No já longínquo
ano de 1999, próximo a virada do século, me juntei com meu amigo
Wanderson Silva de Souza para fazer um fanzine com um personagem criado por
ele. A nós chegaram-se Alexandre Tadeu S. Pinheiro nos desenhos e Alexandro
Nunes Pereira que muito gentilmente
elaborou uma arte que serviu de base para a capa. Assim, realizamos uma obra da qual me
orgulho até hoje e que a partir de agora postarei aqui; começando pela capa e
pelo editorial que abria a história onde eu fiz uma pequena compilação de personagens felinos para introduzir nossa
personagem. Ainda faltaram alguns como T-Bone e Razor (dos Swatcats), a
Hello Kity, o Gato de Botas, O Gato de Chapéu, o Bola de Neve (dos Simpsons),
os Aristogatos (da Disney), Artemis (da Saillor Moon), Boo (o gato fantasma da
Hannah-Barbera), Coçadinha (da dupla com Comichão também dos Simpsons),
Branquinho (da Dupla com o Capitão Guapo), Cruel (dos Smurfs), Fifi (o grande
amor do Gambá Pepe Le Pew), Fígaro (do Pinóchio), Heatcliff, Lúcifer
(da Cinderella), Olho Vivo (da dupla com Faro Fino), Jambo (da dupla com Ruivão), Salem
(da bruxa Sabrina), e o Snowbell (do Stuart Litle). Sei que não dava mesmo para colocar todos, mas mesmo assim acho que ficou bem legal... Ao final colocamos uma charge de uma página com "Os Qudrinistas", personagens cômicos, quase alter-egos, inspirados no Wanderson e em mim, comentando a história,.
***
EDITORIAL
Manda-Chuva quis saber quem era o novo
dono do pedaço; Eek, The Cat temeu que fosse mais um concorrente ao amor de sua
namorada; Frajola reclamou: "Agora o Piu-Piu vai dizer quer viu dois
gatinhos". Garfield comentou que não dividiria suas sardinhas com ele;
Hércules ficou contente por ele não ser mais um cachorro chato como o Spif; Tom
ficou pensativo com a reação de Jerry; O Gato de Botas desdenhou: "Será
que ele traja um Armani?"; O Gato Risonho apenas sorriu e desapareceu em
seguida; Chuvisco receou que seus ratos, malditos ratos!, iriam querer se
bandear para o lado dele; a Mulher-Gato ronronou manhosa; o Gato Félix deu uma
gargalhada, o China correu para contar para o Hong Kong Fu, o Mingau não deu
atenção e continuou no colo da Magali, O Zé Bolha não parou de perseguir o Juca
Bala, O Sebastian enrolou-se mais no pescoço de Alessandra e não quis saber de
mais do assunto: O Bacamarte não parou de atirar em Chumbinho; Fritz tirou uma
baforada de seu cigarro ao tomar conhecimento e perguntou: "E daí?";
E o pessoal da Gatolândia festejou a chegada de mais um para o clã dos felinos
famosos.
Todos sabem agora que ele chegou... Bob
Cat Adventurer!!!
Mas quem é Bob Cat? E porque ele é
paulista se seus autores são cariocas? E porque ele é gótico se a moda é ser
cluber? Qual é a dele?
Questões, questões... Mas não se
preocupe... Todas elas serão respondidas a contento. Esperamos...
São Paulo tem contribuído muito para o
universo editorial, "quadrinístico" e "zinístico" do
Brasil. Essa foi uma das razões da vontade de criar um personagem ambientado na
"pauliceia desvairada". Outra razão foi o fato do personagem ser
gótico. Não que não existam góticos no Rio de Janeiro, mas a atmosfera sombria -
à lá Gotham City - de Sampa, com sua s árvores de concreto armado, combinava
melhor com os gárgulas, vilões de Manga e fumaça de gelo seco que tínhamos em
mente para o personagem. Pretendíamos que pelo menos um membro da equipe: desenhista
ou arte-finalista -fosse paulista, mas tal intento não foi possível... Infelizmente.
Quanto ao fato do personagem ser
gótico... Não pense que nosso querido felino é um personagem anacrônico,
estacionado no tempo. Retro-futurista talvez...
Mas o ponto em questão é que ele não se
circunscreve tão somente no universo de trevas dos góticos, Mas agencia-se
perfeitamente com o colorido e plástico mundo dos clubers; com o escatológico e
sanguinolento domínio do hardcore, com o trash, com os nervosos punks da
periferia, com as alegres e setentistas dragqueens e por aí vai. O universo de
conhecimento e influência do nosso destemido felino é infinito. Ele está em
todas as partes e onde quer que vá só há dois tipos de sentimentos para com
ele: ou o amam ou o odeiam, não há meio termo. Mas afinal o que ele é? Herói,
anti-herói, G, L ou S, enigmático, E.T.?
Podemos dizer que ele nunca estabelece
compromissos duradouros. E que o mais importante é que a sua opção primordial é
pela aventura. Sendo assim... Não há por que nos prendermos a outros
detalhes... Estamos no final do milênio e uma certa indefinição está na ordem
do dia meu amigo(a).
Qual é a sua origem? De onde veio? Para
onde vai? Onde ele mora? De que ele vive? O que ele pensa? Mistério! O mais
completo e absoluto mistério!
Isso é o que podemos dizer. Leiam as
suas aventuras que começam com o exemplar desse zine que tem em mãos e tire
suas conclusões se puder... Ou quiser...
Agora que entenderam (ou não) quem é Bob
Cat. Gostaria que soubessem porque criá-lo. É uma hercúlea tentativa de
divulgar nossa obra através de um trabalho minimamente bem acabado. Afinal,
todos sabemos que fazer quadrinhos no Brasil é tarefa de loucos, desocupados ou
heróis. (Preferimos acreditar que estamos na última opção).
E
agora, caro leitor, aproveite a leitura. Aguardamos vossas possíveis
correspondências comentando a obra.
Algumas
Sugestões:
Leia
o Zine ouvindoDominion/Mother Rússia, BobCafs Theme, do Sister of Mercy ou quem
sabe, The Lovecats do The Cure ou ainda David Bowe ou mesmo Portishead, Type O
Negative, Garbage, Bjõrk, Poe ou talvez alguma outra banda gótica.
Ate
breve.
OS
EDITORES
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