Seguidores

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Flor de Lis

A flor de lis (flor-de-lis) é uma figura heráldica (a arte ou ciência dos brasões) muito associada à monarquia francesa, particularmente ligada com o rei da França. É também o símbolo do escotismo. A flor-de-lis desperta muita curiosidade a respeito de sua origem e até controvérsias quanto à verdadeira planta popularmente batizada com este nome. A verdadeira flor-de-lis não pertenceria à família das Iridáceas, nem das Liliáceas: trata-se da Sprekelia formosissima, uma representante da família das Amarilidáceas, originária do México e da Guatemala.

Conhecida em outros idiomas como lírio-asteca, lírio-de-Saint-James (St. James lily), lírio-de-saint-Jacques (Lis de Saint-Jacques) a Sprekelia formosíssima é a única espécie do género. O nome da espécie foi dado pelo botânico Linnaeus (Lineu) quando recebeu alguns bolbos de J. H. van Sprekelsen, um advogado alemão. Os espanhóis introduziram a planta na Europa, levando os bolbos do México, no final do século XVI.


É quase impossível precisar a exata origem do símbolo. A única certeza é que seu surgimento data de épocas bem remotas. Sabe-se que a imagem da flor-de-lis foi usada nas armas da França em 496. O desenho da flor era colocado no manto de reis na época pré-Cruzadas, na indumentária de luxo dos reis de armas, nos pavilhões, nas bandeiras e, ainda hoje, em vários brasões de municípios franceses. No ano de 1125, a bandeira da França apresentava o seu campo semeado de flores-de-lis, o mesmo acontecendo com o seu brasão de armas até o reinado de Carlos V (1364), quando passaram a figurar apenas três. Conta-se que este rei teria adoptado oficialmente o símbolo como emblema para honrar a Santíssima Trindade.

Alguns historiadores relatam que o símbolo começou a ser utilizado no reinado de Luiz VII, o Jovem (1147) e também como emblema da cidade de Florença. Este rei teria sido o primeiro dos reis da França a servir-se desse desenho para selar suas cartas-patentes, principalmente em alusão ao seu nome Luiz, que na época se escrevia "Loys". Os reis que vieram a seguir conservaram a flor-de-lis como atributo real e o mesmo fizeram seus descendentes.

Dessa forma, a palavra "lis" Significa íris, ou lírio, mas também se associa com o nome "Louis", o primeiro príncipe francês a utilizar este símbolo. Sendo assim: Fleur-de-Louis: Flor-de-luis. Ela permanece extra-oficialmente um símbolo da França, assim como a águia napoleônica, mas seu uso é muito mais antigo do que isso. Segundo o livro ilustrado dos Signos e Símbolos, de Miranda Bruce-Mitford, Luís XVII adoptou a íris como seu emblema durante as Cruzadas e o nome evoluiu de "fleur-de-louis" para "fleur-de-lis" (flor-de-lis), representando com as três pétalas, a fé, a sabedoria e o valor. Realmente, há uma grande semelhança entre a íris e a flor-de-lis, quando as analisamos de perfil. Outras referências sugerem que a flor-de-lis é uma espécie de lírio. Os espanhóis traduzem "fleur-de-lis" como "flor del lírio" (flor-de-lírio) e, neste caso, defende-se o lírio - e não uma íris - como a verdadeira flor-de-lis. Há uma lenda que ajuda a reforçar esta ideia, contando que um anjo teria ofertado um lírio a Clóvis, rei dos Francos, em 496 d.C., quando este se converteu ao Cristianismo.

  
De acordo com o historiador Georges Duby, representa os três braços da monarquia feudal: Aqueles que trabalham, aqueles que lutam e aqueles que rezam.

É um símbolo religioso tão arraigado que pode ser encontrado no brasão papal, nos escudos dos nobres ingleses e escoceses; bósnios e canadenses. É um símbolo maçônico utilizado para representar a ponta de lança que guia o homem em direção ao seu destino.
O símbolo aparece nos primeiros cetros reais, representando o FOGO na alquimia. O espiritual que guia o rei em suas decisões de caráter divino, sendo encontrada em praticamente todas as eras e civilizações. Sua origem provável remonta do simbolismo com a lótus oriental: de uma flor bela e pura que nasce em meio ao lodo do pântano, representando os ocultistas e hermetistas em sua Verdadeira Vontade, com o espiritual (fogo) erguendo-se sobre o material (terra+água). Representa a união do homem com o divino e é uma das principais referências dentro da alquimia.

É uma das quatro figuras mais populares em heráldica, juntamente com a águia, a cruz e o leão. Certos estudiosos afirmam que a flor-de-lis teve sua origem na flor-de-lótus que era conhecida no Egipto, outros defendem que foi inspirada na alabarda ou lírio - um ferro de três pontas que se colocava fincado nos fossos ou covas para espetar quem ali caísse. Outra possível origem é a de que seja uma cópia do desenho estampado em antigas moedas assírias e muçulmanas. A flor-de-lis é símbolo de poder e soberania, assim como de pureza de corpo e alma.

Era comumente encontrado em descrições cristãs sobre Jesus, por sua associação com uma das canções de Salomão “Lírio entre os espinho” (lilium inter spinas), considerado uma referência a Maria Madalena e também à Virgem Maria, além de representar também a mesma simbologia da Lótus oriental e egípcia. O Lírio, na Grécia, era considerada a planta sagrada de Hades, e usada até hoje como símbolo de passagem segura para o Reino dos Mortos.

Sua forma estilizada também faz referência ao Tridente, símbolo de Exú (guardião das encruzilhadas e reinos), que guarda as funções de mensageiro entre os orixás e os humanos, sendo muito utilizada em pontos riscados na Umbanda e Candomblé.


Alguns grupos ateístas brasileiros adotaram este símbolo, provavelmente por completo desconhecimento de seu significado.


Retirado e adaptado de:

3 comentários:

  1. "Alguns grupos de religião ateísta brasileira adotaram este símbolo.."

    ResponderExcluir
  2. Nessa frase faltaram as aspas para a palavra "religião". Eu devia ter colocado embora no original não tenha. Ela foi tirada de um site (O "Teoria da Conspiração" do Marcelo Deldebbio, cujo endereço está nos créditos) onde o articulista costuma comparar o ateísmo com uma religião de pessoas que não acreditam em nada, atribuindo aos fundamentalistas dessa "crença" o mesmo fanatismo que alguns membros de religiões estabelecidas por vezes apresentam. É um pensamento com o qual eu concordo por ser contra qualquer tipo de fanatismo ou fundamentalismo que sempre descamba para a intolerância. E a intolerância já queimou muitos inocentes na fogueira e torturou outros tantos em campos de concentração. Era para ser uma ironia, mas sem as aspas ficou estranho mesmo, por isso já fiz a correção.

    ResponderExcluir
  3. Parabens, ABC. Perfeito, a meu ver.
    '...Eu concordo por ser contra qualquer tipo de fanatismo ou fundamentalismo que sempre descamba para a intolerância. E a intolerância já queimou muitos inocentes na fogueira e torturou outros tantos em campos de concentração.'

    ResponderExcluir