Após deixar as instruções com Álvaro, a dupla de seguranças inicia com Martinez a visita aos apartamentos andar por andar.
O tempo vai passando e a confusão vai aumentando. Os clientes querem deixar o hotel, mas são barrados pelos homens de Gonçalo. Formam-se filas na entrada principal e na garagem, onde os carros são revistados antes de sair.
Enquanto isso o trio vai fazendo uma busca rápida e sem problemas, chegando ao quarto 509.
Martinez, bate na porta.
- Quem é?
- Argemiro Martinez. Gerente do hotel.
Um homem entre abre a porta. É magro e um pouco calvo, tem cabelos pretos e um fino bigode. Usa um terno preto e sapatos surrados e tem estatura abaixo da média.
- O que deseja de mim?
- Desejamos dar uma olhada em seu quarto. – Diz Gonçalo.
- Como assim, “olhar o meu quarto” ?
- Aconteceu um pequeno problema com um hóspede nosso e precisamos da cooperação de todos. – Fala o gerente.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Como foi dito: - Repete o gerente com paciência- Queremos olhar apenas olhar seu o quarto.
- E quem são esses homens?
- Perguntas! Perguntas! Vamos ficar nisto o dia todo?
- Tenha calma, Fred! - Diz Gonçalo - Pode nos deixar entrar?
- Pois fiquem sabendo que não tem esse direito! Sou um cidadão honesto e cumpridor das leis e não sou obrigado a deixar qualquer um vasculhar minha vida assim impunemente!
- Não é nada, disso meu senhor! – Tenta contemporizar Gonçalo.
- Olha, eu sinto muito tudo isso, mas...
- Eu também sinto – Diz Fred interrompendo o gerente – Mais não dá para ficar aqui papeando o dia todo!
Com um safanão, ele empurra a porta e entra no aposento.
- Você não pode fazer isso! Eu sou um cliente! É um desrespeito! Berra o homem visivelmente descontrolado.
Dentro do quarto não encontram nada de mais. Parece-se com todos os demais onde estiveram, a única diferença é um grande baú no centro da sala, além de uma maleta aberta contendo lupas e outros apetrechos óticos com algumas roupas dobradas sobre a cama. A única coisa pela qual o homenzinho poderia ser repreendido seria algumas toalhas e um uniforme do hotel entre as suas roupas. Mais isso passa despercebido pelo trio.
- O que é que tem ai dentro? – Pergunta Gonçalo apontando o baú.
- Quadros. – Fala o homem aborrecido – E antes que pergunte: tenho a nota fiscal de todos eles.
- Qual a sua profissão?
Sou Marchand. Escuta aqui. Vocês vieram ver o quarto ou me interrogar? Porque se for isso, vou chamar o meu advogado.
- Não é nada disso... – Diz Martinez.
- Sabe de uma coisa? – Resolve irritado -- Caiam fora daqui! – Grita - Primeiro foi aquela faxineira que queria limpar não sei o quê aqui! Agora essa afronta a minha pessoa!
- Desculpe a camareira, Sr. Alvarenga, ele é nova no hotel.
- Não desculpo nada! Eu vou é embora desse pardieiro.
- Mas, senhor...
- Nem mais, nem meio mas! Silvino Alvarenga não ficará mais um minuto neste hotel! E tenho o dito!
- O trio sai quase enxotado pelo Marchand, que fecha a porta com um estrondo.
- Espero que o sumiço do Barão não me cause mais problema assim. Porque senão, quem vai ser mandado embora sou eu. – Diz o gerente apoiando-se numa das paredes do corredor e passando a outra na testa alta.
- Não se desespere, Martinez, nós vamos encontrá-lo. É só questão de tempo.
- Deus o ouça, Gonçalo!
- Vamos continuar a procurar. Ficar parado aqui não vai resolver nada. – Diz Fred.
Bigode fino, estatura baixa, cabelos pretos lupa guardado num baú. Não fosse o fato dele ser magro, eu diria que essa é uma referência ao detetive "agathiano" Hercule Poirot. (risos)
ResponderExcluirEles deveriam supor outras possibilidades, ainda que improvaveis(Como o fato dele estar em outros andares.)
E se eles estão "quebrando a etiqueta" e aborrecendo os hospedes em favor de encontra ro barão, deveriam pois então, revistar o quarto do proprio barão. Tal suposto incomodo ao barão, seria perfeitamente justificavel.