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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Significado de Termos Populares I

Mais significados de termos populares. A maioria dos verbetes eu tirei de: http://janio.sarmento.org/expressoes-populares/. Quando tiver acrescentado algo estará em itálico e/ou com designação da devida fonte.

Enfiou o pé na jaca:
O correto é enfiou o pé no jacá. Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas, a meio caminho, para tomar uma pinga. Quando bebiam demais, era comum colocarem o pé direito no estribo e, quando jogavam a perna esquerda para montar no burro, erravam, pisavam no jacá (o cesto em que as mercadorias eram carregadas) e levavam um grande tombo. Por isso, quando alguém bebia demais dizia-se que ele enfiaria o pé no jacá. A jaca, fruta, não tem nada com isso.

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão:
O correto é batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.

Cor de burro quando foge:
O correto é corro de burro quando foge!

Quem tem boca vai a Roma:
O correto não tem nada a ver com a capacidade de pela comunicação ir a qualquer parte do mundo, e sim uma forma de exortação à crítica política; o correto é quem tem boca vaia Roma.

É a cara do pai escarrado e cuspido:
Essa é forma escatológica de dizer que o filho é muito parecido com o pai (uma outra é “cagado e cuspido”); o correto é a cara do pai em carrara esculpido (Carrara é uma cidade italiana de onde se extrai o mais nobre e caro tipo de mármore, que leva o mesmo nome da cidade). Há uma variação: “cuspido e escarrado” que significa “esculpido em carrara” que é o mármore cor de rosa citado acima. Outra variação seria “encarnado e esculpido“, uma antiga frase que se referia a imagens de santos. (de: http://www.diariodeumjuiz.com/?p=1747)

Feito nas coxas:
Sinônimo de coisa mal feita, feita de qualquer maneira. As primeiras telhas usadas nas casas aqui no Brasil eram feitas de Argila, que eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais devido as diferentes tipos de coxas. Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito (quer dizer, não tem nenhuma conotação erótico-sexual, mente suja).

Voto de Minerva:
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os jurados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

Conto do vigário:
Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: Colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

Ficar a ver navios:
Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

Dourar a pílula:
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula significa melhorar a aparência de algo.

Sem eira nem beira:
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana. Os telhados do casario colonial indicavam os níveis sociais dos proprietários dos imóveis de acordo com a quantidade de pontas na cobertura: três, duas ou uma. Nas tribeiras, beiras e eiras, ficava demonstrado quem era rico ou pobre, poderoso, ou sem importância na estrutura política da sociedade de então.

O canto do cisne:
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão “canto do cisne” representa as últimas realizações de alguém.


Leia mais sobre o significado de termos populares em:
http://abcimaginario.blogspot.com/2010/08/significado-de-termos-populares-ii.html
http://abcimaginario.blogspot.com/2010/08/significado-de-termos-populares-iii.html

http://abcimaginario.blogspot.com/2010/12/significados-de-termos-populares-vindos.html


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