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sábado, 14 de janeiro de 2012

Um Questionamento Pertinente Sobre o Movimento Evangélico de Hoje

Achei esse texto muito interessante por que ele levanta questões pertinentes sobre o movimento cristão evangélico nessas primeiras décadas do século XXI. Ele NÃO É um ataque ao Cristianismo, NÃO É é uma provocação, nem tampouco uma tentativa de julgar a crença ou religião de qualquer um ou causar polêmica. Como diz o próprio autor, autoproclamado um cristão versado na leitura da Bíblia, ao final de uma saraivada de críticas descabidas ao seu texto:

“O post nada mais é do que um ALERTA de como muita gente traz o evangelho de uma forma errada, focado em outra coisa que não é Jesus, (...) não acham que tem algo errado com o evangelismo que vemos hoje em dia? Claro que muitos desses assuntos são citados em varias igrejas, só que nem sempre é colocado em prática, vemos algo de umas ali, outras aqui. (...) São perguntas para nos servir de alerta, abrir os nossos olhos pra algo que deixamos de ver, ou até vemos e não nos importamos (...).


É assim que eu também vejo e  minha intenção é de que o post possa servir pelo menos para uma reflexão produtiva sobre o quanto as novas formas de adoração e louvor podem ou não estar distantes daquilo que Jesus Cristo teria pregado e que são aceitas por aqueles que partilham do Cristianismo como sua fonte de fé e filosofia de vida. Todas as passagens em itálico foram acrescentadas por mim para dar mais clareza ao desenrolar dos argumentos principalmente por aqueles pouco versados no conteúdo da Bíblia.

***


PERGUNTAS QUE OS EVANGÉLICOS NÃO QUEREM RESPONDER
Por Eder Hez
Por favor, alguém pode me explicar por que palavras como “paixão”, “fogo”, “glória”, “poder” e “unção” vendem muito mais CDs do que “graça”, “misericórdia” e “perdão”?

Por que aqueles que mais falam sobre “prosperidade” evitam sistematicamente textos como esses?

Tiago 2:5:
“Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”

I Timóteo 6:8:
“e, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento. Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes.”

Habacuque 3:17-18
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação”


Por que se fala tanto em dízimo, defendendo-o com unhas e dentes, mas quase nada se fala sobre ter tudo em comum e outras coisas como “ajudar os domésticos na fé” e “não amar somente de palavra e de língua mas de fato e de verdade”? Em qual proporção a Bíblia fala de uma coisa e de outra?

Por que em Atos 4, quando os apóstolos foram presos, a igreja orou de forma tão diferente do que se ora hoje? Por que não aproveitaram a ocasião pra “amarrar o espírito de perseguição”, pra “repreender a potestade de Roma”, ou coisa semelhante?

Por que Atos 2:4 [“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”] é muito mais citado como modelo do que era a igreja primitiva do que Atos 2:42? [E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.”]

Por que todo mundo sabe João 3:16 de cor [Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”], mas tão pouca gente sabe I João 3:16? [“Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos.”]

Por que 90% ou mais dos cânticos congregacionais modernos são na primeira pessoa do singular (EU), quando a proporção nos salmos é muito menor?

Por que todo mundo aceita que Jesus curou e colheu espigas no sábado, aceita também que Deus ordenou que seu povo matasse vários povos rivais, mas se escandaliza absurdamente quando alguém diz que Raabe fez certo ao mentir para preservar duas vidas*? O que vale mais, em situação de conflito, que um soldado pagão saiba a verdade ou a vida de dois homens? Será que se Raabe tivesse dito a verdade, teria sido elogiada em Hebreus 11? [leia aqui: http://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/11]
*Raabe é uma personagem do Antigo Testamento da Bíblia que, segundo o Livro de Josué, teria sido uma prostituta que morava nos muros da cidade de Jericó. De acordo com o relato bíblico, Raabe teria convertido-se a Deus e ajudado dois espiões israelitas antes da invasão da cidade, hospedando-os em sua casa, tendo por isso a sua vida e da sua família preservada após o ataque inimigo. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Raabe)

Por que quase tudo que se vende numa livraria cristã foi produzido nos últimos 50 anos, se nosso legado é de 2.000 anos de História do Cristianismo? O que aconteceu com os outros 19 séculos e meio?

Por que os cristãos creem que o homem foi nomeado por Deus como o responsável pela criação, e que tudo que Deus criou é bom, mas são os esotéricos os que mais lutam pela defesa do meio-ambiente?

Por que todos os ritmos de origem na raça negra até hoje são considerados por alguns como diabólicos?

Por que se canta tanto sobre coisas tão etéreas como “rios de unção” e “chuvas de avivamento”, ao passo que Jesus usava sempre figuras do cotidiano para ensinar, como sementes, pássaros e lírios?

Por que se amarra, todos os anos, tudo quanto é “espírito ruim” das cidades, fazendo marcha e tudo, mas as cidades continuam do mesmo jeito? Aliás, se os “espíritos ruins” já foram “amarrados” uma vez, por que todo ano eles precisam ser “amarrados” de novo?

Por que se canta todos os dias “Hoje o meu milagre vai chegar”? Afinal, ele não chega nunca? Que dia está sendo chamado de “hoje”?

Por que Jó não cantou “restitui, eu quero de volta o que é meu”, nem declarou ou amarrou nada, muito menos participou de “campanha de libertação” quando perdeu tudo?

Por que nós nunca vamos ao médico e pedimos, “doutor, dá pra queimar essa enfermidade pra mim por favor”? Por que então se ora pedindo isso pra Deus? Seria correto orar assim pra Deus curar alguém enfermo por causa de queimadura?

Por que não se faz um mega-evento evangélico, desses que reúnem um milhão de pessoas ou mais, pra fazer um mutirão para distribuir alimentos aos pobres ou ainda para recolher o lixo da cidade? Aliás, por que se emporcalha tanto as cidades com óleo e outras coisas nos tais “atos proféticos”? Não seria um melhor testemunho limpá-la ao invés de sujá-la?

Por que as rádios evangélicas tocam tanta coisa produzida por gravadoras ricas e nada produzido por artistas independentes?

Por que se faz apelo ao fim de uma “pregação” que não fez qualquer menção ao sangue, à cruz, ao arrependimento, ou sequer ao pecado?

Por que Deuteronômio 28:13 (“o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda”) é tão citado, ao passo que I Coríntios 4:11-13 (“somos considerados como o lixo do mundo”) ninguém gosta de citar?

Será que ninguém percebe que algo anda muito errado com o evangelicalismo brasileiro?


Eu só queria saber…

Fonte: Púlpito Cristão

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