Seguidores

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Om Mani Padme Hum

Já vi muita gente comprar e usar um anel de prata aberto aonde vem gravado algumas letras em sânscrito. Esse:
Eu tenho um e sempre quando vejo na mão de alguém, não resisto e pergunto sobre o significado das palavras inscritas nele para ver se o portador sabe o que carrega no dedo.

A resposta em 99% dos acasos é: “não sei, comprei por que era bonitinho”, ou “estava na moda” ou “ganhei de presente, meus amigos sabem que gosto de coisas orientais”.

Usar um símbolo ou uma inscrição, qualquer uma, em qualquer língua, sem saber direito o que está impresso é muito perigoso (por causa das energias/influências que atrai sem o conhecimento ou consentimento do usuário) e pode ser vexaminoso, se for como a menina numa universidade brasileira, que estava usando uma camiseta baby look com belas letras japonesas garrafais e foi interpelada por um colega de classe descendente de imigrantes japoneses, que sabia ler kanji, e lhe revelou o que significava os dizeres grafados sobre seu peito em dourado com paetês: “SIRVA-SE”.

No anel em questão há um mantra em sânscrito:

Cuja tradução seria: “Ó joia no coração do lótus” ou ainda “Recebemos a Joia da consciência no coração do Lótus”. (onde o lótus seria uma representação do sahasra chakra, o sétimo, chamado de " Lótus das mil pétalas"  situado no topo da cabeça).

Seu significado literal seria, “Recebemos a joia da consciência divina, no centro do nosso chakra da coroa”. É uma metáfora da Iluminação divina a partir dos níveis inferiores onde estão os seres humanos. Aqui mesmo no blog eu já postei um texto de Ramakrishna onde ele fala sobre o lótus:

"O Lótus é uma flor que nasce no lodaçal do fundo dos lagos. Da mesma forma que o homem, ao crescer ele se dirige para a luz. Alguns florescem sem que consigam sair do lodo, outros a poucos centímetros da superfície da água, somente alguns florescem a plena luz do sol. Os homens, como os lótus, também estão em diferentes estágios de evolução. Tal como o lótus o homem não pode ver a luz enquanto não passar além da superfície da ilusão. Alguns homens conseguem superar suas condições de nascimento e florescer, seja no lodo da iniquidade, seja logo abaixo da superfície que antecede a realização de seus sonhos, seja diante da magnificência do universo."
(Ramakrisna)

Encontrei uma explicação sobre a origem e utilização do OM MANI PADME HUM:

“Os mantras são frequentemente, os nomes dos budas, bodhisattvas ou mestres e que os compuseram. Os mantras são investidos com um infalível poder de ação, de forma que a repetição do nome da deidade transmite as qualidades de sua mente.

O nome é idêntico a deidade ou essência da deidade que o compôs e com ele presenteia a humanidade dando a seus irmãos a essência de tudo aquilo que ele atingiu em muitas vidas de esforço e sagrado oficio. Dando o glorioso resultado de seu momentum de sabedoria.

Ao recitar este mantra, o meditante também pode conseguir as qualidades do Chenrezig, o bodhisatva da compaixão, conhecido na tradição Mahayana como Avalokitesvara ou ainda como a forma feminina chinesa Kuan Yin.

Diz-se que o bodhisatva da compaixão alcançou tão elevado grau de espiritualidade, como se tivesse subido a mais alta montanha. Destas alturas, estava para partir à planos ainda mais elevados, e distantes da terra, quando ouviu um gemido que vinha do inconsciente coletivo da humanidade. Seu coração encheu-se de compaixão e ele prometeu ficar neste planeta trabalhando e servindo para evolução da humanidade. Este é o juramento bodhisatva.

O mantra OM MANI PADME HUM, chamado de “mani mantra”, pela tradição significa o nome Chenrezig. Contudo, Chenrezig não tem nome, mas ele é designado por alguns para ser melhor compreendido. Estes nomes são a taça para a compaixão, a benção e a força que ele derrama. Portanto o mantra seria apenas um dos nomes de Chenrezig, MANI PADME, colocado entre as duas silabas sagradas OM e HUM.

Este mantra tem sua origem na Índia e de lá foi para o Tibet. Os tibetanos não conseguiram entoá-lo da mesma forma, mudando sua pronuncia para: OM MANI PEME HUNG este é o mantra mais utilizado pelos budistas tibetanos. É chamado de o “mantra da compaixão”. Cada uma das sílabas seria responsável por purificar um aspecto negativo das emoções, em cada um de nós.

A intenção é a alcançar determinadas virtudes em função do mantra. Ao recitar este mantra, o meditante também pode conseguir as qualidades do bodhisatva da compaixão.”


13 comentários:

  1. estou pesquisando sobre este anel, e ainda não encontrei a informação de porquê ele deve ser aberto

    vejo em alguns lugares para vender tanto aberto quanto fechado, a explicação que me deram para ele ser aberto é o fato de permitir a passagem da energia com maior facilidade, porém a explicação não convenseu, e estou à procura da verdade.

    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Não acredito que ele "deva" ser aberto. A energia que por ventura estiver ligada a ele só aparece na vocalização específica das palavras que ele contém. Se não é pronunciada são apenas palavras gravadas, nada mais. Creio que a questão de ser aberto é meramente prática: Assim cabe em qualquer dedo de qualquer pessoa sem precisar nem medir.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    2. Isso mesmo. Esses anéis são abertos para que caibam em dedos de espessuras diversas, evitando ter que comprá-los de acordo com a numeração específica do dedo. Assim, faz-se um tamanho padrão que caiba numa média de espessuras digitais.

      Excluir
  3. Eu comprei um anel com esta inscrição e confesso que ela no anel realmente parece bem diferente do que estava escrito no papel (letra por letra), entende?
    Graças ao seu blog eu consegui visualizar a semelhança, porém... O anel que eu comprei é fechado e eu QUERO MUITO DESCOBRIR o que são os símbolos que parecem umas esferas e ao mesmo tempo parecem a letra "E"... como se fossem esferas fechadas com um "E" invertido. Eles devem significar algo, num anel com tal inscrição, seria possível ser apenas enfeite?
    Uma outra questão, li que as inscrições devem ser de prata para que as energiam possam fluir, mas na parte superior e inferior, o anel tem um fio de ouro nas estremidades que circulam o anel. Acredito que isso seja o de menos.
    Estou imensamente intrigado com os símbolos após as 6 sílabas... se puder me dar alguma fonte, de onde vc conseguiu a resposta...
    Pow, eu nem terei como agradecer se vc conseguir me solucionar, isto que está me consumindo! rs.
    Grato,
    Amaury Rezende.

    ResponderExcluir
  4. Os símbolos que existem em cada ponta do anel aberto são as extremidades de um objeto, um cetro curto chamado de "dorje" (em tibetano) ou vajra. Ele pode ter três ou cinco pontas e se separado fica parecendo como uma pequena coroa ou o "E" invertido a que você se referiu. Imagine que o anel aberto é um dorge e a inscrição do sutra seu centro. Geralmente o dorje é usado na mão direita pelos lamas tibetanos durante cerimônias religiosas. Quanto ao fio de ouro... é apenas estético; fica bonito e não altera em nada a funcionalidade mística do objeto, embora eu prefira que seja todo de prata por uma questão de equilíbrio energético.

    ResponderExcluir
  5. Mantras são sílabas que corporificam a fala iluminada. O mantra mais conhecido no budismo tibetano é OM MANI PADME HUNG (pronuncia-se om mani peme hum. Recitá-lo purifica as emoções negativas, manifestações de ignorância, que nos fazem agir de forma prejudicial com nosso corpo, fala e mente.

    ResponderExcluir
  6. Gostaria de saber como é a escrita "om mani padme hum" na língua original.
    Obrigada!

    Dayana

    ResponderExcluir
  7. A língua original é o Sânscrito da forma como está escrita no corpo do texto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pela resposta ABC Imaginário, porém gostaria de saber não pela fonética, mas sim pela escrita sânscrita.
      Obrigada!

      Excluir
    2. Veja aqui: http://www.meditaweb.com/mantras/om_mani.htm

      Excluir