A
Pieta (em português Piedade) de Michelangelo é talvez a Pietá mais conhecida e
uma das mais famosas esculturas feitas pelo artista. Representa Jesus morto nos
braços da Virgem Maria. A fita que atravessa o peito da Virgem Maria traz a
assinatura do autor, única que se conhece: MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT.
FACIEBA(T), ou seja, «Miguel Angelo Buonarotus de Florença fez.»
Fica
na basílica de São Pedro, na primeira capela da alameda do lado direito. Desde
que a estátua foi atacada em 1972, está protegida por um vidro a prova de bala.
Tem 174 centímetros por 195 centímetros e é feita em mármore.
Em
21 de setembro de 1498 o cardeal francês Jean Bilhères de Lagraulas encomendou
a Miguel Ângelo uma imagem da Virgem para a Capela dos Reis de França, para a
antiga basílica de São Pedro.
Juntando
capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita, o artista toscano criou
então a sua mais acabada e famosa escultura: a Pietá. O tema vem da Europa do
Norte, a dor de Maria sobre o corpo morto do filho, mas Michelangelo abandonou
o realismo cruel típico do gênero em favor de uma visão idealizada.
Iniciara-se
como artista ainda durante o Quatrocento, em Florença, onde trabalhou para os
Médicis, mas a Pietá foi a sua primeira grande obra escultórica. Trata-se de um
trabalho de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de
pirâmide, um formato muito utilizado pelos pintores e escultores
renascentistas.
Nesta
obra delicada o artista encontrou a solução ideal para um problema que
preocupara os escultores do Primeiro Renascimento: a colocação do Corpo de
Jesus Cristo morto no regaço de Maria. Para isso alterou deliberadamente as
proporções: o Cristo é menor que a Virgem, que é para dar a impressão de não
esmagar a Mãe e mostrar que é seu Filho, para não “sair” do esquema triangular.
A
Virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre resignação: a expressão
dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a angústia que
tradicionalmente os artistas lhe imprimiam. Torna-se assim evidente a
influência do “pathos” dos clássicos gregos. E o autor imaginou a juventude de
Maria, objeções que erguem contra ele seus críticos, como sua expressão de sua
pureza incorruptível.
A
escultura foi esculpida para que os contempladores tivessem pena do Cristo
sobre os braços da mãe. (...) "Obviamente, o ser humano tem dó do que é
menor, pequeno, indefeso... Michelangelo sabia disso e tinha conhecimento em
anatomia, pois a tíbia - osso localizado abaixo do joelho e considerado o
segundo maior do corpo humano - de Maria é bem maior que a do Cristo",
disse o pesquisador médico-doutor e professor aposentado Armando Bezerra de
Natal – Rio Grande do Norte. Ainda segundo ele através de um osso, é possível
estimar a estatura de uma pessoa e, pela tíbia, a virgem Maria de Michelangelo
teria em torno de 2,1 metros.
O
requinte e esmero da modelação e o tratamento da superfície do mármore, polido
como um marfim, deram-lhe a reputação de uma das mais belas esculturas de todos
os tempos. Importante como o autor conseguiu harmonizar a figura horizontal do
Cristo, estendido sobre os joelhos da mãe, como que inserido entre suas amplas
vestes, com a figura « vertical» de Maria.
Michelangelo
tinha 23 anos. Em função da pouca idade, muitos não acreditaram que fosse o
autor. Assim, por isso teria inscrito o nome na faixa que atravessa o peito de
Maria.
Retirado
e adaptado de:
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