Um
produto que jamais mudou de embalagem, nunca fez um anúncio publicitário, tem
apenas um ponto de distribuição e nenhum local de venda definido está fadado ao
fracasso, diria qualquer profissional de marketing. Mas é seguindo essa receita
que em os biscoitos Globo em breve estarão chegando aos 60 anos de êxito no Rio
de Janeiro.
Todos
os dias a pequena fábrica no centro da cidade despeja nas ruas de 10 mil a 15
mil pacotes de seu único produto: biscoito de polvilho. A distribuição é feita
por centenas de vendedores ambulantes – nenhum contratado da empresa. Eles
compram embalagens com 50 unidades e saem vendendo os saquinhos pelos sinais de
trânsito e praias. O slogan é sempre o mesmo: “Biscoito Globo, salgado ou
doce”.
A
história dos Biscoitos Globo teve início no ano de 1953 quando os irmãos
Milton, Jaime e João Ponce, em virtude da separação dos pais, foram morar com
um primo que possuía uma padaria no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Os irmãos
aprenderam a fazer biscoitos de polvilho com o primo, os quais eram vendidos
nas ruas da capital paulista.
Em
1954, aproveitando o grande contingente de um congresso eucarístico no Rio de
Janeiro, os irmãos Ponce resolveram vender seus biscoitos na capital carioca.
Com base no sucesso das vendas os irmãos Ponce anteviram que, dadas as
características do biscoito, o Rio de Janeiro seria o mercado ideal para seu
produto.
O
biscoito de polvilho foi batizado com o nome Globo, homônimo à padaria para a
qual foram contratados, localizada em Botafogo. Iniciava-se então a história
dos famosos biscoitos de polvilho. O ano era 1955 e os biscoitos eram vendidos
nesta padaria e em mais sete outras, dos mesmos proprietários.
Notando
a grande demanda pelo biscoitos, os irmãos Ponce passaram a vender o produto
para outras redes de padarias e em 1963 formaram sociedade com um português,
expert em pães, o Sr. Francisco Nunes Torrão, que se mantém até hoje. Esta nova
empresa foi denominada oficialmente Panificação Mandarino Ltda.
Em
biscoito que está vendendo não se mexe. Por isso, o Globo só tem dois sabores:
salgado ou doce. A fórmula e o método de venda não mudaram. No início, para
atrair freguesia, 12 funcionários foram para as ruas vender o produto. O
Biscoito Globo nunca fez propaganda, recusou ofertas de abrir franquias em
outros estados, jamais mudou de o layout da embalagem, eles apenas tem uma
embalagem de plástico vendida em supermercados, e tem um único ponto de
distribuição: a fábrica.
Da
mesma forma, nunca pensou em licenciar a marca, por isso, a embalagem já
apareceu estampada em cangas, biquínis, bolsas, etc. A única inovação de design
está nas cores: os pacotes vermelhos vendem biscoito doce e os verdes, salgado
– herança de uma época em que os ambulantes eram analfabetos.
A
palavra polvilho vem do latim “pulvu”, que deu origem ao português “pó” e
“poeirento” (como o biscoito). Já a origem do quitute é muito menos conhecida.
Ele é um prato tradicional mineiro. Não se sabe ao certo quem inventou a
receita – apenas que é antiga. Segundo o historiador Câmara Cascudo, no século
18, as cozinheiras das fazendas de Minas Gerais, já preparavam biscoitos de
polvilho para servir aos senhores.
A
fábrica do Globo funciona de domingo a domingo, das 6h às 20h. Cerca de 350
ambulantes fazem fila na porta para comprar os 150 mil biscoitos produzidos
diariamente. São 10.714 biscoitos por hora.
Nos
dias de sol, são vendidos até 12 mil pacotes. Cada pacote, salgado ou doce,
custa R$ 0,70 e o ambulante pode revendê-lo pelo valor que quiser.
Retirado
e adaptado de:
faz parte de minha vida que me faz lembrar os bons momentos de descontraçao e liberdade e é claro,sao uma delicia!
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