Seguidores

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MULHERES QUE AMAM DEMAIS

A Co-dependência, também conhecida por "mulheres que amam demais" (termo retirado de um livro de 1985 da autora Robin Norwood), é uma incapacidade que algumas mulheres têm para viver relacionamentos amorosos saudáveis, com uma tendência constante para se apaixonarem por pessoas muito problemáticas e ficarem presas emotivamente a estas mesmas pessoas.

Nestas mulheres, existe uma atracção por parceiros que sejam ausentes, negligentes, imaturos ou mesmo violentos (fisicamente e/ou verbalmente). De uma forma inconsciente, há uma necessidade de perpetuar uma série de emoções negativas que estes parceiros lhes provocam, como forma de se manterem num "equilíbrio" enganador, que lhes traz sofrimento e angústia ao longo de toda uma vida.

A questão que se coloca imediatamente é: porquê? Porque é que uma mulher opta por se aproximar a um homem tão problemático? Porque é que depois de muitas experiências de humilhação, continua a gostar daquela pessoa que a mal trata?
Esta opção, muitas vezes, não é uma atitude consciente e racional por si só. Com frequência estas mulheres sabem que sofrem e continuarão a sofrer, mas sentem que precisam desta instabilidade para viver e atribuem-na ao amor que sentem pela outra pessoa e não à dependência que entretanto criaram.

Um envolvimento com um parceiro que não seja problemático torna-se para estas mulheres insípido, aborrecido e monótono, porque não contem o dramatismo, a luta diária e a incerteza que geram para se sentirem vivas. Considera-se que esta tendência está relacionada com padrões disfuncionais familiares do passado, e que quanto maior o sofrimento da criança no passado, maior a probabilidade de na idade adulta a mulher reproduzir esses mesmos padrões com novos companheiros.

No fundo, esta é uma forma de dependência tão auto-destrutiva como no abuso de substâncias, alcoolismo ou vício do jogo, estando a diferença no "objecto" em que essa dependência é depositada. Torna-se uma relação do género "chave-fechadura" e que acaba por se prolongar no tempo ou mesmo uma vida toda, porque a mulher sente necessidade de assumir um papel maternal e cuidador para com o companheiro problemático, e este, por sua vez, precisa de uma mulher que manifeste características de dependência e vulnerabilidade psicológica. Ao contrário do que se possa pensar, esta relação é prejudicial para ambos, pois a mulher alimenta no companheiro a manutenção dos seus comportamentos negativos, não lhe permitindo igualmente prosseguir com outra forma de vida.

Apesar de ser menos frequente, alguns homens tambem podem sofrer de co-dependência. Acredita-se que não seja tão visível e que mais facilmente se mantenha dentro de "4 paredes", porque socialmente ainda existe uma conotação muito negativa para o homem que é sujeito a maus-tratos (quer físicos, quer psicológicos). Permanece ainda o estigma de que é a mulher que passa por estas situações.

Nestes casos de co-dependência, a ajuda psicológica torna-se fundamental porque é natural que a pessoa sinta um enorme vazio e imensas alterações emocionais quando se tenta comportar de forma diferente com o companheiro ou quando quer uma separação. Há quem se mantenha na co-dependência a vida toda para não ter de passar pelo angustiante processo de separação. A pessoa acredita que não aguentará viver sem essa pessoa e prefere manter-se infeliz e insatisfeita.

A terapia ajudará ainda a que a mulher se começe a questionar sobre a razão que a leva a sentir-se atraída por homens com determinadas características negativas em comum e a perceber a origem desse comportamento, de forma a ultrapassá-lo. Como diz Maria do Rosário Dias "não podemos escolher a família nem alterar o que está para trás nas nossas vidas, mas podemos escolher as pessoas com quem nos relacionamos pela vida fora".
(em: http://pt.shvoong.com/social-sciences/psychology/1758993-dependência-mulheres-que-amam-demais/)

Algumas mulheres têm ou tiveram companheiros apaixonados com quem viveram relacionamentos duradouros, tentando ser as mulheres ideais, nem que para isso fosse preciso abrir mão de serem elas mesmas. Quando se deram conta, já haviam estabelecido uma dependência semelhante à desenvolvida em relação ao álcool ou às drogas. Para ajuda-las foi criado o grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA) à semelhança dos Alcoólicos Anônimos. Existem 15 características de quem procura relacionamentos destrutivos e pode estar enquadrada no raio de ação da Mada:

1 – Vem de uma família desajustada, que não supriu suas necessidades emocionais.
2 – Tenta compensar a atenção que não recebeu por meio de outra pessoa, tornando-se superatenciosa, principalmente com homens aparentemente carentes.
3 – Como você não vê seus pais como pessoas atenciosas, amáveis e afetuosas de que precisava, sente-se fortemente atraída pelo tipo de homem familiar, mas inacessível.
4 – Com medo de ser abandonada, faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento.
5 – Minimiza os problemas, nada toma muito tempo ou mesmo custa demais se for para “ajudar” o homem com que está envolvida.
6 – Acostumada a não receber amor de seus relacionamentos, está disposta a ter paciência e esperança, tentando agradar cada vez mais, na tentativa de ganhar um pouco mais de carinho.
7 – Não se incomoda em arcar com mais da metade da responsabilidade, da culpa e das falhas em qualquer relacionamento.
8 – Sua auto-estima está baixa e, no fundo, ela não acredita que mereça ser feliz.
9 – Como não se sentia segura na infância, tem uma necessidade desesperadora de controlar seus homens e seus relacionamentos. Disfarça seus esforços para controlar pessoas ou situações sob uma capa de preocupação com elas.
10 – Está muito mais próxima do sonho do relacionamento idealizado, do que da realidade da situação.
11 – É dependente de homens e de sofrimento espiritual.
12 – Tem tendência psicológica e, com freqüência também física, a se tornar dependente de drogas, álcool ou comida, principalmente doces.
13 – Ao se envolver com pessoas que tem problemas ou em situações caóticas, incertas e dolorosas, evita concentrar suas responsabilidades em si própria.
14 – Tende a ter momentos de depressão e tenta preveni-los pela agitação criada por um relacionamento instável.
15 - Não se sente atraída por homens gentis, estáveis e seguros. Acha que são cansativos.
 (Do livro “Mulheres que Amam Demais” de Robin Norwood)

0 comentários:

Postar um comentário