"A diferença entre teísmo e não-teísmo não está em acreditar ou não em Deus.
Essa é uma questão que se aplica a todos, incluindo budistas e não-budistas.
O teísmo é uma arraigada convicção de que existe uma mão na qual segurar: se fizermos a coisa certa, alguém vai nos dar valor e cuidar de nós.
Isso é o mesmo que achar que haverá sempre uma babá disponível quando precisarmos de uma.
Todos nós temos a tendência a fugir das responsabilidades e delegar nossa autoridade a algo exterior a nós.
Não-teísmo é relaxar na ambiguidade e incerteza do momento presente, sem buscar algo que nos proteja.
Às vezes, achamos que o dharma é externo – algo em que acreditar, algo que devemos atingir.
Entretanto o dharma não é uma crença ou dogma. É a total apreciação da impermanência e da mudança.
Os ensinamentos desintegram-se quando tentamos agarrá-los. É preciso experimentá-los sem expectativas.
Muitas pessoas corajosas e compassivas já o experimentaram e transmitiram.
A mensagem é destemida – o dharma nunca representou uma crença que seguimos cegamente.
Ele, em absoluto, não nos dá nada a que possamos nos apegar."
(Trecho do livro "Quando Tudo Se Desfaz" de Pema Chödrön).
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