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sábado, 31 de março de 2012

Oito Mitos Sobre o Amor

1. O amor é fidelidade.
Para algumas pessoas, ser infiel significa alguém com mais de um parceiro amoroso, para outros é apenas alguém que mente ou esconde informações. No que todos concordam é que a fidelidade é um acordo mútuo, um espaço de liberdade acordado pelo casal, e por isso, é importante ter regras claras para que os dois se comprometam a respeitá-las..

2. Se o sexo funcionar, tudo funciona.
Há quem canalize as suas crises através dele, mas isso não significa que tudo esteja calmo. Por outro lado, há casais que, em períodos de stress ou de necessidade concentração, precisam de distância. É certamente importante, mas não o "mais" importante.

3. O tempo vai resolver tudo.
Permite observar-se melhor algumas situações, no entanto, não lidar com outras a tempo, pode gerar problemas mais complicados. Se for algo que possa deixar para trás, siga em frente, mas se estiver amargurado com a vida, o melhor é mesmo falar sobre isso a tempo.

4. O meu amor vai mudá-lo.
Ninguém muda a menos que você deseje e mudanças forçadas são sempre superficiais. Um dos objetivos é ajudar o casal a crescer juntos, e não o de satisfazer as expectativas do outro.

5. O ciúme é uma prova de amor.
Absolutamente não, pode até destruí-lo. Todos somos ciumentos em menor ou maior escala, e o melhor a fazer é resolver essa questão, de modo a não deixar que acabe por nos transformar em espiões e inquisidores do nosso parceiro.

6. Nós dizemos tudo um ao outro.
Ter uma boa comunicação com o parceiro é essencial, mas entre isso e contar todos os detalhes da sua vida inteira há uma diferença enorme. Uma delas é o direito de manter secretos certos capítulos da sua vida, mesmo que haja aspectos da vida do seu parceiro que você realmente não quer saber. A cultura da transparência seria melhor.

7. Eu te amo. Tu deverias ler a minha mente.
Quando alguém ama o outro, é-lhe dada a tarefa de o conhecer, de perceber e intuir as suas necessidades ou reações. Espere que o outro nos adivinhe o pensamento está a atribuir uma responsabilidade muito grande que, em princípio, cabe-nos apenas a nós: expressar as nossas necessidades.

8. Discussões, um mal necessário.
É bom haver, especialmente durante os períodos de adaptação e mudança, mas se discute o tempo todo com o desejo de destruir o outro, então será melhor repensar toda a relação.

Retirado de:

sexta-feira, 30 de março de 2012

Para Aquecer a Alma

 Por Nelson Junior
O autor e conferencista Leo Buscaglia certa ocasião falou de um concurso em que tinha sido convidado como jurado. O objetivo era escolher a criança mais cuidadosa. Eis alguns dos vencedores:

1.
Um garoto de 4 anos tinha um vizinho idoso ao lado, cuja esposa havia falecido recentemente.
Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele, e simplesmente sentou-se em seu colo. Quando a mãe perguntou a ele o que havia dito ao velhinho, ele respondeu:
- Nada. Só o ajudei a chorar.

2.
Os alunos da professora de primeira série Debbie Moon estavam examinando uma foto de família.
Uma das crianças da foto tinha os cabelos de cor bem diferente dos demais. Alguém logo sugeriu que essa criança tivesse sido adotada.
Logo uma menina falou:
- Sei tudo sobre adoção, porque eu fui adotada.
Logo outro aluno perguntou-lhe:
- O que significa "ser adotado"?
- Significa - disse a menina - que você cresceu no coração de sua mãe, e não na barriga!

3.
Sempre que estou decepcionado com meu lugar na vida, eu paro e penso no pequeno Jamie Scott.
Jamie estava disputando um papel na peça da escola. Sua mãe me disse que tinha procurado preparar seu coração, mas ela temia que ele não fosse escolhido. No dia em que os papéis foram escolhidos, eu fui com ela para buscá-lo na escola. Jamie correu para a mãe, com os olhos brilhando de orgulho e emoção:
- Adivinha o quê, mãe!
E disse aquelas palavras que continuariam a ser uma lição para mim:
- Eu fui escolhido para bater palmas e espalhar a alegria!

4.
Conta uma testemunha ocular de Nova York:
Num frio dia de dezembro, alguns anos atrás, um rapazinho de cerca de 10 anos, descalço, estava em pé em frente a uma loja de sapatos, olhando a vitrina e tremendo de frio. Uma senhora se aproximou do rapaz e disse:
- Você está com pensamento tão profundo, olhando essa vitrine!
- Eu estava pedindo a Deus para me dar um par de sapatos - respondeu o garoto...
A senhora tomou-o pela mão, entrou na loja e pediu ao atendente para dar meia dúzia de pares de meias para o menino. Ela também perguntou se poderia conseguir-lhe uma bacia com água e uma toalha. O balconista rapidamente atendeu-a e ela levou o garoto para a parte detrás da loja e, tirando as luvas, se ajoelhou e lavou seus pés pequenos e secou-os com a toalha.
Nesse meio tempo, o empregado havia trazido as meias. Calçando-as nos pés do garoto, ela também comprou-lhe um par de sapatos.
Ela amarrou os outros pares de meias e entregou-lhe. Deu um tapinha carinhoso em sua cabeça e disse:
- Sem dúvida, vai ser mais confortável agora.
Como ela logo se virou para ir, o garoto segurou-lhe a mão, olhou seu rosto diretamente, com lágrimas nos olhos e perguntou:
- Você é a esposa de Deus?

quinta-feira, 29 de março de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

Yin/Yang: O Equilíbrio do Movimento


Por Leonardo Boff
A tradição do Tao vê a história como um jogo dialético e complementar de dois princípios: yin e yang, forças  subjacentes a todos os fenômenos humanos e cósmicos. Procurando luzes para entender e sair da crise global talvez este olhar holístico dos sábios orientais nos possa inspirar.

A figura de referência para representar estes dois princípios é a montanha. O lado norte, coberto pela sombra, é o yin, que em chinês quer dizer sombreamento e corresponde à dimensão Terra. Ele se expressa pelas qualidades da anima, do feminino nos homens e nas mulheres: o cuidado, a ternura, a acolhida, a cooperação, a intuição e a sensibilidade pelos mistérios da vida. 

O yang significa a luminosidade do lado sul e corresponde à dimensão Céu. Ele ganha corpo no animus, as qualidades masculinas no homem e na mulher como o trabalho, a competição, o uso da força, a objetivação do mundo, a análise e a racionalidade discursiva e técnica.

A sabedoria milenar do Taoísmo ensina que estas duas forças devem ser balanceadas para que o caminhar das coisas se faça de forma, a um tempo, dinâmica e harmônica. Pode ocorrer que uma predomine sobre a outra, mas importa buscar,  o tempo todo, o equilíbrio difícil entre elas.

O yin e o yang remetem a uma energia mais originária, um círculo que contem a ambos: o Shi. O Shi é a energia cósmica que tudo sustenta, penetra e move A teologia yorubá e nagô, tão presentes na Bahia, ensina que essa energia é o Axé universal, com as mesmas funções do Shi. Os cristãos falam do Spiritus Creator, ou do Sopro cósmico, que enche e dinamiza toda a criação. Os modernos cosmólogos se referem à constante cosmológica que é Energia de fundo que produziu aquele minúsculo ponto que se inflacionou e depois explodiu – big bang – dando origem ao nosso universo. Após esta incomensurável explosão a Energia de fundo se desdobrou nas quatro forças fundamentais que atuam sempre juntas e que subjazem a todos os eventos – a energia gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e forte – para as quais não existe, na verdade, nenhuma teoria explicativa.

Nossa cultura ocidental, hoje globalizada, rompeu esta visão integradora e dinâmica. Ela enfatizou tanto o yang que tornou anêmico o yin. Por isso, permitiu que o racional recalcasse o emocional, que a ciência se inimizasse com a espiritualidade, que o poder negasse o carisma, que a concorrência prevalecesse sobre a cooperação e a exploração da natureza descurasse o cuidado e o respeito devidos. Este desequilíbrio originou o antropocentrismo, o patriarcalismo, a pobreza espiritual, a cultura materialista e predadora e a atual crise ecológica global.

Somente com a integração da força do yin, da anima, da logique du coeur (Pascal), do mundo dos valores, corrigindo a exacerbação do yang, do animus, do espírito de dominação, podemos proceder às correções necessárias e dar um novo rumo ao nosso projeto planetário.

Na tradição do cânon ocidental expressamos o mesmo fenômeno do yin e do yang referindo-nos a duas figuras mitológicas: Apolo e Dionísio.

A dimensão Apolo está no lugar da ordem, da razão, da disciplina, numa palavra da lei do dia sob a qual se rege a sociedade organizada. A dimensão Dionísio representa a liberdade face às leis, a coragem de violar interditos, a exaltação da alegria de viver e a inauguração do novo, numa palavra, a lei da noite, que é o momento em que as censuras caem e tudo fica gris e indefinido.

Atualmente vivemos uma conjuntura toda particular, marcada pelo excesso. Perdemos a coexistência do yin com o yang, de Apolo com Dionísio. Se não encontrarmos um ponto de equilíbrio tudo pode acontecer, até um flagelo antropológico. Precisamos de uma loucura sábia que possibilite uma nova síntese entre esses dois pólos para reinventar um novo caminho que nos garanta o futuro.

Leonardo Boff é teólogo e autor de Etica da Vida: a Nova Centralidade, Record 2009

Retirado de:

terça-feira, 27 de março de 2012

O Carro Maldito do Arquiduque Franz Ferdinand

Por Philippe Piet van Putten
Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Franz Ferdinand, da Áustria, recebia o novíssimo carro de passeio feito especialmente para a visita que ele e sua esposa faziam a Sarajevo, na Iugoslávia. O casal e sua comitiva se deslocavam pelas ruas da cidade, no veículo de polida cor vermelha, quando um jovem enfurecido atirou contra o arquiduque e sua mulher, que morreram no local. Este assassinato foi o estopim da Primeira Guerra Mundial, com 20 milhões de óbitos.

Uma semana após a deflagração da guerra na Europa, o general Potiorek, da Áustria, apoderou-se da casa do governador de Sarajevo e também do carro. Vinte e um dias depois, o general sofreu uma arrasadora derrota na Batalha de Valievo, perdeu o comando e foi mandado de volta para Viena, onde morreu pobre e mentalmente doente.

O veículo passou à guarda de um capitão que colaborara com Potiorek. Nove dias depois, dirigindo em alta velocidade, o capitão matou dois transeuntes e morreu ao colidir com uma árvore.

Após a guerra, o novo governador ficou com o automóvel e mandou restaurá-lo. Em quatro meses ele sofreu quatro acidentes.

A má reputação do calhambeque não impressionou um tal dr. Srkis, que o adquiriu por uma bagatela. Passados seis meses, o médico foi encontrado morto, esmagado, ao lado do carro que virará sobre ele. A mulher do médico vendeu o veículo para um joalheiro, que o aproveitou por um ano, até suicidar-se.

O próximo proprietário foi outro médico, cujos pacientes o abandonaram com medo da maldição. O doutor vendeu o automóvel para um corredor suíço, que morreu ao entrar numa competição automobilística com o carro.

Em seguida, um fazendeiro assumiu o calhambeque, fez reformas nele e dirigiu por muitos meses sem problemas. Certa manhã ao tentar rebocá-lo, perdeu o controle da viatura e faleceu numa curva. Tiber Hirsh-field, dono de uma garagem, comprou o veículo, que restaurou e pintou de azul. Indiferente à maldição, morreu com quatro amigos numa batida.

Reconstruído com verbas do governo, o famigerado carro foi mandado para um museu em Viena. Na Segunda Guerra, uma bomba dos Aliados caiu sobre o museu e reduziu o indesejado objeto a lata.

Publicado na Revista Planeta, número 198 de março de 1989.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Sobre o Dinheiro

Por Tiago Mazzon
Dinheiro é energia. Energia potencial. É uma energia acumulada que tem o potencial de fazer um certo número de coisas. Essas coisas que o dinheiro pode adquirir ou fazer são coisas que possuem um valor correspondente em quantidade de dinheiro.

Dessa forma, o dinheiro é um medidor de valor pra coisas ou serviços.

Então, o que realmente importa é o valor, não o dinheiro, visto que é o valor que damos às coisas que é o que dita quanto essas coisas custarão.

O valor vem de onde?

O valor vem da necessidade e do interesse das pessoas acerca das coisas e serviços. O valor vem do julgamento de que algo é mais ou menos importante.

Logo, se as pessoas passarem a não dar mais valor a algo, a quantidade de dinheiro necessária para adquiri-lo irá diminuindo pouco a pouco. Até que chegará num ponto em que não valerá quase nada, ou terá um valor em dinheiro bastante baixo.

O contrário também é verdade. Quando o valor aparente de alguma coisa sobe devido à necessidade, ao julgamento e/ou ao interesse das pessoas, o valor em dinheiro daquilo também aumenta.

Ou seja, se a maioria das pessoas julga que algo vale muito, o preço disso sobe, e vice-versa.

Portanto, o dinheiro é apenas um intermediário entre as coisas e serviços e as necessidades e interesses das pessoas. E o valor que se paga por tudo isso é algo subjetivo; é algo que está na nossa mente. Julgamos que algo possui um valor alto ou baixo, e isso acaba virando realidade física, na forma de preços altos ou baixos. Sem perceber, criamos os preços de tudo que nos rodeia, de acordo com a oferta e a procura, interesse, necessidade, mercado, etc.

Mas, então, as pessoas detêm em suas mãos o poder de mudar o preço das coisas e serviços?

Sim, em parte. Claro que há alguns bens de consumo e serviços que são extremamente importantes, praticamente básicos para a manutenção da vida das pessoas, então o preço deles é geralmente estável. Mas há MUITOS produtos e serviços que não se enquadram nessa categoria, e é onde se encontra a maior discrepância (diferença) entre Valor e Preço.

Mas um fato interessante que quero apontar é o seguinte: hoje em dia quase tudo possui um preço. Por causa disso, tendemos a pensar que “pode-se ter qualquer coisa tendo-se muito dinheiro”, o que acaba tirando o nosso foco do que realmente queremos, dos nossos objetivos. É um desvio de rota bastante eficaz, pois acaba colocando-nos numa busca incessante por mais dinheiro, achando que isso nos fará felizes. Esse paradigma é bastante divulgado nas grandes mídias, nas propagandas, nas “rodas de amigos”, nas revistas e nas novelas.

Porém, lembre-se que o dinheiro é apenas um intermediário. Ele não possui valor por si próprio. É apenas uma muleta, um artifício para realizar uma troca. Apenas isso. O que têm valor são as coisas e serviços, não a quantidade de dinheiro que custam. Veja, por exemplo, o projeto de Hospitalaria do TdC: pode-se adquirir um Mapa da sua Personalidade, completo com suas aptidões, maneirismos, forma de pensar, desafios e todos os seus traços pessoais através da doação de produtos ou dinheiro para instituições de caridade ou da doação de sangue em Hemocentros e Hospitais. Perceba que há uma clara troca de energias bastante benéficas de ambos os lados. Estamos ajudando pessoas, e estamos sendo ajudados em retorno. Há Valor sendo trocado sem a necessidade de dinheiro; de fato, o poder do dinheiro nessa transação perdeu totalmente a força, pois o foco é outro. Repare que mesmo quando se “paga” pelo Mapa Astral, esse dinheiro vai custear uma ajuda a alguma instituição filantrópica. É um exemplo bastante útil para a idéia discutida nesse texto.

Onde foi que erramos? Em que ponto da História o dinheiro passou a ter essa importância por si próprio? Acredito que esse momento foi crucial para a história da humanidade, pois definiu praticamente 90% da cultura ocidental atual. Hoje damos valor demais para o dinheiro, e valor de menos para outras coisas muito mais valiosas, as quais todos precisamos desesperadamente mas que estão parcialmente veladas devido à essa “corrida-do-ouro”, do enriquecimento, das posses… e também devido à busca pela segurança e pela auto-preservação.

Se as pessoas conseguissem desvincular o valor das coisas do seu preço em dinheiro, se conseguissem reavaliar o que realmente é valioso, separando do que é pagável em dinheiro do que não é… a importância que hoje se dá ao dinheiro diminuiria pouco a pouco, até chegar ao ponto ideal de equilíbrio.

Parece que todos estão tão ocupados (e pre-ocupados) de tal forma que deixam de notar algo muito importante: a vida está passando. O tempo está se esvaindo como areia entre os dedos de nossas mãos. Vamos viver para trabalhar pelo dinheiro ou viver de verdade? Como é dito em Wall-E, quando o capitão da nave grita a plenos pulmões: “Eu não quero sobreviver, eu quero VIVER!”

Considero o artifício do dinheiro como sendo bom e útil, desde que seja bem utilizado e colocado no seu devido lugar. É o que vai acontecer, em algum momento. Pois o equilíbrio é inevitável; uma hora ou outra chegaremos à neutralidade. Entretanto, podemos escolher entre esperar MUITO tempo para isso, ou começar a nos conscientizar e a agir desde já.

O dia em que percebermos que o dinheiro é somente um intermediário e agirmos de acordo com esse conhecimento, o reinado das Cascas Vazias sofrerá um terrível abalo. Estruturas antigas (e desprovidas de verdade ou de significado) ruirão. Mudanças jamais imaginadas ou sonhadas acontecerão. Mas antes disso é preciso entender e absorver profundamente a verdade de que detemos o poder para mudar nossas vidas para muito melhor, através da mudança na nossa forma de pensar e agir.

Auto-análise

O dinheiro comanda as suas escolhas?

A sua maior felicidade é ganhar dinheiro ou fazer o que gosta?

Você trabalha para ganhar dinheiro ou trabalha para exercer sua Verdadeira Vontade?

Retirado de:

domingo, 25 de março de 2012

Sobre o Sentido da Vida

Por Igor Teo
Podemos refletir sobre a verdade como sendo algo individual e dependente da experiência pessoal. Não podemos ter certeza absoluta sobre nada (“não sabemos, só podemos conjeturar”, disse Karl Popper) e como a verdade é relativa (embora isso não exclui a existência do erro).

À primeira vista, esta perspectiva pode ser alvo de crítica quanto ao individualismo: um mundo em que cada pessoa vive voltada para si mesma, vivendo apenas em função de seus próprios preconceitos. Mas sabemos que não é assim que acontece na prática, pois por mais subjetivo que sejam nossos conceitos, compartilhamos uma realidade funcional.

Todo ser, como parte do Universo, está relacionado com o resto do mundo, e, portanto, não é capaz de viver apenas em si mesmo. Se fossemos criaturas isoladas em si mesmas seria impossível que você, leitor, estivesse acompanhando esse raciocínio. Apesar de possuirmos valores diferentes, compartilhamos significados, sentidos e conhecimentos. Para isso utilizamos a linguagem.
A linguagem se estrutura a partir de símbolos compartilhados. Quando uso palavras, conjugo verbos, vocês são capazes de entender, pois compartilham, na maioria das vezes, dos mesmos significados.

Nem sempre ocorre como desejamos, pois muitas vezes uma palavra que possui um sentido para alguns, pode possuir um sentido oposto para outros. Um poeta poderia se sentir lisonjeado se lhe falassem que ele possui um toque anarquista em seus ideais, se for esta uma característica que ele preze. Dentro de um regimento militar, um anarquista não seria bem recebido.

A linguagem permite que indivíduos possam ter conhecimento não apenas de suas próprias verdades, mas participar da definição de verdade construída por outrem. O diálogo entre diferentes formas de encarar a realidade fazem com que cada perspectiva seja afetada de alguma forma, e mesmo que ao final não encontrem um sentido comum, tornam-se mais sofisticadas.

Muito se questiona qual o sentido da vida e por qual razão vivemos. Durante a história da humanidade muitos filósofos, pensadores, religiosos e atualmente cientistas, tentaram responder esta pergunta. A realidade é que não há nenhuma evidência provando que a vida tenha algum sentido universal ou que haja um propósito definitivo para tudo isso.


O que cada um desses filósofos, pensadores, religiosos e cientistas fizeram foram compartilhar as suas próprias perspectivas quanto ao sentido da vida.

Pensemos em uma cadeira. Qual o sentido da existência da cadeira? Alguém logo responderia: “para que alguém sentar nela”. Sim, mas também ela pode ser usada como um degrau quando queremos alcançar algo no alto. Ou mesmo uma arma quando alguém se envolve em uma briga.


Esse simples exemplo visa apenas demonstrar como os objetos do mundo não tem sentido em si mesmos. O Universo, assim como os objetos que existem nele, simplesmente é o que é. Somos nós que criamos relações entre os objetos e damos algum significado para eles.


E o mesmo acontece com a nossa própria vida. Como diz o personagem Rorschach de Watchmen, graphic novel escrita por Alan Moore: “Vivemos nossas vidas por não termos nada melhor para fazer. Inventamos uma razão depois.”

“Mas se a vida é ausente de sentido, por que não suicidar-se?”, questionariam-se muitos. Em primeiro lugar, o suicídio seria uma atitude covarde diante do abismo da ausência de sentido. Como resposta, eu costumo citar o Übermensch, o além-do-homem, proposto por Nietzsche. O além-do-homem é o homem que se tornou capaz de olhar para o abismo e não tremer diante dele. O além-do-homem superou o niilismo (a ausência de sentido), pois ele cria seu próprio sentido de existir (ou descobre a sua Verdadeira Vontade?).

E como ficam as religiões, os messias e as ideologias que norteiam a vida de bilhões de pessoas? Bem, os messias também podem ser considerados Übermenschen: pessoas extraordinárias que buscaram construir seu próprio conhecimento ao invés de aceitar simplesmente a ordem imposta, e uma vez que descobriram modos de vida saudáveis, compartilharam seu próprio “sentido da vida” com os demais através da linguagem. O problema é quando se constrói uma casca de fundamentalismo em torno dessas idéias, criando verdadeiros dogmas que atrapalham mais do que ajudam quando esses ensinamentos são descontextualizados e repetidos em forma de mandamentos universais.

É muitas vezes impossível discutir esses assuntos em determinados locais e/ou com determinadas pessoas, pois parte-se do pressuposto de que a fé deve ser respeitada independente do contexto. Há de se perceber, no entanto, que isto se trata de uma barreira que se coloca para proteção daquelas crenças individuais ou coletivas contra uma possível refutação diante de contradições claras.


A má estruturação religiosa, circunscrita a dogmas, acaba por não satisfazer um dos motivos mais importantes da religião existir: a formação adequada da moral. Atualmente a moral pode ser ensinada por bases filosóficas, independente de religiosidade.


Ainda assim muitas religiões possuem preceitos dignos e grandes lições de vida em seu lado esotérico. No entanto, há aqueles que se prendem aos aspectos exteriores, isto é, o lado exotérico, e as conseqüências são péssimas para a humanidade.

Retirado e adaptado de:

sábado, 24 de março de 2012

Como Funciona a Sua Fé


Holografias e Egrégoras Falsos
Por Igor Teo
Muito se tem falado de mudança energética, salto quântico, transição de eras e assim por diante. Mas grande maioria das pessoas, pouco sabe o que isso realmente significa.
Quando entramos nesse tema, acabamos nos dividindo em vários assuntos que tem como suposta finalidade chegar no ponto principal, a Nova Era de Aquário. E um desses assuntos são as canalizações.

Isso acabou se tornando uma "febre" se espalhando pela internet inteira. Blogs e sites com milhares de canalizações de todos os arcanjos e mestres que se possa imaginar. Por um lado, isso é muito bom pois mostra que muitos estão começando a canalizar. Muitos que nem ao menos sabiam o que era isso, começaram a escrever textos e frases intuitivas. Mas por outro lado, isso é bem delicado, e é isso que pretendo tentar explicar nesses posts.

Quando canalizamos algo, isso pode estar vindo de vários lugares:
- Do Plano Espiritual
- Do Plano Astral
- Do Plano Mental
- Do Eu Superior da pessoa
- Do Eu Inferior da pessoa
- E assim por diante...

A mensagem pode estar vindo de diversos lugares, podendo ser desde o plano espiritual até mesmo ser da mente da própria pessoa. Vamos criar um exemplo:
Digamos que a mensagem está realmente vindo do plano espiritual, de algum ser ou entidade. Quando uma pessoa "recebe" a informação, a própria informação já está sendo "contaminada" pela própria pessoa. Pois vamos lembrar de que somos apenas um "canal" por onde a informação vai passar. Se o canal estiver contaminado de holografias e mentiras, muito provavelmente a mensagem também se tornará distorcida e contaminada.

Vamos explicar melhor sobre essas tais holografias:
Holografia é algo criado com o propósito de se parecer com "alguma coisa", mas que na realidade é completamente falso e ilusório. (...) Esses egrégoras e hologramas são apenas imagens que são fortalecidas, ancoradas e alimentadas pelas próprias pessoas.

Vamos pegar como exemplo a estátua com a imagem de Nossa Senhora, aquela que saiu "lágrimas" de seus olhos e todos conceberam como milagre. Por que isso aconteceu?
Milhares de pessoas num único local (a igreja), orando e mentalizando uma só coisa, um só objetivo, uma só imagem. Isso gera um imenso egrégora de força e sustentação no local e é isso que faz com que esses fenômenos aconteçam com o decorrer do tempo.

As pessoas criam um plano de energia expecífico para aquilo. E todos os dias alimentam essa energia criada, orando para estátuas e imagens. A realidade é que as pessoas dão forças para estátuas de madeira e gesso, e acabam se esquecendo de dar forças para si mesmas.

Quando a pessoa faz uma oração para um santo ou imagem, ela mesma está se curando com a "Fé" dela mesma, pois está trabalhando sua força interior, que TODOS nós temos e que basta apenas aprendermos a utilizar. Ela não se curou com a força do santo para quem ela fez a prece, foi ela mesma quem se curou.
Imagine esse força de vontade e "fé", vinda de milhares e milhares de "fiéis", sendo direcionada para um único propósito, uma única imagem... É algo realmente forte e de energia assombrosa!

Essas energias formam Egrégoras. (...)

Para se manter um egrégora em ação, basta que você o "alimente". Por exemplo, quando temos medo de algo, por que é que agente acaba atraindo seres obsessores para nosso lado, que estão nessa frequência de energia de medo?

Pois conforme você sente medo, você alimenta esse sentimento cada vez mais e isso gera um egrégora em sua volta. Como todo pensamento é energia e toda energia é magnética, todo esse magnetismo que você cria acaba atraindo seres que estão e se alimentam dessa frequência.Conforme você faz isso, você está simplesmente criando um egrégora a sua volta! Simples assim!

Por isso, temos por obrigação em não pensar em coisas negativas, para não atrairmos seres negativos para nosso lado. Se pensamos apenas coisas positivas, sempre, estaremos atraindo seres positivos e de Luz para nosso lado e repelindo seres de baixas frequências de energia, pois não conseguirão se aproximar.

Lembre-se que todo pensamento é energia e toda energia é magnetismo.

Se você sustenta um egrégora de pensamentos negativos, como medos, pânico, pavores, pensamento em doenças... você estará atraindo pessoas e seres com mesma energia. E também estará se conectando num outro egrégora, maior ainda.

Um ótimo exemplo é a Tv. Quando você liga a Tv e coloca no canal de notícias, tem milhares de pessoas se conectando naquilo, na mesma coisa ao mesmo tempo. Você então já está se conectando com aquelas pessoas que estão assistindo o programa e tudo sendo direcionado para um imenso egrégora.Imagine o egrégora como uma "núvem" de informações. Essas informações podem ser tanto positivas como negativas.

O que você pensa enquanto está assistindo um noticiário? Você fica com medo de assalto, medo de morte, medo de assassinato, medo de sequestro, medo de bala perdida, medo de estupro, medo de sair nas ruas, medo, medo e medo...

Aí você sai nas ruas com esse pensamento e energia negativa.

O que você irá atrair para você?

Retirado de:

sexta-feira, 23 de março de 2012

Superando o Analfabetismo Funcional


A gravidade de um problema invisível
É consenso entre os pesquisadores da área de educação que o Brasil deve ter entre sua população alfabetizada cerca de 70% de analfabetos funcionais. Esse dado mostra o estado de calamidade pública em relação ao ensino em nosso país.

O analfabetismo funcional é um fenômeno no qual pessoas alfabetizadas, em todos os níveis de ensino, sabem ler e escrever, mas não conseguem interpretar os textos lidos. Manolo Perez, diretor pedagógico da Ponto Cursos e Concursos, nos dá um exemplo de como esse mecanismo funciona: "Na frase O mundo é uma aldeia global, imaginemos que uma pessoa identifique corretamente a ideia de mundo como planeta, a ideia de aldeia como a vila de uma tribo e a palavra global como algo que tem a ver com o globo. No entanto, ela não consegue compreender que a frase tem um componente metafórico no qual o mundo é colocado como um lugar onde as relações de proximidade e familiaridade de uma pequena vila são reproduzidas em grande escala, em âmbito global".

Em razão disso, podemos dizer que, em um plano mais abstrato, um leitor proficiente também entenderá que essa frase tem a ver com o mundo atual, mundo de possibilidades de comunicação instantânea e global.

O processo que leva uma pessoa a ser um analfabeto funcional ainda é um tanto ou quanto desconhecido. Alguns pesquisadores da área de educação pensam que o problema reside na qualidade do processo de alfabetização, ou da má utilização dos novos métodos de alfabetização. A falta de conhecimento profundo desses métodos por parte do professor acaba gerando uma implementação apenas superficial do ensino da linguagem.

Por outro lado, alguns argumentam que a distância cada vez mais acentuada entre língua escrita e falada no Brasil teria acabado por provocar a necessidade de um duplo trabalho para o aluno alfabetizado: ler e escrever em português como se estivesse traduzindo uma língua estrangeira para a sua língua nativa, aquela na qual pensa e se comunica verbalmente. Nesse caso o alfabetizador só teria sucesso na superação do analfabetismo funcional ao abordar o Português com um método de ensino para línguas estrangeiras.

Segundo o professor Manolo, que trabalha com superação de problemas escolares há mais de 30 anos e é pesquisador do Gepi - Grupo de Estudos e Pesquisas em Interdisciplinaridade da PUC/SP-, o analfabetismo funcional é o grande desafio do Brasil no início do século XXI. Segundo ele, a Ponto Cursos e Concursos, escola preparatória para concursos públicos, identificou o problema do analfabetismo funcional mesmo entre os alunos que almejam cargos públicos de nível superior e resolveu atuar sobre o problema. "A partir dos conceitos da Interdisciplinaridade, produzimos um projeto pedagógico voltado para a superação dos problemas escolares e entre eles o analfabetismo funcional. É necessário trabalhar o conhecimento da língua tanto com a gramática como com a interpretação e criação de textos. Sem a superação na compreensão textual fica muito difícil aprender mais e avançar em qualquer tipo de preparação, seja ela acadêmica ou profissional."

Os pesquisadores em educação estão trabalhando sobre esse assunto tão importante, mas resta perguntar: e a população, dá importância a esse problema?

Sem vontade política e demanda social não há como superar o problema do analfabetismo funcional.


quinta-feira, 22 de março de 2012

O Perfeito Imbecil Politicamente Incorreto


Por Cynara Menezes
No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as ideias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião. Saiba como reconhecê-lo.

Em 1996, três jornalistas – entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro – lançaram com estardalhaço o “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundiais depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.

Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano como gerou filhos. No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação. Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:

1. o “pensador” imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apoia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu. Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.

2. o comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.

3. o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.

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quarta-feira, 21 de março de 2012

O Que Comer para diminuir as Cólicas Menstruais

A maioria das mulheres sempre sofreram do mal das cólicas menstruais, que causam um grande desconforto durante o período menstrual, não amenizando nem com o uso de analgésicos.

  Para a nutricionista Dra. Roseli Rossi, “esse sintoma é desencadeado pelo hormônio feminino estrógeno, que durante o ciclo tem seus níveis elevados e ocasionam uma maior produção de substâncias denominada prostaglandinas. Assim, o útero se torna mais espesso e ocasiona contrações musculares para que ocorra a saída do sangue menstrual, desencadeando sintomas dolorosos, denominados cólicas menstrual ou dismenorréia.

  Para que este desconforto se torne moderado a Dra. Roseli Rossi dá dicas de como evitar ou minimizar esses desconfortos, fazendo o uso de certos tipos de alimentos.

- É importante reduzir o consumo de gorduras nessa época (Ex: frituras, manteiga, carnes gordurosas, etc.), já que essa é uma das principais responsáveis pela elevação dos níveis de estrógeno, com conseqüente aparecimento das cólicas.

- O consumo de alimentos ricos em fibras tem se mostrado bastante benéficos no controle das cólicas, pois favorecem a eliminação do estrógeno em excesso no organismo. Já aqueles pobres em fibras, fazem com que o estrógeno não consiga ser eliminado e acabam retornando à corrente sanguínea. Portanto, inclua na alimentação cereais integrais, frutas e verduras e fuja dos alimentos refinados e pobres em fibras.

- O abacaxi é uma fruta bastante interessante para amenizar os sintomas, pois contém bromelina, substância que além de melhorar a digestão, também é antiinflamatória.

- Alimentos ricos em cálcio, como vegetais verdes escuros, leites e derivados, agem diretamente sobre a musculatura lisa do útero e reduzindo as contrações musculares dolorosas (cólicas menstruais). Também são ricos em triptofano, aminoácido precursor da serotonina, ligado à sensação de prazer e bem estar, auxiliando nos casos de tensão-pré-menstrual (TPM).

- Os alimentos ricos em magnésio, possuem ação semelhante ao cálcio e auxiliam na eliminação de toxinas, típicas desse período. Pode ser encontrado em alimentos como: banana, leite, aveia e beterraba, ajudam a eliminar toxinas e consequentemente as cólicas.

- Também é interessante controlar a intensidade do fluxo menstrual para amenizar o sintoma, já que quanto maior o fluxo, maior será a contração da musculatura do útero para conseguir eliminar o sangue menstrual. A deficiência de alimentos ricos em manganês, presente em frutas (principalmente abacaxi) e vegetais; grãos integrais; nozes e sementes são um dos principais responsáveis pelo aumento do fluxo.

“É importante lembrar que, a alimentação certamente pode colaborar para amenizar os sintomas das cólicas menstruais, mas de qualquer forma existem diversos motivos relacionados ao seu aparecimento e, portanto, devem sempre ser investigados junto ao seu médico ginecologista”, finaliza a nutricionista.

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O Humor Brasileiro Reflete a Falta de Uma Identidade


Por Rodrigo Levino
Há um humor tipicamente brasileiro? Baseado em formatos importados e de história relativamente recente, o humor nacional não parece muito descolado de seus modelos estrangeiros. Mas ele tem, sim, as suas particularidades. De acordo com Elias Thomé Saliba, titular de teoria da história da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro As Raízes do Riso (editora Companhia das Letras, 366 páginas), que investiga a gênese do humor no Brasil, o cômico feito no país é impregnado da nossa cultura. Estão presentes nele duas características marcantes da sociedade brasileira: a confusão entre as esferas pública e privada e a vocação para tratar tudo de maneira emocional – ou cordial, como diria Sérgio Buarque de Hollanda. “O humor brasileiro é reflexo da nossa falta de identidade”, diz Saliba.

Segundo o historiador, foi na Belle Époque brasileira – período compreendido entre as duas décadas finais do século XIX e o fim da 1ª. Guerra Mundial, em 1918 – que surgiu esse humor, no esteio do jornalismo moderno e suas seções fixas de humor e de caricaturas. Mais tarde, no teatro, no rádio e no cinema, o humor frutificou. A partir do abrasileiramento de formatos ingleses e italianos já consagrados, surgiram programas hoje clássicos como o Balança Mas Não Cai, sucesso do rádio nos anos 1930 e 1940 que lançou personagens até hoje usados pela televisão como Ofélia e Fernandinho. E o cinema das chanchadas, da lendária produtora Atlântica, que mesclava musicais com o humor radiofônico. A partir da década de 1950, essas mídias forneceram para a televisão atores, diretores, textos e formatos.

Na segunda etapa do século, viradas se deram com o Pasquim, jornal que cutucou a ditadura militar com humor e picardia, e com a influência do Monthy Python, que na Inglaterra emparedou o conservadorismo político, no final da década de 1970, e aqui deu impulso a programas como a TV Pirata e o Casseta & Planeta, levados ao ar entre o fim dos anos 1980 e o início dos 1990. Até hoje, pouco há de renovação nesses formatos consagrados. Há um quê de humor de rádio em programas como Zorra Total e A Praça É Nossa, por exemplo. “Em algumas épocas, sobretudo as de forte censura, o humor funcionou como válvula de escape, já que possui vocação intrínseca para revelar verdades escondidas sob o véu da mera diversão”, diz Saliba.

O stand up, embora só agora tenha virado febre no país, já está por aqui desde a década de 1960, representado pelo recém-falecido humorista José Vasconcellos. E não só com ele. Outros veteranos do humor experimentaram o gênero. Conhecidos principalmente por seus trabalhos na televisão, como os já clássicos Chico City, Satiricom e Planeta dos Homens, nomes como Jô Soares e Chico Anysio já faziam uso do formato desde os anos 1960. Na antiga TV Tupi, Anysio enfrentava a plateia munido de um microfone – e de verve.

Renascido como novidade em meados dos anos 2000 com auxílio da internet, o gênero revelou uma nova leva de humoristas que, assim como se deu no começo do século passado com o rádio e o cinema, migraram da web para a televisão. Na TV, o humor de clubes e pequenos palcos ganhou amplitude nacional com os participantes do CQC, exibido pela Band, assim como o grupo em torno de Marcelo Adnet, que levou elementos desse formato para a MTV. O movimento deu aos humoristas audiência, mas também limitações e riscos, além de críticas e debates sobre os textos que criam ou improvisam. Piadas com teor de bullying são defendidas pelos autores como o sagrado direito ao politicamente correto, quando o que está em jogo é, na realidade, a qualidade artística do texto.

As discussões de hoje são, segundo o autor de As Raízes do Riso, um fato raro no Brasil, onde os debates em torno do humor se instalaram, mais comumente, em períodos de crise política e institucional. Mais um exemplo do jeitinho brasileiro de lidar com as coisas, por certo. Confira abaixo os melhores momentos da entrevista de Elias Thomé Saliba.

Em que contexto histórico o humor tomou corpo no Brasil?
Os anos mais decisivos para o humor no país foram aqueles marcados pela introdução da imprensa moderna no Brasil. Nas duas últimas décadas do século XIX, surgem os primeiros grandes jornais diários e as primeiras revistas semanais ilustradas, com seções fixas de humor e de caricaturas, além de publicidade. Foi essa abertura proporcionada pela imprensa moderna – juntamente com a crise de expectativas gerada pelo advento da República – que possibilitou a criação de uma linguagem humorística nacional, feita a partir da mistura de poemas paródicos, música, anúncios publicitários, dança e marchinhas de carnaval.

Houve um momento, como o que se vê agora, em que o humor pautou um debate de proporção nacional?
Em especial, nenhum momento. Em algumas épocas, sobretudo as de forte censura (informal ou institucional), o humor funcionou como válvula de escape, já que possui vocação intrínseca para revelar verdades escondidas sob o véu da mera diversão. É aí que a produção humorística atua como catalisadora das insatisfações e da impotência política da maioria da população. Um momento criativo, no Brasil, é aquele que vem logo após o império: é o que chamo de “humor da desilusão republicana”. Outro período muito criativo do humor nacional foi a época da campanha Civilista (1909-1910), quando se abriu a primeira grande crise na sucessão presidencial (São Paulo e Minas Gerais se viram em lados opostos na disputa, quebrando a política do café-com-leite). Outros momentos em que o humor serviu como instrumento de crítica política direta foram os períodos ditatoriais ou autoritários: a era Vargas (1930-1945) e a dos governos militares (1964-1979).

Qual o principal elemento do humor produzido no Brasil?
A eterna confusão entre as esferas pública e privada e a nossa vocação – que temos esperança de superar – para tratar tudo de maneira emocional, reduzindo as distâncias sociais. Chamamos esta vocação para a cordialidade de Síndrome de Santa Terezinha. No Brasil, a santa francesa Thereza de Lisieux se transforma em Terezinha – ou seja, até os santos partilham de nossa vida privada, tornando-se mais próximos de nós. Usamos de diminutivos para quebrar hierarquias e tornar tudo próximo, porque temos horror às distâncias sociais, que são enormes.

E em relação ao papel social do riso, o que se pode dizer?
O riso é arma social para os impotentes. No decorrer da história, o riso popular permitiu que se criasse, cada vez mais, uma cultura da divergência, ativa e oculta – o que mostra como o humor se tornou arma contra regimes repressivos. Se não se pode mudar a história real, muda-se o sentido dela. O riso, a piada é, essencialmente, reversão de significado.

O humor brasileiro é, portanto, reflexo da nossa identidade?
Da nossa falta de identidade. Somos uma sociedade mal costurada, que sempre praticou a exclusão. Brasileiros só se sentem brasileiros em momentos emocionais, rápidos e circunstanciais. O humor funciona como o carnaval e o futebol para o brasileiro ter este momento efêmero e emocional de identidade. A piada é o paradigma do efêmero. Nas últimas décadas, isso se acentuou, visto que as promessas trazidas pela redemocratização do país estancaram na corrupção crônica – institucionalizada pela impunidade –, numa política social remediadora e na tibieza dos partidos e organizações políticas.

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terça-feira, 20 de março de 2012

Danilo Gentili, Racismo e o Politicamente Correto


O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter:


“King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?”

A ONG Afrobras se posicionou contra: “Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal”, diz José Vicente, presidente da ONG. “Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade” , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro “twitter” sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog: “Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?” (GENIAL) “Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito. “

Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:

“Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que “negro” é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: “Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra”.
Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, mas sim de burro.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:
- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo “preto” pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: “Branco, Amarelo, Vermelho, Negro”?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: “E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!”. Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer “Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!” Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra “preto” ou “macaco”, que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus “defendidos” .

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, sou ítalo-descendente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e, assim como os pretos, trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo “negro” ou “afro-descendente” , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça – a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita “100% humano”, pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.

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