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domingo, 28 de março de 2010

Considerações sobre a Vida e o Tao X

NO CAMINHO
Dentre pedras
Entre flores
Nas colinas perfumadas
E varridas pela brisa

Altos voos
Sensação de liberdade
Um arrepio de satisfação
Um existir

Pense nas nuvens
Sinta a Terra
E sinta o Sol ardente

Imagine o Mar

E as suas ondas que respingam
Sobre as pedras

Escorra com a espuma
E sibile com o vento
Entre as passagens
Abertas na rocha sólida

Não se lembre de quem és
De onde vens
Sobe os céus no dorso do Dragão
E cavalgue as nuvens

Seja humano
E sendo homem
Perfeito e uno
Em Harmonia com o Tao
(Dimas de Fonte)


SIMPLICIDADE
Aquilo que se diz
E o que se pensa
No final não tem valor
Apenas o que se é
Espontânea e naturalmente
Significa alguma coisa.
Dourar um ídolo
Feito de esterco
Não faz com que seja
Mais do que isso.
No momento
Em que as verdades
Fizerem parte da vida
Sem esforço ou concentração.
No momento
Em que os cuidados
Deixarem de ser precisos.
No momento
Em que se aprender a SER
Não apenas existir,
Todas as realidades
Se fundirão numa única
Que terão em si
Todas as demais irradiando-se
E refletindo-se
Na sua própria luminosidade
A compreensão intuitiva
E a certeza das respostas
Para qualquer pergunta
Farão parte do ser.
Porque todo aquele
Que bebe do Poço Divino
Harmoniza-se com sua Luz
E assim,
Volta a fazer parte Dela.
(Dimas de Fonte)


IMORTAL
Andaste por entre as flores
E no vento te veio o aroma sutil
Pensaste em tua vida
Inútil pensamento nesta hora

Sentes-se como que abandonado
Solitário entre tuas lembranças
De tempos passados
E pessoas passadas também

Ergue tua cabeça
E contempla o Dragão alto no céu
Brinca com o Tigre Branco,
E desfaz-te no vazio

Volta a Fonte Primordial
E desfruta a alegria de viver livre
Livre da vida e da morte
Livre da dor e da paixão

Torna-te uno
E como a água, apenas flui
Indo a todos os lugares
Levando a tua Luz
(Dimas de Fonte)


VISÃO DO TAO
Imagino por entre as pedras
Onde as ondas se quebram
O frêmito ansioso dos seres
E a força viva das águas

Desejo sentir a brisa fresca
E de pé na pedra úmida
Ouvir a sinfonia da criação

De quantas altas teorias
Vive o ser humano?
Em quais livros
Está a perene magia
De um dia de Sol?

Quantos artistas
Poderiam repetir o langor
E a calma abandonada
Do adormecer à sombra
Num dia quente
De brisa fresca?

Imagino por entre os seres
Quais deles procuram entender
Procuram medir e achar leis

Desejo sentir como outros
Que apenas são
E náufragos da razão
Bebem da natureza
E embriagam-se em seus odores

Sem fustigar suas mentes
Sem perguntas abstratas
Preferindo aninhar-se
No colo da Mãe
E ali permanecer
(Dimas de Fonte)


VIAJANTE
Em busca do Caminho
De estrelas ou chão pedregoso
Sigo com o meu cajado
E manto surrado
Arrastando as sandálias
Pela estrada tão rude
Para além do que se vê
Procurando o que existe ali
Sem saber como é ou onde está
Mas com uma certeza que permeia a tudo
(Dimas de Fonte)


TE
Disseste de mim:
- Sois tolo!
Escarneceste
E de mim debochaste

Perdeste o teu precioso tempo
Em julgar o que faço
Em entender como vivo

Esforços vãos
Na tentativa vã
De esquecer a si próprio

Não me preocupa sua opinião
Ou a que deixas de proferir
Somente tu não te apercebes

Sigo o Tao do Céu
Em meio ao Tao dos Homens
Sobre o Tao da Terra
(Dimas de Fonte)

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