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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rasputin: O homem que previu sua própria morte.

Grigoriy Yefimovich Rasputin foi um místico russo, nasceu dia 22 de janeiro de 1869 em Pokrovskoie, Tobolsk e foi assassinado no dia 29 de dezembro de 1916 aos 47 anos em Petrogrado, actual São Petersburgo. Foi uma figura influente no final do período czarista da Rússia.

Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde diz-se que Rasputin chega mesmo a salvar Alexei Romanov, o filho do czar, de hemofilia.

Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna dedicar-lhe-á uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta proteção Rasputin passa a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.

Todavia, o seu comportamento dissoluto, licencioso e devasso (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificará denúncias por parte de políticos atentos à sua trajetória poluta, entre os quais se destacam Stolypine e Kokovtsov. O czar Nicolau II afasta então Rasputin, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.

A Primeira Guerra Mundial trouxe novos contornos à atuação de Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço da Alemanha. Escapa à várias tentativas de aniquilamento, mas acaba por ser vítima de uma trama de parlamentares e aristocratas da grande estirpe russa, entre os quais Yussupov.

Pouco antes de morrer, Grigori Rasputin enviou uma carta ao que seria o último czar da Rússia, Nicolau II, na qual fazia uma predição inquietante para a família real Romanov que suporia o assassinato do próprio czar, da czarina e de todos seus filhos:

"... tenho o pressentimento de que morrerei antes de 1º de janeiro (1917). Se eu for assassinado por gente comum, especialmente por meus irmãos os camponeses russos, então o czar da Rússia não deve se preocupar por seus filhos, que reinarão na Rússia outros cem anos, mas se eu for assassinado pelos boyardos e nobres (suas relações) digo que ninguém da sua família, nenhum de seus filhos, viverão mais de dois anos. Eles serão assassinados pelo povo russo. ...Vou ser assassinado. Já não estou entre os vivos. Reza, reza, seja forte, pensa em tua família..."
Grigori

Como foi o atentado:

Em Petrogrado (São Petersburgo) na noite do dia 29 de dezembro de 1916 o Príncipe Félix Yusupov convidou Rasputin para ir a seu palácio. Encontram-se presentes também, entre outros nobres, o primo do czar, o grande duque Demetrio Romanov.

Apesar de beber o vinho que Félix e Demetrio tinham previamente envenenado... Rasputin não morre.

Quando o veneno falha, Félix Yussopov dispara em Rasputin pelas costas... o monge também não morre.

Outros conspiradores fazem novos disparos. Um dos tiros atinge a cabeça... mas Rasputin não morre.

O Príncipe Yussupov também golpeia Rasputin com uma porrete de madeira... O monge segue vivo.

Finalmente, envolvem o corpo em um lençol e levam-no em um carro até o quase congelado Rio Neva, onde jogam o corpo. Dois dias depois, quando o corpo foi recuperado no rio, a autópsia revelou que seus pulmões estavam cheios de água: Rasputin morreu por afogamento, e com seus braços em posição vertical, como se tivesse lutado por sair do gelo.

Três meses após o assassinato de Rasputin, perpetrado pela mão dos nobres, Nicolau II abdicou como czar (março de 1917). E menos de dois anos mais tarde, o resto da predição do "monge louco" se realizou: nenhum membro da família sobreviveu à execução na madrugada do 17 de julho de 1918.

Muito falou-se sobre esta predição de Rasputin sobre sua morte, alguns falam de profecia e maldição do monge louco. No entanto, o que sim podemos dizer com segurança a estas alturas é que por aqueles anos, Rasputin tinha se transformado em um personagem muito poderoso e influente e colecionava um grande número de inimigos.

O próprio Rasputin, sempre bem informado, sabia disso e como ele próprio previu: se não fossem uns (o povo) seriam outros (os nobres) que acabariam com sua vida. O que não sabiam é que ia custar tanto.

Nota: Algumas investigações recentes pintam um quadro diferente sobre a morte de Rasputin, inclusive afirmam que em seu assassinato participaram diretamente os serviços secretos britânicos.

Um comentário:

  1. O czar já tava doido pra entregar os pontos pro primo Guilherme II, mas hesitava em razão das exigências deste. Os ingleses do primo Jorge V precisavam dos russos na luta, e era imprescindível que matassem o Rasputin - que era um pacifista - para poderem manipular o governo russo, tanto que jogam Nicolau pra escanteio quando ele anuncia seu acordo com a Alemanha, deixando Kerenski proclamar a República e manter a Rússia na guerra.
    Mas o poder de Rasputin sobre a czarina tinha outra razão: o príncipe-herdeiro Alexis - único filho homem do casal - era hemofílico, e o único que conseguira conter os achaques do guri foi o monge. Como? Hipnotizando o moleque. Sem saber, Rasputin usara um método não-convencional, mas que resolvia o problema da doença, salvando assim a continuidade da família imperial dos Romanov.

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