Autoconhecer é autodestruirPor Peterson
“A
melhor maneira de alcançar o autoconhecimento não é pela contemplação, mas pela
ação.” - Goethe
Adentrar
no universo do autoconhecimento parece ser algo fácil. “Basta comprar uns
livros de auto-ajuda, acender alguns incensos, meditar por algumas horas por
dia e está tudo certo” dizem alguns… Ledo engano, digo eu. Mergulhar no âmago
de si mesmo é um processo árduo, e sou capaz de afirmar que em 99,99% das vezes
é uma tarefa dolorosa, desanimadora, deprimente e, em muitos casos, dura
pouquíssimo tempo.
Espera
aí, você vem falando todo esse tempo sobre autoconhecimento e agora joga esse
balde de água fria?
Muito
pelo contrário! O que acontece é que muito se fala de autoconhecimento como se
fosse uma coisa fácil de se fazer. Como se revirando o baú interior você só
encontrasse boas lembranças, qualidades e oportunidades quando, na maioria das
vezes, o que se encontra é justamente aquilo que você insiste em esconder: seus
defeitos, pontos fracos, negativismos…
É
claro que não é só isso. Autoconhecer-se é também saber quais são suas
habilidades, especialidades e apender como utiliza-las a seu benefício. Conhecer
as ferramentas que você possui e aprender a utilizá-las a seu favor. Mas essa é
a parte ”fácil”, o complicado é retirar os esqueletos do armário e coloca-los
para dançar.
Hmmm…
Entendi. Então você quer dizer que é muito mais do que ler o mapa astral?
De
longe! Astrologia é uma das ferramentas existentes para isso, pois escancara
muito daquilo que acontece sem você perceber, mas o desafio é saber interpretar
o mapa com isenção e de forma correta, sem se perder nos arquétipos e suas
oitavas, e não assumir como seu um comportamento que pode ou não ser tendência
no seu mapa.
Buscar
o autoconhecimento apenas fora de si mesmo é um erro crasso. Acreditar que uma
pessoa além de você mesmo pode lhe dar as respostas que você precisa é pura
ilusão. É claro que a visão que os outros possuem de você pode lhe ajudar a
refletir em como você se apresenta para o mundo, mas reconhecer sua essência e
aprender a dosá-la, em sua grande maioria, é um processo solitário, que exige
dedicação, resistência e perseverança, pois a estrada é longa e sinuosa.
O
que costumamos ver daqueles que dizem trilhar este caminho é uma exaltação de
suas virtudes, escondendo de si mesmo todos os vícios e distorções do seu
caminho. Na luz tudo é mais claro e de fácil visualização, muito diferente da
escuridão, onde os monstros interiores se escondem e nem todos são fáceis de
encontrar. A facilidade de uma leitura superficial ao invés de um mergulho na
lama põe muito a perder nesse processo de busca interior… Não é a toa que a
preguiça é o primeiro dos 7 “Pecados Capitais”.
Não
exagere no otimismo e na superficialidade. Não caia na ilusão de que “o inferno
são os outros”, e você é um incompreendido trilhando um caminho de iluminação.
Também não busques mestres além do que seus próprios erros e acertos. Não
espere que os outros evidenciam seus pontos negativos, pois geralmente o que
eles veem são a sua casca, aquilo que você mostra para eles, e quem gosta de
mostrar uma casa mal arrumada?
Também
não seja pessimista. Utilize suas virtudes a seu favor já na hora de chafurdar
na lama e domar seus medos e vícios. Já que elas são mais evidentes,
aproveite-as como isca para pescar os tubarões.
Não
há segredo senão a busca pelo equilíbrio.
“Busco-me
e não me encontro. Pertenço a horas crisântemos, nítidas em alongamentos de
jarros. Deus fez da minha alma uma coisa decorativa.” – Fernando Pessoa
Namastê!
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