Por Robert Otsu
Ao deparar com um buraco, a água se
precipita até o fundo. Se não encontrar saída, ela se acumula e preenche o
fosso. À medida que se acumula, o nível da água se eleva até encontrar uma
borda baixa. Assim, ela sai do buraco e continua seu fluxo.
Numa transposição dessa situação para a
vida humana, podemos fazer muitas reflexões. A frase "Quando a água cai
num fosso, ela se acumula até encontrar a borda mais baixa" pode ser
reinterpretada da seguinte forma: "Quando uma pessoa sábia (água) depara-se
com uma situação de dificuldade (fosso), ela se interioriza (acumula-se) até
que naturalmente encontra a saída mais fácil (borda mais baixa)".
Numa a situação complicada em que não
existe solução imediata, o sábio também se acumula, isto é, volta-se para
dentro de si em busca de recursos interiores. Faz da adversidade uma
oportunidade para ficar quieto, para meditar como está conduzindo seus ideais,
quais são seus valores mais importantes e qual é o sentido da sua existência.
A água não se agita no fundo do fosso. Ela
não fica enlouquecida, não "sobe pelas paredes". Não é da sua
natureza a água subir pelas paredes. Ela fica quieta, não gasta energia com
nada, apenas se acumula tranqüilamente e espera que a situação apresente uma
saída. A água sabe que tudo flui e que é preciso preencher as depressões que
encontrar pelo caminho e seguir em frente. Enquanto estiver fluindo, nada barra
seu curso. Quando o sábio observa o comportamento da água percebe que a calma e
a confiança na vida são essenciais para se encontrar a saída mais fácil - e
mais facilmente.
Trecho
do livro A sabedoria da Natureza, de Roberto Otsu, Editora Ágora, S. Paulo –
Retirado de: http://www.robertootsu.com/11.html
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