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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A "Civilização" Pode Gerar a Barbárie

ADORNO, NAZISMO E A ARTE
Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno (Frankfurt am Main, 11 de setembro de 1903 – Visp, 6 de agosto de 1969) foi um filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão. É um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jürgen Habermas e outros.

Interessado em psicanálise, Adorno pensa assim como Freud que a emergência da Modernidade e o desenvolvimento racional gerou também o desenvolvimento de elementos irracionais, que reprimidos tendem a despertar a violência e a barbárie. Seu grande exemplo é Auschwitz, um campo de concentração nazista, e nas palavras do autor, "uma fábrica de exterminar seres humanos".
A diferença entre Auschwitz e outras formas de barbárie é a racionalidade presente na primeira. Auschwitiz funciona sobre uma base burocrática, onde os processos (distribuição de prisioneiros, transporte, trabalho forçado) são todos calculados.

Percebemos como a "civilização" também pode desenvolver a barbárie.

A racionalidade ocidental que acreditava estar desmistificando o mundo não percebeu que os mitos eram uma forma também de racionalizar o entendimento de mundo.
A razão se tornou uma autoridade, e a regressão à barbárie poderia ser produto da modernidade e do racionalismo ocidental. Qual a saída? Talvez o uso da razão iluminista para produzir uma crítica reflexiva sobre casos como Aushcwitiz, exatamente como fazemos aqui.
O burocrata expede ordens sem pensar nas consequências. Em seu escritório age de forma racional, mas irrefletida.
  
A barbárie nazista não é culpa de Hitler ou dos alemãs. É na verdade um produto da racionalidade ocidental, utilizada no propósito do horror. Há na verdade até um paralelo com o iluminismo ("levar o progresso e a civilização do povo alemão em nome da razão").

Auschwitz não é uma recaída, pois jamais houve um verdadeiro progresso, apenas o desenvolvimento da tecnologia. A humanidade sabe que o progresso não deve parar, que devemos estar sempre revolucionando a tecnologia, mas não é mais capaz de responder o por quê.

Há uma falta de integração entre os homens.

Talvez a educação possa conscientizar a população sobre a barbárie desse sistema. Não a educação pela dureza, essa sinônimo de violência que reprime o medo e potencializa o ódio. A saída seria uma educação voltada a ação reflexiva. Um educação que incentiva a reflexão constante. Assim a razão poderia colocar as coisas de volta ao seu lugar.

Bem, ao final de sua vida Adorno se tornou cético. Passou se dedicar à estética, acreditando ser a arte o único refúgio da racionalidade instrumental.
Mas seria verdade? Não estaria também o mundo do mercado subordinado às regras do Mercado?



A biografia resumida do início, para quem quiser saber mais sobre o autor foi retirada de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_W._Adorno

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