- Não é possível, Gonçalo! Não saímos da porta um instante e ninguém passou por nós.
- É, mais não tem ninguém aqui.
- O que vamos fazer?
- Precisamos ter calma. - Chama a camareira que parecia distraída olhando para o chão – Ei você!
- Meu nome é Maria.
- Tá certo, Maria, Vá lá em baixo e chama o gerente.
A mulher sai e Gonçalo fala pelo rádio walkie talkie:
- Posto um, aqui é Cão de Guarda. Câmbio!
- Câmbio, Cão de Guarda!
- Alerta, posto um, nosso homem parece ter evaporado no ar.
- isso é inaceitável, Gonçalo! Dobre a atenção e execute a “Malha Fina” para encontrar o cliente. Nós NUNCA perdemos um cliente, entendeu?
- Ciente, Cão de Guarda! – Diz a voz no rádio encerrando a transmissão.
- Fred, quero vasculhe dada milímetro deste apartamento.
O agente obedece e afasta-se entrando no banheiro e deixando seu superior sozinho com seus pensamentos, logo interrompidos por um grito.
Gonçalo saca sua pistola do coldre sob a axila e prepara-se para entrar em ação.
- O que ouve, Fred, encontrou alguma coisa? Um cadáver?
- Não, chefe, essa porcaria de torneira estourou e me molhou todo. Me dá uma mão aqui!
Gonçalo guarda a arma com um meneio de cabeça e vai em auxílio do colega.
No saguão, Álvaro coloca as correspondências em dia por trás do balcão quando Maria chega:
- Onde está o senhor Martinez?
- O que houve Maria, algum problema?
- O senhor Gonçalo mandou chamá-lo ao 505.
- O quarto do Barão?
- Isso mesmo.
Álvaro pega o interfone, chama o superior, e minutos depois ele surge por uma porta lateral.
- O que está acontecendo?
- Problemas no quarto do Barão.
- Que tipo de problemas?
- O senhor Gonçalo disse que ele sumiu .-- Diz Maria.
- Sumiu?!
- Foi o que ele disse.
- Sabia que ainda ia ter problemas com aquele quarto. Quando as coisas começam a dar errado assim é mal sinal. Desse jeito nunca vamos ganhar mais uma estrela.
- Quer que eu faça alguma coisa?
- Pergunta o recepcionista.
- Por hora, não, Fique de sobreaviso que vou subir com a Maria.
- Como quiser.
- Lembra-se do ano passado? – Pergunta o gerente – Quase na época do Barão chegar foi aquele vazamento do quarto preferido dele. Graças a Deus conseguimos concertar a tempo, agora isso...
- Sr. Martinez...?
- O que é Álvaro?
- É sobre o 606, tenho um cliente que precisa de um quarto, e como este está vazio...
- Está pago?
- Até o final do mês.
- Então não podemos fazer nada.
- Foi o que pensei. Mais como ele fez a reserva, ficou um dia e não voltou mais, seria lucro alugarmos para outro.
- Só que não podemos fazer isso enquanto não vencerem as diárias.
- Como quiser senhor.
- Muito bem. Agora vamos, Maria. Vamos ver o que aconteceu com o Barão Kibbentrup.
- Quando chegam ao quarto encontram os seguranças molhados.
- O que está havendo aqui?
- Foi a torneira do banheiro que estourou e o chefe me ajudou a diminuir o vazamento.
- Não foi isso que eu perguntei. O que aconteceu com o Barão?
- Sumiu! - Diz Gonçalo - Simplesmente sumiu!
- Isso não é possível!
- Pode procurar. – Diz ele abrindo os braços.
O gerente olha em volta resignado.
- Vamos chamar a polícia?
- Não, ao menos por enquanto. Ele estava sob nossa responsabilidade e é nosso dever encontra-lo.
- Na realidade chamar a polícia não traria uma boa propaganda para o hotel.
- Não se preocupe Sr. Martinez, tenho homens treinados por toda parte e não há como passar por eles sem que vejam.
- O que mais posso fazer? – Pergunta o gerente.
- Dar uma busca legal no hotel.
- Mais se ele não passou por vocês, e o hotel não tem escada de incêndio, como ele poderia ter saído? Esqueceram que estamos no quinto andar?
- Eu sei de tudo isso, mais precisamos nos certificar que o homem não está em nenhum quarto. – Diz Gonçalo.
- Compreendo, mas quero está presente para tranqüilizar os meus hóspedes.
- Sua presença será mais que bem vinda.
- E eu? O que eu faço? – Pergunta a camareira.
- Faça o seu serviço! Esse caso não lhe diz respeito!
- Posso começar por aqui?
- Nem pensar! – Fala Gonçalo – Esse quarto não pode ser mexido.
- Ouviu Maria?
- Sim, Senhor.
Gonçalo, Fred e o gerente descem para o saguão, enquanto Maria continua seu serviço.
O vazamento do ano passado quase antes do barão chegar pode ter sido uma oportunidade para alguém construir uma passagem secreta do quarto 505 para o 606. O próprio barão pode ter o hábito de alugar sempre um mesmo quarto reserva em cima do seu, no caso de haver algum problema. ( Um vazamento, por exemplo.) E, como houve um vazamento, ele pode muito bem estar no quarto 606. Ele é esquisito, de hábito rigidos e não admite o minímo de problema. A afirmação dos seguranças de que ninguém passou por eles é suspeita, pois eles dormiram em serviço e jamais admitiram isso, pois como a empresa de segurança deles não admiti falhas, eles poderiam ser demitidos.
ResponderExcluirOu seja, levanto duas hipotes:
1- o Barão esta no quarto 606, por causa do vazamento. Ele passou por uma passagem secreta entre o 505 e o 606, que ele mesmo mandou construir no ano passado.
Hipotese 2 - O barão passou(ou foi retirado) sim pelos seguranças e estes últimos omitiram o fato de que poderiam nçao ter visto isso(por estarem dormindo) para preservar os empregos deles.