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sábado, 13 de março de 2010

Considerações Sobre a Vida e o Tao V

MARINHA III
Olhando o mar incansável.
Sentindo a brisa, o vento.
Serenidade e magia palpável,
Fluxo de luz no próprio tempo.

Suave música da natureza.
Simples homem maravilhado,
Encantado com sua beleza.

Outros não ouvem, talvez...
Ocupados consigo.
Guinchos e gemidos ou mudez.
Não captam o silencioso sentido

Da onda que acaricia o mar,
Da mão fluida que açoita a praia.
Não sentem a pureza do ar,
Embora a poluição caia

Como caem os pássaros do céu.
Nem assim a natureza cansa,
Continua bela e sem véu,
Sua voz calma e mansa

Chama ainda o filho seu,
Que dela, sua mãe, esqueceu.
Renega o seu berço, sua origem
E a ela atribui os males que o afligem.

Insensível e só consigo,
Preso pelo ego inimigo,
Não verá a Luz
Se não compreender a Verdade
Que a Ela conduz.
(Dimas de Fonte)


RAZÃO
Sabe,
Às vezes eu sinto
E me vejo voar
Subindo Para algum lugar.

Observo as pessoas lá em baixo
Olhando para mim.
Elas passam como se não me vissem
E mesmo se conseguissem
Não acreditariam em mim

É difícil não crer no que se vê,
Mesmo assim o que não se vê
Ainda merece que se creia.

Dentro de nós existe
Um fino filtro de alegria.
Uma parte de nós quer ser feliz,
Viver num mundo de eterna magia.

Quantos tem oportunidade
De se dizer feliz nesta cidade
E não invejar seus irmãos?

Quantos possuem verdadeira intenção
De querer mudar o mundo
Nem que seja por um segundo em vão?
(Dimas de Fonte)


NÃO-AGIR
Sentado espreita a Vida,
Calado almeja a senda,
Que viva ou morra
Na morada da qualidade auferida.
Se alguém já nasce douto
Habilita o ser indistinto,
Vangloria do mar eqüidistante,
Sentimento tão perto do longínquo.
Ponto ao sabor das ondas
Agita em mim turbilhão,
De febre convulsa se mexe.
Atua meu viver na calma
De acalmar meu ego indomável,
Serená-lo qual fera
Que adormece saciada e lenta
Com o Tao do Céu e dos Homens
Preenchido e feliz na Harmonia.
(Dimas de Fonte)


ANDARILHO
Onde até mesmo eu
Que ando após o tempo
Não volto ao léu das nuvens,
Caminho por entre sonhos,
Saber por entre rochas

No sol do calor intenso,
No vento do ar tão fresco
Calmante da mesma faixa.

De ver os homens à volta
Que são tão eles e mesmos
Às voltas com o alto e o belo.

No fundo mundo extenso
De almas inteiras se acham,
Talvez supremo dedo apontam
O fim da Última Face

Do sol ao som da verdade,
Clarão de paz incentiva
Ao bom entendedor que se chama
DEUS!
(Dimas de Fonte)


ÁCIDO
Por tal forma me tomo
Esquecido da lida inconstante,
Perdido vil entre paredes
De sólidas amarras fechadas.

Algum dia de sol radiante
Brilhando sobre minha cabeça.
O vento que sopra me fala,
Seu toque me traz alegria,
Deixa meu ser em contato.

A Natureza resvala
De meu toque foge assustada
Tem medo e voa em volta

Envolta no mais puro mistério,
Na luz da ordem,
Estrutura de magia,
Teia prateada de vida
Relegada por ser indistinta,
Violada pela vontade malvada

Que homens constroem  uma flor?
O que se faz senão depredar?

Submeter a Mãe ao machado
Manchado pelo sangue dos bichos
E pelo sangue humano lavado
Pela chuva ácida que cai do céu.
(Dimas de Fonte)

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