Por:
Nestor Lampros
O
amor como os filósofos concebem é uma emoção sublime. Acompanha desde o
nascimento e até o fim há a possibilidade de desenvolvimento no que toca nos
relacionamentos humano. Porém, há amores e amores: predileções exclusivistas,
ciúmes, e até uma tomada de posição narcisíaca frente a si mesmo.
A
doença que muitos autores românticos tinham (além da tuberculose...) , poderíamos
dizer o amor mal resolvido, acrescido a isso o fato de não terem uma visão
clara do amor como algo sublime, celestial, até, mas de forma prática e
necessária. Podemos dizer que o amor é colocado na nossa sociedade como um bem
cultural e emocional que aprendemos ao crescermos, ao nos desenvolvermos como
gente. O projeto de vida, que resultou em nós, acompanha com todo o
desenvolvimento humano de certas condições, sem as quais deixa de se
desenvolver, abrindo lacunas na vida das pessoas. Valores éticos e morais são
frutos da experiência humana em seu desenvolvimento, e uma pessoa sadia,
podemos dizer, é que ela que tem consigo mesmo um pacto inteiriço desses
valores e noções apreendidos.
Não
custa dizer de modos com que as pessoas vêem o amor, algumas acham uma grande
bobagem, outras se afeiçoam, não com pessoas reais, e sim, com a imagem que
fazem delas. É o mito de Narciso em sua plenitude que vai fazer da pessoa
enamorada de sua imagem um doente. Narciso na mitologia, se enamorou de sua
imagem na superfície de uma lago,e definhou, pois era impossível capturar o
objeto virtual. Ele mesmo. E morreu por isso.
Podemos
dizer ainda há certas pessoas que confundem amor com esta torrente que é a
paixão. Na verdade os adolescentes têm
que descobrir essa comporta imensa que gera as paixões. A vida nos mostra que
isso é diferente do amor, que nasce com a calma, tranquilidade e se desenvolve
com duas pessoas imbuídas num pacto, onde o diálogo é necessário e seu
resultado desenvolve uma maneira harmoniosa de relacionarmo-nos com o outro.
Vivemos
num mundo onde a banalização da palavra
amor é o resultado de uma vida onde fatores objetivos colocaram as emoções longe de seu panteão natural. E
assim, crescemos envoltos numa espessa nuvem que cobre nossos olhos, por conta
do medo, da insegurança, da competição a todo custo. Nunca o sexo, que deveria
ser o resultado natural do amor, em sua forma corpórea e prazerosa, foi tão
instigado, sendo usado com isso de exemplo a ser colocado em prática e
desenvolveu-se um poderoso marketing
para satisfação de maneira a alijar os jovens de não se imiscuírem por causa da
atração física. Amor é uma atitude global, nada compartimentada, e sim, para
não dizerem que sou um caxias, tem no relacionamento íntimo um dos resultados,
não somente um objetivo. Não somente o único objetivo.
O
amor foi jogado para o escanteio dos relacionamentos. Seria melhor lermos o que
acontece na vida das pessoas para raciocinarmos em função do objeto do amor,
mas de forma conscientes para vivermos o amor em sua plenitude, sem querermos
fazer-nos uma impropriedade em relação esta emoção que determina o que nós
somos, para onde vamos e o que seremos. Ilusão? Não, estou sendo bem sincero,
por conta própria, por experiência própria. E deveríamos falar na falta do
amor, que geram o pior dos males; o ódio, o olho por olho, dente por dente.
Este tipo de ação vai no extremo oposto do amor. Pode ser algo que inclua uma
determinação quanto a um posicionamento em face da vida e das coisa. É na
verdade um procedimento doente e que cria as consternações. O melhor do amor é
como disse certa vez Paulo, em sua epístola( carta) aos Coríntios:” o amor é
paciente, benigno, não quer o mal”. E se ficarmos longe do amor, poderíamos
dizer, estaremos em uma nuvem que obscurece a alma e os sentimentos- sem a
alegria de viver, de mal com o mundo- e consigo mesmo.
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