Por Martha Medeiros
Como
se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é
enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e
respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando
só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando
fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais
importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma
pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca
alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando
desvia do assunto.
Uma
pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do
outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que
espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por
comportamentos clichês.
Uma
mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento,
pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou
será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o
tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho
de um amor que parecia ser ínfimo.
É
difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem
aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros,
mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao
estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo
unifica os insignificantes.
Não
é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua
sensibilidade sem tamanho.
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