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sexta-feira, 12 de março de 2010

Considerações Sobre a Vida e o Tao IV


NOUS
Meditar,
A medida do ansiar,
A arma para atingir
Algo que parece fugir,
Não, acho que não sumir.
Antes paira no alto
Para alcançá-la não em salto,
Mas em simples flutuar.
Aos céus se elevar
Tal como pluma no vento
Sem o desejo violento
De um homem mesquinho.
Antes estar sozinho,
Perseguir no intento,
Policiar o pensamento.,
Regrar a força suprema,
Fazer-se merecer na terrena
Existência fechada de nós
Que somos pouco maiores que uma noz.
Comparados com o Universo
Não somos mais do que sonho disperso,
Pois imenso é o poder,
A criação de tudo o que parece viver,
Do inanimado também,
Do que move-se e do que tem
Própria forma e pensamento
Ou só instinto, raciocínio lento.
Da medida de tudo o que existe,
O âmago, a partícula que inexiste
E sempre existiu, nunca nasceu e não morre,
Força monarca e ao mesmo tempo servil.
(Dimas de Fonte)



DELFOS
Infindável fantasma de mórbida figura,
Temente alma de negra fumaça,
Irmão e sangue de vida santa,
Aparência enganosa
Dos nossos próprios pesadelos.
Significado desconhecido de si mesmo.
CONHECE-TE HOMEM!
É o que diz a Natureza
E o homem ignaro não ouve.
Foge escondendo-se no ego.
Se nada sabe é porque acha
Que nada há para saber.
Tão pouco, muito ainda
Para quem mata
Sua própria Consciência Divina.
(Dimas de Fonte)


COLÓQUIO
Me perguntam:
- Onde vais tão absorto
com o cajado à mão
e a velha túnica esfarrapada
por entre caminho tão rude?
Pausando minha caminhada
Eu lhe respondo:
- subo ao topo da montanha,
busco o frescor da altitude,
a sabedoria do antigo local.
- Quão bobo sois!
Acerca-te de nós
e deita-te entre as flores.
Descansa sob o perfume doce
que permeia o ar.
Sente sob ti o verdejante tapete
que é a grama.
Esquece tua caminhada.
Acaso sois tolo?
-Tolo?
Talvez o seja,
mas antes a sabedoria da ermida,
à inutilidade do descaso.
Descansarei somente
quando minha jornada terminar,
e quando chegar a hora,
qualquer lugar servirá.
Quereis me seguir
e serão bem vindos.
Se não...
permitam-me prosseguir
em minha jornada.
(Dimas de Fonte)


LUZ
Que de mim guarda eterno homem
Na vitória da vida sobre a vida,
Na espera da morte anjos somem
E voltam na esperança então remida
São seres em mim,
Também sou eu.
Fantasmas bons que encarrego,
São as forças da luz que não morreu,
É a alma de Deus a que me apego.
(Dimas de Fonte)

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