Por Paulo Coelho
“Grande Espírito,
Já que procurei
entender a voz do vento e o sopro que me criou, escuta-me.
Eu venho a Ti como um de Teus numerosos
filhos.
Sou falível e pequeno; preciso de Tua
sabedoria e Tua força.
Deixa-me andar na Tua beleza, e faz com
que meus olhos sempre percebam o vermelho e a púrpura do entardecer.
Faz com que minhas mãos respeitem as
coisas que criastes, e que minhas orelhas consigam entender Tua voz.
Faz-me sábio, de modo que eu possa
absorver o que ensinastes a meu povo, e aprender as lições que escondestes em
cada folha e em cada rochedo.
Eu Te peço força e sabedoria; não para
ser superior a meus irmãos, mas para que possa vencer o maior inimigo que
tenho: eu mesmo.
Assim, meu espírito poderá retornar a ti
sem pecado”.
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