois acaba colocando-nos numa busca incessante por mais dinheiro, achando que isso nos fará felizes. Esse paradigma é bastante divulgado nas grandes mídias, nas propagandas, nas “rodas de amigos”, nas revistas e nas novelas.

Porém, lembre-se que o dinheiro é apenas um intermediário. Ele não possui valor por si próprio. É apenas uma muleta, um artifício para realizar uma troca. Apenas isso. O que têm valor são as coisas e serviços, não a quantidade de dinheiro que custam. Veja, por exemplo, o projeto de Hospitalaria do TdC: pode-se adquirir um Mapa da sua Personalidade, completo com suas aptidões, maneirismos, forma de pensar, desafios e todos os seus traços pessoais através da doação de produtos ou dinheiro para instituições de caridade ou da doação de sangue em Hemocentros e Hospitais. Perceba que há uma clara troca de energias bastante benéficas de ambos os lados. Estamos ajudando pessoas, e estamos sendo ajudados em retorno. Há Valor sendo trocado sem a necessidade de dinheiro; de fato, o poder do dinheiro nessa transação perdeu totalmente a força, pois o foco é outro. Repare que mesmo quando se “paga” pelo Mapa Astral, esse dinheiro vai custear uma ajuda a alguma instituição filantrópica. É um exemplo bastante útil para a idéia discutida nesse texto.

Onde foi que erramos? Em que ponto da História o dinheiro passou a ter essa importância por si próprio? Acredito que esse momento foi crucial para a história da humanidade, pois definiu praticamente 90% da cultura ocidental atual. Hoje damos valor demais para o dinheiro, e valor de menos para outras coisas muito mais valiosas, as quais todos precisamos desesperadamente mas que estão parcialmente veladas devido à essa “corrida-do-ouro”, do enriquecimento, das posses… e também devido à busca pela segurança e pela auto-preservação.

Se as pessoas conseguissem desvincular o valor das coisas do seu preço em dinheiro, se conseguissem reavaliar o que realmente é valioso, separando do que é pagável em dinheiro do que não é… a importância que hoje se dá ao dinheiro diminuiria pouco a pouco, até chegar ao ponto ideal de equilíbrio.

Parece que todos estão tão ocupados (e pre-ocupados) de tal forma que deixam de notar algo muito importante: a vida está passando. O tempo está se esvaindo como areia entre os dedos de nossas mãos. Vamos viver para trabalhar pelo dinheiro ou viver de verdade? Como é dito em Wall-E, quando o capitão da nave grita a plenos pulmões: “Eu não quero sobreviver, eu quero VIVER!”

Considero o artifício do dinheiro como sendo bom e útil, desde que seja bem utilizado e colocado no seu devido lugar. É o que vai acontecer, em algum momento. Pois o equilíbrio é inevitável; uma hora ou outra chegaremos à neutralidade. Entretanto, podemos escolher entre esperar MUITO tempo para isso, ou começar a nos conscientizar e a agir desde já.

O dia em que percebermos que o dinheiro é somente um intermediário e agirmos de acordo com esse conhecimento, o reinado das Cascas Vazias sofrerá um terrível abalo. Estruturas antigas (e desprovidas de verdade ou de significado) ruirão. Mudanças jamais imaginadas ou sonhadas acontecerão. Mas antes disso é preciso entender e absorver profundamente a verdade de que detemos o poder para mudar nossas vidas para muito melhor, através da mudança na nossa forma de pensar e agir.

Auto-análise

O dinheiro comanda as suas escolhas?

A sua maior felicidade é ganhar dinheiro ou fazer o que gosta?

Você trabalha para ganhar dinheiro ou trabalha para exercer sua Verdadeira Vontade?

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