José do Patrocínio foi filho natural do vigário da cidade fluminense de Campos e de uma quitandeira, Patrocínio conseguiu concluir o curso de Farmácia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e depois se tornar um escritor, poeta, jornalista (e abolicionista) tremendamente respeitado (também se aventurou na construção de um dirigível, mas esse projeto jamais foi concluído). Tanto que foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
José do Patrocínio
Quando tinha 43, anos, em 1897, Patrocínio adquiriu seu folclórico automóvel, um Gardner-Serpollet francês à vapor de 8 Hp. O automóvel estava longe de ser um produto de massa no país. Pouquíssimos veículos circulavam pelas ruas e estradas brasileiras, não existiam leis regulamentando o trânsito e tudo dependia do bom senso dos condutores. Foi nesse cenário que ocorreu o primeiro acidente de automóvel do Brasil, envolvendo o dono do carro e seu amigo, o poeta Olavo Bilac.
Possível modelo comprado por José do Patrocínio
Um dia, Patrocínio cedeu aos apelos do colega Olavo Bilac - o maior nome do parnasianismo brasileiro. Autor de sonetos célebres, escreveu o poema que veio a ser a letra do Hino da Bandeira, defensor do serviço militar obrigatório, como um meio para acabar com o analfabetismo do país e membro fundador da Academia Brasileira de Letras (em 1907, foi eleito o Príncipe dos Poetas Brasileiros) - e resolveu ensiná-lo a dirigir.
Olavo Bilac
Para desespero dos cariocas, foram os dois no Serpollet à vapor ; Bilac ao volante, na mão inglesa e Patrocínio no banco de passageiro dando instruções. A experiência não foi das melhores: pouco depois de assumir o volante, Bilac – na época com 32 anos e demonstrando certo excesso de entusiasmo.
Por alguns quilômetros o poeta conduziu o veículo um tanto quanto desgovernado, deixando os transeuntes de cabelo em pé. Então, numa curva, à incrível velocidade de três quilômetros por hora, Bilac perdeu o controle da direção e atingiu em cheio uma árvore uma árvore na Estrada Velha da Tijuca. O Serpollet partiu o tronco e caiu no barranco. Os dois aventureiros saíram ilesos do acidente, sendo a inocente árvore, a única vítima do ocorrido.
O veículo, entretanto, deu perda total e Patrocínio perdeu o seu automóvel importado. Mas Bilac, além de pagar pelo estrago, encarou o episódio com extremo bom humor, tanto que, dali em diante, passou a gabar-se publicamente da duvidosa honra de ter sido o pioneiro dos acidentes motorizados no Brasil.
Informações e imagens retiradas de: http://www.oexplorador.com.br/site/ver.php?codigo=3076 e
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