Conan
Doyle, no ano de 1887, travou o seu primeiro contato com o Espiritismo,
iniciando neste mesmo ano, junto ao seu amigo Ball, arquiteto de Portsmouth,
sessões mediúnicas que o fizeram rever seus conceitos.
Após
as mortes de sua esposa Louisa (1906), do seu filho Kingsley, do seu irmão
Innes, de seus dois cunhados (um dos quais E. W. Hornung, criador do personagem
literário Raffles), e de seus dois netos logo após a Primeira Guerra Mundial,
Conan Doyle mergulhou em profundo estado de depressão. Kingsley Doyle faleceu a
28 de outubro de 1918 de uma pneumonia que contraiu durante a convalescença,
após ter sido seriamente ferido durante a batalha do Somme em 1916. O General
Brigadeiro Innes Doyle faleceu em fevereiro de 1919, também de pneumonia.
Encontrou
consolação apoiando-se no espiritismo, e esse envolvimento levou-o a escrever
sobre o assunto. No auge da fama, em 1918, enfrenta todos os céticos e publica
"A Nova Revelação", obra em que manifesta a sua convicção na
explicação espírita para as manifestações paranormais estudadas a esmo durante
o século XIX, e inicia uma série de outras, em meio a palestras sobre o tema.
Em "A Chegada das Fadas" (1921) reproduziu na obra teorias sobre a
natureza e a existência de fadas e espíritos. Posteriormente, em "[[The
History of Spiritualism" (1926) de natureza histórica, aborda a história
dos movimentos espiritualista anglo-saxônico, francês, alemão e italiano, com
destaque para os fenômenos físicos e as materializações espirituais produzidas
por Eusápia Paladino e Mina "Margery" Crandon. O assunto foi retomado
em "The Land of Mist" (1926), de natureza ficcional, com o personagem
"Professor Challenger".
Os
seus trabalhos sobre o tema foi um dos motivos pelos quais a sua compilação de
pequenas histórias, As Aventuras de Sherlock Holmes, foi proibida na União
Soviética em 1929 por suposto ocultismo. A proibição foi retirada mais tarde. O
ator russo Vasily Livanov receberia uma Ordem do Império Britânico por sua
interpretação de Sherlock Holmes.
Por
algum tempo, Conan Doyle foi um amigo do mágico Harry Houdini, quem se tornaria
um grande oponente do movimento espirita, ou espiritista, na década de 1920
após a morte de sua mãe. Embora Houdini insistisse que os médiuns espiritas
faziam truques de ilusionismo (e tentava revelar as fraudes por trás desses
truques), Conan Doyle já estava convencido de que o próprio Houdini possuía
poderes sobrenaturais, um ponto de vista expresso em O Limite do Desconhecido.
Aparentemente, Houdini não foi capaz de convencer Conan Doyle de que seus
feitos eram simples ilusões, levando a uma amarga e pública quebra de relações
entre os dois.
A
sua convicção foi além: para receber o título de Par (Peer) do Reino Britânico,
foi-lhe imposta a condição de renunciar às suas crenças. Confrontando a todos,
e ao sectarismo vigente, permaneceu fiel à fé que abraçara, e que acompanhou
até aos seus últimos dias. Foi Presidente Honorário da International
Spiritualist Federation (1925-1930), Presidente da Aliança Espírita de Londres
e Presidente do Colégio Britânico de Ciência Espírita.
Richard
Milner, historiador americano de ciências, apresentou um caso no qual Conan
Doyle pode ter sido o responsável pelo boato do homem de Piltdown de 1912,
criando um fóssil hominídeo falso que enganou o mundo científico por mais de 40
anos. Milner disse que o motivo de Conan Doyle era de se vingar do
estabelecimento científico por desbancar uma de suas físicas favoritas, dizendo
ainda que O Mundo Perdido continha várias pistas criptografadas que se tratavam
de seu envolvimento com o boato.
O
livro de 1974 escrito por Samuel Rosenberg, Naked is the Best Disguise, se
propõe a explicar como Conan Doyle deixou no meio de seus escritos pistas
abertas que se relatam a aspectos ocultos de sua mentalidade.
Fonte:
(http://en.wikipedia.org/wiki/Arthur_Conan_Doyle#Spiritualism)
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