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segunda-feira, 21 de março de 2011

O Espírito que Anda I

O Fantasma foi um dos primeiros personagens de quadrinhos que eu acompanhei, devido ao gosto de meu pai por quadrinhos e seriados antigos (já eram antigos quando eu nasci) que passou para mim. Gostava (e gosto) da mitologia que envolve o personagem, principalmente das histórias retrospectivas que contam sobre os Fantasmas anteriores ao do presente. 


O Fantasma é um personagem de Histórias em Quadrinhos criado por Lee Falk (também o criador do Mandrake, o mágico), contando as aventuras de um combatente do crime, mascarado e usando uma roupa característica.

A série começou a ser publicada em jornais diariamente em 17 de Fevereiro de 1936, e aos domingos, como edição colorida, em Maio de 1939, continuando até os dias atuais. Seu criador, Lee Falk, falecido em 1999, cuidou pessoalmente da trajetória do herói por mais de 60 anos, um marco.

O Fantasma foi o primeiro super-herói a usar um uniforme, característica desse tipo de publicação. Com o tempo, passou a ser publicada em revistas como republicação das tiras dos jornais, e depois com histórias completas originais.

No Brasil, o personagem se tornou muito popular e foi publicado por décadas em revista própria da Rio Gráfica Editora. O Fantasma fez sua estréia no Brasil no suplemento Correio Universal, em 28 de março de 1936 (pouco mais de um mês após seu surgimento nos EUA), com o nome de “Fantasma Voador” talvez por causa dos quadrinhos com saltos onde ele parecia voar.

O Fantasma usa uma mascara preta e um uniforme roxo. O seu criador, Lee Falk, originalmente previu um uniforme cinza, mas quando a primeira edição dominical colorida saiu, por problemas gráficos, a cor era roxa e assim foi mantida. Após algum tempo, ele criou uma história sobre um ídolo da selva que teria essa cor, inspirando o uniforme.


O Fantasma tem dois anéis, um na mão esquerda com a marca do bem (representação de quatro sabres unidos pelas pontas), que aplica nas pessoas que quer proteger, e o outro na mão direita com a famosa marca da caveira que fica gravada por pressão nos criminosos quando ele aplica potentes socos. Ele tem sempre a companhia de animais, o lobo Diabo (Devil em inglês e Capeto no Brasil), o cavalo Herói e, ocasionalmente, também um falcão treinado, chamado Fraka e mesmo um elefante.



Os editores que publicaram as histórias pelo mundo antes de 1939 escolheram a cor segundo as suas preferências ou possibilidades gráficas. Então, o herói tem cores diferentes dependendo do lugar onde foi publicado, como azul na Escandinávia, verde na Austrália, vermelho na Itália, Brasil e Espanha, castanho na Nova Zelândia e roxo no resto do mundo (reza a lenda que, por não se ter referências sobre a cor oficial do uniforme do personagem, que era roxo, a RGE teria adotado o vermelho nas capas da revista do herói, em 1953).


O Fantasma carrega ainda duas pistolas calibre. 45 no seu cinturão de couro preto com uma fivela imitando uma caveira, a sua marca recorrente. Sua origem se dá há em meados do século XVI, quando uma embarcação europeia foi atacada por piratas Singh. O filho de um lorde inglês, de que se sabe apenas chamar Christopher,  foi lançado ao mar, sobreviveu na costa de Bangala e foi acolhido por índios africanos pigmeus chamados Bandar, e jurou sobre o crânio de um dos criminosos que ele e seus descendentes lutariam contra o mal.


O juramento da caveira é famoso: "Juro que dedicarei toda minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão". De pai para filho, uma herança é passada. Sempre com o mesmo uniforme e por séculos combatendo a vilania, surge o mito da imortalidade.

A sua base é a caverna da caveira, depósito de grandes tesouros e das Crônicas do Fantasma (grandes livros escritos a mão com os feitos de todos os descendentes) nas profundas florestas de Bangala, um pais fictício, que mistura partes da Índia com características da África. Ele dedica-se a combater os piratas Singh, sendo também o comandante secreto da Patrulha da Selva, que o ajuda em suas missões. Ao contrário de outros super-heróis, ele não tem superpoderes, apenas grande habilidade física, destreza com armas e agilidade.

Na selva, onde mora com os pigmeus Bandar, temidos por suas flechas envenenadas, ele é conhecido como “O Espírito-que-anda”, o “Homem que nunca morre”, o “Guardião das Trevas Orientais” e outros por ter sido visto por gerações de nativos das tribos Longo e Wambesi sempre com a mesma aparência. Isto se dá por ter sido precedido por vinte gerações anteriores de combatentes do crime. Apenas Guran, o caricato chefe dos pigmeus, e a sua família conhecem a sua real condição de simples mortal.

A selva tem vários ditados sobre o Fantasma, conhecidos por todo o continente. Alguns deles: "O Fantasma é violento com os violentos", "Dá medo ver o Fantasma enfurecido", "A voz irada do Fantasma gela o sangue do tigre", "O Fantasma atira mais rápido que o olhar" e outros.

Mulheres importantes passaram pela linhagem dos Fantasmas, que foram casados com a filha de um marajá, com uma neta de Cristóvão Colombo e até uma sobrinha de William Shakespeare. Em 1978, ele casou-se com a sua eterna namorada, Diana Palmer, que trabalha na ONU, após 40 anos de noivado. Um ano depois, nasceram os gémeos Kit e Heloise.

Algumas vezes, o Fantasma deixa a selva e viaja como um homem comum, usando um sobretudo, chapéu e óculos escuros e identificando-se com o nome de Mr. (Christopher) Walker (caminhante, em inglês). 


Costuma pagar as suas contas com pedras preciosas que pega em grandes cestos na caverna onde mora. Usa sempre a sua máscara, exceto em breves momentos com a família, onde é conhecido como Kit Walker.


Imagens do acervo pessoal e de: 

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