por
Rita Loiola
Cerca
de 163 mil toneladas do metal dourado já foram descobertas desde a
Pré-História. Segundo o World Gold Council, conselho formado pelas maiores
empresas mineradoras, se todo esse ouro, que totaliza 8 445 m3, fosse fundido e
encaixotado, ele caberia em um prédio de cerca de 20 metros de altura, largura
e comprimento, ou seja, mais ou menos o tamanho de um edifício de sete andares.
Não se sabe ao certo como a mineração de ouro começou, mas os primeiros
indícios são do fim da Pré-História, por volta de 5000 a.C. – foi o segundo
metal conhecido depois do cobre. No início, o ouro era encontrado por cima da
terra, e bastava peneirar com água para ele aparecer, mas o metal incrustado em
outras pedras começou a exigir novas técnicas de extração. No Egito, por
exemplo, usava-se fogo para aquecer as pedras e água fria para provocar um
choque térmico e rachálas. Nada que se compare às sondas usadas hoje.
5000
A.C. | Bulgária
Em
um cemitério na Bulgária, arqueólogos acharam as primeiras joias de ouro da
humanidade: 3 mil braceletes, colares e brincos. Mas o metal também era usado
em objetos do dia-a-dia, como pratos, vasos e canecas. Nessa época, o ouro
ainda era um metal comum, apesar de ser mais raro que o ferro ou o cobre Cerca
de 18 toneladas Provavelmente, mineração a céu aberto e escavação de galerias
SÉCULO
2 A.C. | Roma
Os
romanos desenvolveram a mineração hidráulica, usando canais e rodas de água
para ajudar no transporte e na separação dos metais. O Império Romano já usava
moedas, criadas pelos reis da Lídia (atual Turquia), no século 6 a.C. Foi aí
que o ouro perdeu o valor divino que tinha em outras civilizações, como a
egípcia, e virou dinheiro De 180 a 314 toneladas por século
SÉCULO
13 | Mediterrâneo
Após
a queda do Império Romano, as minas ficaram em segundo plano. Com o feudalismo,
o comércio voltou a ser feito com base na troca de produtos, e o ouro deixou de
ter valor de moeda. O Ocidente passou séculos sem descobrir grandes fontes.
Quem tinha muito ouro nessa época era o reino de Mali, na África. Em uma
peregrinação até Meca, o imperador distribuiu 2 toneladas de moedas de ouro
SÉCULO
16 | América Latina
A
América foi descoberta no fim do século 15 e, com ela, muito ouro. Os
conquistadores espanhóis encontraram os tesouros das civilizações inca e
asteca. Toneladas do metal dourado foram mandadas para a Espanha, mas, assim
que as reservas do Peru e do México se esgotaram, os espanhóis se concentraram
na prata, achada na Bolívia
SÉCULOS
17 E 18 | Brasil
Os
bandeirantes encontraram as primeiras pepitas na região de Minas Gerais no
século 17, e, daí em diante, a produção foi tanta que existiam até navios
especiais para levar o tesouro até Portugal. O ouro brasileiro estava na
superfície, perto de rios e morros – bastavam peneiras ou bateias (bacias) para
retirá-lo
SÉCULOS
19 E 20 | África, Austrália e EUA
A
grande revolução na extração do ouro só aconteceu nos Estados Unidos, após a
revolução industrial: diques, jatos de alta pressão, dinamite, mercúrio e
britadeiras para cavar poços. O ouro começou a brilhar em quantidades absurdas
na África do Sul, nos Estados Unidos e na Austrália, por volta de 1850
SÉCULO
21 | África do Sul, China, Austrália
Hoje,
minas informatizadas, sondas rotativas e prospecção com mapas geológicos
facilitam o trabalho, e galerias bem escavadas e ventiladas dão mais conforto
aos mineradores. Atualmente, 10% da produção vai para a indústria de tecnologia
(tem ouro no celular e na televisão) e farmacêutica – o metal ajuda a curar
artrite e rejuvenesce a pele
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