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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A maldição da Tutankamon

Sempre gostei de coisas do "Realismo Fantástico" do tipo  "Eram os Deuses Astronautas?" Li muito sobre isso.
Quando me tornei professor utilizei algumas dessas leituras apócrifas para enriquecer as aulas. No Sexto Ano uma das histórias que fazem muito sucesso é a da maldição de Tutankamon. 


A MALDIÇÃO DE TUTANKAMON
Deve-se ao renomado egiptólogo HOWARD CÁRTER e também ao seu mecenas LORD CARNAVON uma das mais espantosas descobertas efetuadas no campo da Arqueologia, Após um árduo e estafante trabalho que demandou longos anos de pacientes pesquisas, Cárter teve afinal coroada de êxito a sua busca, e finalmente no mês de novembro de 1922 foi trazido à luz um túmulo real aparentemente intacto, desde 3.000 anos antes!
O que se seguiu daí em diante é simplesmente emocionante: os boquiabertos egiptólogos depararam-se com uma infinita variedade de tesouros, pois o jovem faraó fora literalmente enterrado em toneladas do mais puro ouro e pedras preciosas!
Tutancamon, de acordo com o exame anatômico efetuado na sua múmia, morreu muito cedo — talvez aos 18 anos — e certamente assassinado. Historicamente sem a mínima importância, causou espanto o raro esplendor e o luxo da sua tumba. Suspeita-se que talvez filho de AKENATON, subiu muito cedo ao trono, sendo presa fácil dos ambiciosos sacerdotes de Amon que o tutelaram, e logo trataram de mudar seu nome de TUTANCATON para TUTANCAMON, "imagem viva de Amon", usurpando-lhe o poder para discretamente assassiná-lo alguns anos depois.
É certo que com o reinado de TUTANCAMON o Egito voltou ao período negro de devassidão moral e espiritual. É ainda bastante provável que após atingir a compreensão da maioridade, apercebera-se da situação e tenha tentado restaurar a obra reformadora do pai, voltando dessa forma ao culto de Aton.
Tal decisão valeu-lhe a condenação à morte, haja vista que a sua múmia apresentava indícios de uma forte pancada desferida na região occipital!
O que se seguiu é fácil de ser adivinhado: os "piedosos" sacerdotes, com lágrimas fingidas nos olhos anunciaram ao povo que um mal súbito levara o amado soberano a "cruzar o rio para o oeste" reunindo-se dessa forma aos sagrados deuses do Amenti, a região dos mortos.
"Cruzar o rio para o oeste", era uma expressão utilizada no Antigo Egito para substituir a palavra "morte", pois aquele povo acertadamente, aliás, não acreditava na sua existência.
Os Egípcios jogavam muito com as palavras e usavam alternativas muito sutis para exprimir seus sentimentos. Dessa forma, por exemplo, como acreditavam ser o coração a fonte das emoções, a expressão "tu estás no meu coração" significava o mesmo que "eu te amo".
Prepararam então um funeral riquíssimo em agradecimento àquele que restaurara a sagrada religião de Amon, e logo em seguida para disfarçar as coisas colocaram no poder HOREMHEB, um general títere, ficando tudo como dantes: uma suja e bem urdida manobra política!
[No] (...) dia 17 de fevereiro de 1923, exatamente às 14:15 horas, ocasião em que Carnavon e Cárter abriam a terceira porta selada da câmara real da tumba de Tutancamon, aonde estava a sua múmia encerrada em um sarcófago de puro ouro maciço, pesando cerca de 285 quilos!

Quando Howard Cárter cautelosamente fez saltar o último selo da necrópole, jamais poderia supor que estava naquele momento ele próprio selando os destinos de dezenas de pessoas e seus familiares, envolvidos de certa forma com aquela profanação, os quais a partir dali encontraram a morte de forma terrível, assustadora e inteiramente inexplicável!
A primeira vítima da longa série foi exatamente Lord Carnavon, o principal responsável pelo sucesso daquela expedição, de vez que financiou de bom grado toda aquela empreitada. Logo ao sair da tumba após a sensacional descoberta do sarcófago intacto — fato estranho pois os saqueadores já haviam estado nas antecâmaras — sentiu uma dor muito forte no rosto, julgando a princípio tratar-se da picada de um mosquito.
A estranha ferida na sua face infeccionou, principiando logo depois uma febre altíssima e intermitente, resistente a toda terapêutica administrada pelos médicos. Como o quadro clínico apresentava recrudescimento, foi internado às pressas no Hospital do Cairo, sofrendo já de estranhas convulsões e delírios muito fortes onde avistava o rosto mumificado de Tutancamon. Era uma infecção desconhecida e generalizada que causou terríveis sofrimentos ao Conde de Carnavon por mais de 30 dias!
Finalmente, no exato momento em que expirou após passar por uma longa agonia, misteriosamente todas as luzes da Cidade do Cairo apagaram-se em um blackout sem precedentes na história do País e cuja causa jamais foi determinada pelos técnicos. A enfermeira que o assistia sentiu um terrível calafrio e teve que sair correndo do quarto, tomada de pânico.
Nesta mesma hora, em um local milhares de milhas distante — precisamente na Inglaterra — seu fiel cachorro começou a uivar desesperadamente e após correr desordenadamente pela casa, caiu fulminado... morto assim como o seu dono!
Descobriu-se que a face da múmia de Tutancamon possuía um ferimento exatamente no mesmo lugar em que o suposto mosquito picara Carnavon. A essas alturas a supersticiosa população do Cairo entrava em rebuliço; grupos esoteristas alertavam para o castigo que certamente adviria daquela profanação e então começaram os murmúrios acerca da maldição dos faraós.
Aquilo foi o prato do dia para a imprensa mundial, e logo um repórter descobriu alguém na família do Conde que se lembrava de uma sessão espírita praticada em sua casa na Inglaterra, pouco antes do início da expedição, durante a qual Carnavon fora alertado por uma soturna voz que saía dos lábios de uma médium, a qual "proibia-o de perturbar o repouso daquele que dormia eternamente".
Quando aquela voz silenciou, um vento fortíssimo e gélido, exatamente igual àquele sentido pela enfermeira no seu leito de morte, varreu a casa escancarando portas e janelas de maneira repentina!
Logo em seguida o Professor Gould, um dos participantes da abertura do sarcófago, era também acometido de estranhos calafrios e febre altíssima que lhe causaram a morte de maneira espantosamente rápida, sem que os médicos nada pudessem fazer. Poucos dias depois chegava a vez de mais dois cientistas presentes à abertura da tumba. Os sintomas eram idênticos e ambos faleceram após longos sofrimentos!
Mais um egiptólogo, membro da expedição e colaborador nas escavações teve seu automóvel esmagado por um pesado caminhão que inexplicavelmente perdera os freios, ceifando-lhe a vida de maneira violenta.
E assim foram se sucedendo implacavelmente as mortes e acidentes misteriosos que se prolongaram mesmo por muitos anos após a violação daquela tumba. Lady Carnavon, seis anos depois, precisamente no ano de 1929, morreu na Inglaterra de forma bizarra: picada por um mosquito! Um outro familiar, Herbert Carnavon, suicidou-se para pôr fim às estranhas visões que o atormentavam dia e noite. Westbury, colaborador de Cárter, atirou-se pela janela do seu alto apartamento, gritando que Tutancamon viera buscá-lo (Seu último bilhete dizia: "Não posso mais resistir. É terrível!)
Seu filho, também participante da expedição de Cárter, morreu de forma repentina poucos dias depois. Também o anatomista que liberou as bandagens da múmia morreu misteriosamente, acometido de febre alta fortes enjôos e — como não poderia deixar de ser — calafrios generalizados!
Dessa forma, quase toda a expedição foi eliminada membro a membro e até mesmo pessoas a ela levemente relacionadas foram destruídas de maneira estranha. O mais curioso de tudo isso, é que apenas Cárter e mais duas pessoas foram poupados dessa insólita lista que inclui mais de 40 pessoas!
Cárter, que foi o maior profanador, pelas circunstâncias deveria ser a principal vítima da maldição! (...) Uma voz interior muito forte, um sexto sentido inexplicável, levou-o a perder mais de 10 anos de sua vida à procura do último refúgio de Tutancamon. Era como se recordações de vidas passadas lhe mostrassem o sítio exato da localização do túmulo!
Tutancamon e sua maldição continuaram porém matando: Mohamed Ibrahim, diretor arqueológico do Museu do Cairo, autorizou no ano de 1966 o embarque de algumas relíquias do tesouro daquele faraó para fins de exposição em diversos países da Europa. Resultado: atropelado e morto por um caminhão ao sair do museu. Um simples acidente não fosse o fato de ter relatado a alguns amigos que na véspera tivera um sonho com Tutancamon (Seu sucessor no cargo, Kamal Mahrez, faleceu poucos dias depois, vítima de hemorragia cerebral).
Um dos membros da tripulação do avião que transportava estas mesmas relíquias através da Europa, deu uma botinada na embalagem que continha a máscara de ouro do faraó, vangloriando-se de ter chutado a coisa mais cara do mundo: aquela mesma perna quase que teve de ser amputada poucos dias depois, devido a uma queda que lhe causou múltiplas fraturas e ainda complicações posteriores, que a deixaram para sempre defeituosa!
Enganam-se aqueles que pensam ser a maldição dos faraós exclusividade da tumba maldita de Tutancamon. São conhecidos diversos relatos que dizem respeito a forças estranhas encontradas em muitas outras, as quais da mesma forma causaram sofrimentos e mortes aos arqueólogos envolvidos nas suas profanações. Alguns deles definharam, uma doença estranha que lhes roubava a vitalidade deixando seus corpos exatamente iguais aos das múmias egípcias!
Outros tiveram acessos de demência, padeciam de visões estranhas ou fobias misteriosas, e acabaram internados perpetuamente em sanatórios psiquiátricos. Outros ainda sofreram de misteriosas crises depressivas e perdas de personalidade, coisas que muitas das vezes os levaram inapelavelmente ao suicídio!

Retirado de: “Nas Fronteiras do Desconhecido”, Aut.: Sergio O. Russo, (Col. Realismo Fantástico), Ediouro, 1985.



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