Há uma crença proveniente do senso comum que os Norte-Americanos não conheçem nada de geografia mundial. E parece ser verdade. Isso já foi um problema. Quando os japoneses atacaram Pearl Harbour em 1941 de "surpresa" (há quem diga que não foi tão de surpresa assim...), só haviam em todo solo dos EUA dois livros sobre a cultra japonesa publicados e um deles era datado do século XIX sobre a época da Revolução Meiji (por volta de 1868).
No que se refere a nós, terceiro mundistas, historicamente parece que a educação deles não está preocupada em ensinar que a capital do Brasil não é Buenos Aires ou que, ao contrário do que foi visto num episódio dos Simpsons, não existem anacondas e macacos andando pelas ruas das cidades brasileiras (embora reconheça que aqui ainda existem seres humanos que agem em alguns locais como se não o fossem...). Fiquei sabendo mesmo que no final da década de 1990, os canadenses de algumas cidades que moravam na fronteira com os EUA, fizeram uma campanha para ensinar onde fica o Canadá e que lá havia mais coisas legais do que times de hóquei sobre o gelo.
No Último filme do Incrível Hulk de 2008, dirigido por Louis Leterier e estrelado por Edward Norton e Liv Tyler, podemos ver essa espécie de descaso, já comum e até folclórico com a geografia, por parte do cinema em geral e dos Norte Americanos em particular.
Caso um:
A favela (ou comunidade) carioca Tavares Bastos no bairro do Catete é apresentada na trama como a Rocinha, que fica muito distante dela num outro bairro, o de São Conrado. São comunidades diferentes, mas explicação para isso pode ser o fato de a Rocinha ser (ou ter sido) considerada uma das maiores favelas da América Latina e por isso ela teria aparentemente um "apelo mercadológico" melhor, apesar de não ter sido possível filmar lá. Daí a troca de nome. A Tavares Bastos já havia recebido outras equipes cinematográficas antes e do ponto de vista logístico era melhor estruturada, por isso foi a escolhida como locação.
Caso dois:
Numa das cenas, após a primeira aparição do "Gigante Esmeralda", vemos o sofrido personagem principal subindo por uma ladeira que é creditada na tela como sendo na cidade de Chiapas no México, ao som da triste musiquinha que remete aos finais lacrimosos do saudoso seriado do Verdão, que passava nos anos oitenta.
Entretanto, a imagem é de uma rua no Bairro carioquíssimo de Santa Teresa, chamada Rua Santo Alfredo, próxima ao Largo das Neves, uma das últimas ruas carroçáveis do Rio de Janeiro típicas do século XIX. É possível ver na imagem, ao fundo, a visão do bairro do Catumbi que, entre outras coisas, é conhecido pela existência de um simpático cemitério (se é que existe algum assim...).
No You Tube a cena pode ser vista aqui, entre os 8:45 e 8:55: http://www.youtube.com/watch?v=2GoZvy2110U, (não consegui fazer o upload de jeito nenhum, por isso só coloquei o link ...)
Mas eu separei para seu deleite, caro leitor, aqui embaixo, a cena em questão, seguida do frame que retirei do filme e de uma foto que eu mesmo tirei quando fui visitar Santa Teresa em dezembro de 2010, por coincidência praticamente do mesmo ângulo da imagem, e que serve, enfim, para comprovar o título desse post: O México é aqui!
FANTÁSTICO!!!
ResponderExcluirCara, esse seu texto tá bom demais, meu. Na verdade, sinto falta de mais textos de sua lavra por aqui, por onde andarão?
ResponderExcluirObrigado pelas dicas, Velho Amigo. Sei que sempre posso contar com seus "olhos de lince" (agora cada vez mais de lince - risos) para tornar o Blog cada vez melhor.
ResponderExcluirDimas de Fonte