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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Palavras de Saramago

José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi diretor-adjunto do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

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"Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos, para um código convencional de signos - a escrita - e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a integridade da experiência que nos propusemos transmitir, mas uma sombra, ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível, por exemplo... a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rastro de um sonho, que o tempo não apagará por completo."

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"Muito universo, muito espaço sideral, mas o mundo é mesmo uma aldeia."

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"A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível."

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"Penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que vendo não veem."

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"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

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"Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir."

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"Acho que na sociedade atual nos falta filosofia. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte alguma. Falamos muito ao longo destes últimos anos dos direitos humanos; simplesmente deixamos de falar de uma coisa muito simples, que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros sobretudo. E é essa indiferença em relação ao outro, essa espécie de desprezo ao outro que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional." 

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"O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas covardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental, que consiste em estar no mundo e não ver o mundo ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir aos nossos interesses.
Temos que acreditar em alguma coisa, e sobretudo, temos que ter um sentimento de responsabilidade coletiva, segundo o qual cada um de nós será responsável por todos os outros. A prioridade absoluta tem que ser o ser humano. Acima dessa, não reconheço nenhuma outra prioridade. Estou convencido de que  é preciso continuar a dizer não, mesmo que se trate de uma voz pregando no deserto."

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"Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe."

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 "A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver."

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"Fugir da morte pode tornar-se um modo de fugir da vida."

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"O homem é o único animal capaz de chorar. E de sorrir.
É diante do mar que o riso e a lágrima assumem uma importância absoluta. Dir-se-á que mais profundamente assumiriam diante do universo, mas esse, digo eu, está demasiado longe, fora do alcance duma compreensão comum. O mar é o universo perto de nós."   

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"A vida é como uma vela que vai ardendo... quando chega ao fim, lança uma chama mais forte antes de se extinguir."

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"O espirito não vai a lado nenhum sem as pernas do corpo, e o corpo não seria capaz de mover-se se lhe faltassem as asas do espírito."

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"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne e sangra todo dia."

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"Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui."

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"Há ocasiões que é mil vezes preferível fazer de menos que fazer de mais, entrega-se o assunto ao governamento da sensibilidade, ela, melhor que a inteligência racional, saberá proceder segundo o que mais convenha à perfeição dos instantes seguintes." (José Saramago)

Retirado de:
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Um comentário:

  1. Boa noite Dimas! Lindo seu blog. Além do rico conteúdo, a imagem é sedutora. Sinto vontade de esticar o braço e tirar um desses livros coloridos da estante. Parabéns.
    Estou precisando de sua ajuda. Gosto muito de Saramago, e sinto orgulho disso, pois algumas pessoas não conseguem alcançar a profundidade e sensibilidade de suas falas. Há dias, eu e uma amiga discutimos sobre a frase: "A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver." Em minha opinião, indiscutivelmente é da autoria de Saramago, minha amiga discorda e pede provas. Ao encontrar seu blog, ascendeu-me a esperança de que você possa me dar tal informação. Onde Saramago teria dito isso? Num livro, numa de suas palestras, em aulas. Existe alguma bibliografia que confirme a autoria?
    Se puder me ajudar, meu nome é Suze, meu e-mail suze.miller@uol.com.br
    Obrigada.

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