“É fato que uma das formas do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião ocorre no plano relacionado ao Corpo de Desejos, e que uma forma simbólica do ‘ Anjo’ pode então aparecer ao aspirante. Mas, como está escrito: ‘Conhece-los pelos seus frutos’ a validade de qualquer experiência mística ou mágica está no efeito evolutivo que produz na personalidade da pessoa que obtém a experiência.
Pouco importa, do ponto de vista da humanidade (ou do ponto de vista do Universo), se o nosso arroubo espiritual foi lindo ou gostoso. O que importa é se foi ecológico. Os iniciados definem o avanço espiritual do ser humano como maior eficiência na promoção da harmonia universal.
Se o arroubo não traz benefícios ao universo em que você vive, a fórmula que o compõe não é a Amor, que pressupõe interação e comunicação, e sim, o Ódio, que pressupõe separação.
Visões ‘místicas’ ou mágicas de ‘santos ou santas’ ocorrem constantemente em todos os sistemas religiosos. Na nomenclatura dos iogues, tais visões são formas de Dhyana, que é a experiência mística que antecede Samadhi, a qual é a verdadeira experiência mística que o iogue aspira. Em Samadhi há perfeita identidade entre você e a experiência; portanto a manifestação de forma, ou de uma Entidade separada de você mesmo, é impossível. Como diz o Bagh-i-Muattar: ‘ Alá é o ateísta, Ele não adora Alá’.
Os cristãos que experimentam visões de ‘ Jesus Cristo’ ou da ‘Virgem Maria’, por exemplo, estão experimentando projeções do plano astral da intensidade de seu próprio desejo. Se ele se apega a tais visões, corre grande perigo de ser obcecado por entidade de uma baixa natureza. As incríveis perseguições religiosas dos cristãos uns contra os outros e contra membros de outros cultos, as espantosas crueldades da Inquisição romana e protestante, tiveram sua origem no apego por parte de crentes a visões deste tipo.
(…) Que se pode fazer num caso deste? Como podemos convencer uma alma simples de que o Jesus Cristo dos Evangelhos é apenas um símbolo do Adepto, ou de que a Virgem Universal é demasiado sublime para ser concentrada em uma simples forma humana. Principalmente quando sabemos que tanto o Cristo quanto a Virgem são arquétipos que existem em uma forma ou em outra, em todo e cada subconsciente humano.
Ainda como diz o Livro da Lei: ‘ Não sejais animal; refina tua raptura!’
O iniciado só passa além da Visão do Anjo a uma verdadeira comunhão com ele quando percebe que é justamente a Visão que o separa d`Ele.
Qual iogue que alcançará Samadhi enquanto se sentir satisfeito com Dhyana.
É necessário tomar o máximo cuidado com visões astrais. O plano astral é infinitamente plástico: a substância que o compõe está sempre pronta assumir as formas do nosso desejo ou do nosso medo. Por este motivo, o Astral (como tudo mais neste mundo) é uma faca de dois gumes.”
Fonte: Ataque e Defesa Astral, Ed. Bhavani.
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