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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Onde está Kibentrup? (Parte 01 de 05)

Sou um entusiasta por Romance Policial. Já disse algumas vezes que o dia que enjoar de aparentar sanidade vou aposentar minha persona atual e assumir outra: vou virar Sherlock Holmes! Já fiz um trabalho acadêmico sobre o maior detetive-consultor de todos os tempos por ser fascinado pela forma como o mundo visto pelos olhos da criatura de Arthur Conan Doyle é completamente explicado e isento das idiosincrasias que o mundo real possui. A partir de hoje vou postar uma modesta tentativa de escrever uma história de detetives. Ela é curta e faz parte de um livro de contos que registrei à alguns anos.   

ONDE ESTÁ KIBBENTRUP?

Três carros param em frente a porta principal do hotel Embaixador no centro da cidade e homens de terno e óculos escuros saltam , olhando para os lados e checando a segurança do local. São 16:30h.
- Tudo limpo, chefe!
- O. K. – Diz o superior – Fiquem atentos.
Do veículo principal, desce um homem de cerca de quarenta anos, cabelos grisalhos e um pouco obeso, com o rosto vermelho e os olhos claros.
Com passos rápidos ele entra no hotel sempre seguido pelos seguranças. Passa pelo toldo na entrada e avança pelo tapete vermelho até o saguão, onde um homem bem vestido de cabelos pretos e óculos de aro de metal o aguardava.
- Pom dia, meu rapaz1 – Fala o recém-chegado com leve sotaque alemão.
- Bom dia. Barão Kibbentrup, seu quarto já está pronto. O de sempre, não?
- Isso mesmo beu rapaz, sape que non gosto de mutança de hábitos.
- Aqui está sua chave. -- Diz estendendo-lhe um chaveiro retirado de um quadro atrás de si.
O homem volta-se, sempre observado pelos seguranças e some no elevador. Dois homens sobem com ele e o restante espalha-se no saguão.
Assim que o barão desaparece, o gerente de trás do balcão chama o recepcionista:
- Álvaro! – Fala com um homem de terno marrom e cabelos castanhos e encaracolados - Venha até aqui!
- Sim, senhor!
- Já conseguiram preencher as vagas em aberto?
- Colocamos um anúncio no jornal.
- Ótimo, não quero que nada saia errado o Barão é um hóspede muito importante, e preciso do quadro de funcionários completo.
- Eu sei, senhor.
O gerente volta para sua sala, de onde apenas saíra para receber o cliente ilustre.
- É sempre assim? – Pergunta um dos boys do hotel, um jovem de cabelos vermelhos.
- Aqui está sua chave. – Diz sem responder ao rapaz e atendendo a um outro hóspede por trás do balcão estendendo-lhe um chaveiro retirado de um quadro atrás de si.
O cliente apanha a chave e se retira. O gerente emenda a resposta a pergunta do jovem recém contratado.
- Não, o movimento costuma ser calmo, mais todo ano nesta época, o barão hospeda-se aqui e então isso vira um Deus-nos-acuda: é corre pra lá, corre pra cá, só falta mesmo é limpar o chão onde ele pisa.
- De que país ele veio?
- Não sei ao certo, Creio que é de algum antigo principado germânico ou coisa assim.
- E sempre se hospeda aqui?
- Sempre, e sempre no mesmo quarto. Fica um dia ou dois e depois vai embora para só voltar no ano seguinte.
- Deve ser importante... Pela quantidade de seguranças...
- Isso não importa, e é melhor voltar para o seu serviço e deixar de conversa fiada que novos clientes estão chegando.
Lá em cima o barão já entra no quarto, deixando os dois seguranças de guarda na porta.
O tempo passa lentamente e os dois homens instalados em cadeiras de cada lado da porta cedidas pelo hotel. Já sentem o início daquela que será uma longa noite de vigília.
O tempo passa e a manhã os encontra na mesma posição.
- Gonçalo! Ei! Gonçalo!
- O que é Fred? Não tá vendo que eu estou aqui do teu lado?
- Pensei que estivesse dormindo.
- Mais respeito, Fred, eu nunca dormi em serviço, e além do mais sou seu superior nessa missão.
- O.K., chefe! Que horas são?
- São 7:30h da manhã, Fred, não tem relógio?
- O homem ai dentro não ia sair às sete horas?
Gonçalo fica de pé num salto
- Isso mesmo!
- Será que aconteceu alguma coisa? Ele nunca se atrasa um segundo.
- Não sei, Fred, mais por via das dúvidas vamos bater.
Batem repetidas vezes mais não obtém resposta.
- É acho que te algo de errado mesmo.
- Vamos arrombar?
- Acho que é melhor, Pode ser que o homem esteja passando mal.
Tomam distância juntos e preparam-se para arremeter contra a porta.
- No três, Gonçalo, É um... É dois...
- O que vocês estão fazendo? – Pergunta uma voz vinda do final do corredor.
A dupla relaxa e encara a camareira, uma mulher jovem, de cabelos pretos, olhos escuros, e estatura mediana.
- Queremos abrir a porta. Por acaso tem uma chave mestra?
- Tenho, mas não sei se posso abrir para vocês, sabe como é... tô começando nesse trabalho e não quero facilitar.
- Não há nada de mais em ajudar alguém. Pode ser que o homem esteja doente. Vamos, mulher, temos que fazer alguma coisa!
A camareira concorda e eles entram apressados.
- Sumiu! O homem sumiu!

Um comentário:

  1. Você leu esse livro para mim! Fecho os olhos e me vejo sentada na parte de cima do beliche onde você dormia. Consigo até visualizar o cobertor paraíba amarelo que você até hoje... hehehe
    Terei o maior prazer em reler, bicho!
    Amo vc!
    Di

    P.S.: Voltei com o blogger... rs

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