OS TIPOS DE INICIADOS, ADEPTOS E OCULTISTAS
PASSIVO (absorvendo e desperdiçando)
Médiuns (principalmente de efeitos físicos) -> Forças inferiores
Médiuns Psíquicos (adivinhos, poetas, profetas) -> Forças superiores
ATIVO (concentrando e emitindo)
Magnetizadores (curandeiros, etc.) -> Forças inferiores
Iniciados e Adeptos (terapeutas, alquimistas, Teurgos) -> Forças superiores
O Tipo Ativo
Por Jeff Alves
Seria
quase inútil repetir o que já dissemos: ele será magnetizador ou psicólogo
(note que o termo psicólogo é utilizado com uma significação bem diferente da
usual), conforme a direção em que seu centro magnético for levado: para o corpo
ou para a alma. Se for psicólogo, disporá à vontade deste deslocamento. O que
nos interessa saber é o uso que ele fará da força que sabe absorver, concentrar
e dirigir. Pode projetá-la sobre seus semelhantes mais passivos, sem
consentimento, ocupando-os de surpresa com a cumplicidade de seus centros
magnéticos. Produzirão assim uma série de obsessões mais ou menos
irresistíveis.
Vergonha
e infelicidade sobre aquele que exerce esta faculdade relativamente fácil com a
finalidade de prejudicar o seu semelhante. Além da degradação de sua alma ele
cria uma verdadeira força de volta, uma reação igual à ação, que recai sobre o
autor do crime.
O
ativo também pode, ao contrário, forçar as emanações magnéticas daqueles que
influenciam a tomar uma direção que lhe permite absorvê-las. É o magnetismo por
atração; charme muito difícil de se praticar, mas mais poderoso e mais eficaz
do que o seu oposto, o magnetismo por constrangimento, e terá a força do amor
que domina toda a criação.
Num
grau superior e muito difícil, esta prática dá ao operador o dom da leitura de
pensamento, deixando o sujeito perfeitamente inconsciente das intimidades que
ele revela. O médium também pode ler pensamento, mas quando o faz é
inconsciente, enquanto que o sujeito ativo faz uma leitura voluntária. É fácil
compreender que este exercício exija tanta elevação espiritual quanto vontade,
pois supõe que a força central seja transferida em um espírito inferior muito
desenvolvido. Esta é uma das funções preciosas do psicólogo.
Em
vez de agir sobre os seus semelhantes, o ativo pode agir sobre si mesmo. Traz
suas forças magnéticas para o organismo corporal e nele produz todos os efeitos
curativos, como certos faquires da Índia que conseguem curar seus ferimentos
graves instantaneamente.
Também
poderá se colocar, somente por sua vontade, em estado de sonambulismo de todos
os graus e até sair do corpo astral onde o corpo espiritual está envolvido
inteiramente (fantasma, centro magnético e alma ancestral), arrastando uma
parte do espírito interior de maneira a poder realizar a ubiquidade completa e
de aparecer com todas as faculdade humanas num lugar diferente daquele onde seu
corpo dorme.
É
fácil de se compreenderem as dificuldades de semelhantes realizações. A força
de vontade nestes casos não é suficiente para se defender dos ataques dos seres
invisíveis, de maior força ainda, desejosos de ocupar a forma corporal
abandonada; pode acontecer uma complicação orgânica, muitas vezes mortal se o
operador se precipita bruscamente em socorro dos seus despojos, ou a alienação
mental (alienum in mente) se ele não pode reentrar.
Vemos
então que desenvolvimento psíquico é necessário para se realizar uma atividade
espiritual igual àquela que supõe a ubiquidade voluntária.
O
êxtase que permite à alma penetrar nas regiões ultraterrestres é da mesma
ordem. Esses fenômenos são reservados aos psicólogos mais elevados. Mas se por
acaso o pensamento do mal dá força a uma inteligência poderosa, devemos
lamentar amargamente a alma que exercerá semelhantes poderes.
Finalmente
o ativo pode dirigir seus eflúvios magnéticos sobre os seres invisíveis e as
forças naturais. Assim consegue os fenômenos de ordem mágica. Assim é permitido
ao homem, por exemplo, ativar a vegetação como fazem alguns faquires. Ou, ao
contrário, retirar deles uma parte dos seus eflúvios magnéticos carregados de
força vital. Pode também modificar as forças físicas até, por exemplo, se tornar
invisível na atmosfera, praticar a levitação, interferir nos fenômenos
meteorológicos, decompor a matéria e em seguida refazê-la no lugar onde quiser.
O alquimista pertence a esta espécie de fenômenos.
Os
poderes concedidos a uma criatura são proporcionais ao seu avanço sobre a rota
indefinida que se estende entre o nada e as beatitudes conscientes do ser. As
funções da natureza são operadas na maioria das vezes pelo próprio espírito
porque o nada ainda é muito fraco para ter uma iniciativa suficiente. As
funções cósmicas, principalmente, físico-químicas, meteorológicas, que são de
ordem universal, não podem ser abandonadas a criaturas ainda incapazes de
compreender o fim tão bem como o funcionamento, incapazes principalmente de
executá-las com desinteresse. O comando das forças e dos espíritos naturais
exige uma grande perfeição moral, a mais alta espiritualidade, e só pode ser
exercido para o bem universal como auxiliar da vontade divina. Os fenômenos
teúrgicos, tão raros quanto sublimes, são desta mesma ordem porque supõe uma
alma superior à humanidade comum, pronta para as regiões celestes. Entretanto,
a ambição e o orgulho do homem são tão grandes que ele chega a cobiçar os
poderes alheios quando os seus são poucos. E de fato pode usurpá-los, tal é a
latitude que o criador lhe deu. Mas com quais riscos? Esta usurpação se
constitui na obra mágica, no naturalismo, e nas obras baixas de feitiçaria.
Depois dessas explicações, bastam algumas palavras para defini-los.
A
magia cerimonial é uma operação pela qual o homem procura constranger, pelo
próprio jogo das forças naturais, os poderes invisíveis de diversas ordens e
agir segundo o que lhes pede. Ele surpreende e consegue, projetando pelo efeito
das correspondências que supõem a unidade da criação, as forças das quais ele
mesmo não é o mestre mas podendo abrir para ele caminhos extraordinários. Daí
surgem esses pentáculos, estas substâncias especiais, essas condições rigorosas
de tempo e de lugar que é preciso observar sob pena de grandes perigos porque o
audacioso estará exposto à ação de poderes perto dos quais ele não passa de um
grão de poeira.
A
magia cerimonial é absolutamente da mesma ordem da nossa ciência industrial.
Nosso poder é quase nulo perto do vapor, da eletricidade, da dinamite; mas, ao
contrário, por combinações apropriadas de forças naturais tão fortes quanto
elas nós conseguiríamos transportar ou quebrar as massas que nos anulariam,
usando-as então para nos transportar de um lugar para o outro e nos prestar uma
série imensa de serviços.
A
magia supõe então uma confiança audaciosa na ciência e somente nela. Pede
apenas inteligência e conhecimento das forças invisíveis. Ela rouba o seu uso
que está reservado àqueles que o amor do ser elevou à altura do sacrifício de
si mesmos (arcano XII do Tarot). É por isso que a Luz do Egito representa-a
para nós com razão como sendo o suicida dos elementos femininos da alma humana;
os antigos o simbolizaram pelo castigo de Prometeu.
Prometeu
tinha conquistado a ciência que o fazia orgulhoso. Mas por um Prometeu, quantos
pobres mágicos ignorantes, miseráveis cozinheiros do astral, inteiramente
ignorantes de suas reações se queimaram cruelmente em seus fogos!
O
segundo caminho torto que conduz à produção de prodígios é o naturalismo. Longe
de cometer audácias ele é completamente passivo, ainda que intelectual. Ao
contrário do primeiro, pode ser representado como sendo o suicida dos elementos
masculinos da alma. Consiste em se submeter aos espíritos naturais em vez de
dominá-los. Assim procedem muitos faquires e médiuns. Através dele poderá ser
reproduzido tudo o que os poderes dos espíritos quiserem com a ajuda de um
organismo encarnado: crescimento rápido dos vegetais, curas instantâneas,
alucinações por correntes poderosas dos elementais Kama-manasiques sobre o
centro magnético dos espectadores e outros prodígios feitos por diversos
praticantes de baixo estágio, principalmente na Índia. Estas práticas não acontecem sem uma certa
sedução: é preciso uma certa religião, uma certa santidade, uma espiritualidade
aparente para se submeter aos etéreos invisíveis, frequentemente muito
poderosos em suas esferas. Mas qual é o prêmio por estas inúteis vaidades?
Adorar
os espíritos naturais, identificar-se com eles, emprestar-lhes o organismo
humano é fazer um ato de regressão contra a natureza; é a mesma coisa que
renovar a queda do anjo cantada por Lamartine. Sem dúvida ajuda-se
poderosamente a ação desses espíritos de ordem inferior e suas ações tão
universais como as nossas, mas decompondo a personalidade consciente para
descer ao nível deles. É ao mesmo tempo um ato de ingratidão para com a
providência cujo socorro divino levou o homem até as portas do Céu. Enfim não
podemos deixar de reconhecer neste esforço de uma miserável ambição uma espécie
de baixeza que está acima da magia cerimonial.
A
feitiçaria é uma outra forma dessas passividades mais repugnantes ainda.
Acrescenta à fraqueza do naturalismo a ignomínia e a covardia do mal que se
esconde para satisfazer as paixões mais vis. É inútil lembrar aqui os terríveis
retornos: devem ser julgados pela consideração dos espíritos aos quais o
feiticeiro entrega a sua alma.
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