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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pequeno Dicionário do Intraduzível


O correto seria falar no plural e pensar em cada um dos idiomas existentes no mundo como uma espécie única, aparentada talvez com outros mas com características únicas em cada caso: cores, formas, traços singulares como os quais distinguem um animal do outro. Assim, como seres vivos que são e em razão de seu comportamento ecossistêmico, as linguagens do mundo possuem palavras únicas, espécies endógenas que não possuem equivalente em nenhum outro idioma.

Neste sentido, cada língua possui expressões próprias que, orgulhosamente, se apresentam como intraduzíveis em outros idiomas, recipientes de práticas culturais, hábitos, costumes perseguidos em anos e anos de história que terminam cifradas em um punhado de letras, em algumas quantas palavras que contêm em seu minúsculo microcosmos uma vasta realidade social, subjetiva, coletiva e ao mesmo tempo personalíssima.

Em 2004 a Today Translation fez uma pesquisa entre milhares de linguistas de todo mundo para descobrir quais eram as palavras mais difíceis de traduzir entre todos os idiomas que resultou em uma lista das Top 10 palavras mais difíceis de traduzir, que, evidentemente se repetem neste post que elaboramos com expressões em diferentes idiomas que compartilham esta característica comum, um breve vislumbre às espécies endógenas desses ecossistemas linguísticos que chamamos idiomas locais.

Age-otori: termo em japonês para dizer que alguém prejudicou seu aspecto cortando o cabelo.

Altahmam: em Árabe designa um tipo de tristeza profunda.

Arigata-meiwaku: termo em japonês para nomear uma situação em que uma pessoa fez por você algo que não queria que fizesse, que tentou evitar ao máximo, mas que, ao fazê-lo, ficou lhe devendo um favor e ademais, por convenção social, inclusive deve agradecer pelo que fez.

Backpfeifengesicht: termo em alemão para dizer que um rosto precisa urgentemente de uma porrada.

Bakku-shan: em japonês designa que uma garota está linda, mas só enquanto está de frente.

Desenrasçanço: termo em português para dizer que pode solucionar problemas ou resolver dificuldades rapidamente e sem grandes meios.

Forelsket: em norueguês expressa a euforia sentida na primeira paixão.

Gezellig: termo em holandês para designar vários adjetivos como acolhedor, íntimo e agradável.

Gigil: termo em filipino que expressa o impulso de beliscar algo que é insuportável terno (o nosso tchutchuquinho!).

Guanxi: na China tradicional, um "guanxi" é aquela pessoa que nos enche de presentes, faz favores, mas também é uma qualidade que pode cultivar-se ao pedir a devolução de um favor.

Ilunga: termo em Tshiluba, um idioma do Congo, que indica a pessoa capaz de perdoar um abuso ou ofensa pela primeira vez, de tolerá-lo uma segunda vez, mas nunca uma terceira. (Seu Lunga com I)

Klloshar: termo do idioma albanês para dizer que uma pessoa é um grande e incorrigível perdedor.

Litost: em checo, esta palavra indica o estado espiritual tormentoso que sobrevém quando a pessoa percebe a sua própria miséria. Em alguma de suas novelas Milan Kundera fala deste sentimento.

L'esprit de l'escalier: esta expressão francesa refere-se ao talento de uma pessoa para responder com agudeza e mordacidade. Quando já é muito tarde. (faísca atrasada)

Mamihlapinatapai: termo em Yaghan, uma língua da Terra do Fogo, que se refere àquele olhar intraduzível, inefável entre duas pessoas que compartilham um mesmo desejo. (olhar 45)

Manja: em malaio o comportamento aninhado que às vezes algumas mulheres têm com seus casais, aqueles mimos que alguns acham nauseantes. (Oh meu Cheiro!)

Meraki: em grego moderno, significa fazer algo com amor e criatividade, pondo a alma nisso.

Naa em japonês é utilizado só na zona de Kansai para enfatizar as afirmações ou expressar que se está de acordo com alguém.

Nunchi: palavra coreana que designa a capacidade de saber ler o estado emocional de outras pessoas.

Pochemuchka: termo em russo para designar uma pessoa que formula muitas perguntas.

Radioukacz: em polonês é utilizado para se referir à pessoa que trabalhou com telegrafia para os movimentos de resistência no lado soviético da cortina de ferro.
Saudade: termo em Português para referir-se ao verdadeiro estado de nostalgia.

Schadenfreude: o prazer, em alemão, pela dor de outra pessoa.

Selathirupavar: termo em Tamil que significa certo tipo de absentismo escolar. (matador de aula)

Sgriob: em gaélico, é o comichão que dá no lábio superior logo após beber uma dose uísque.

Shlimazl: no idioma iídiche indica quem tem uma má sorte crônica. (azarão)
Taarradhin: similar em árabe ao tutti contenti italiano, quando um problema é solucionado de tal modo que deixa todo mundo satisfeito.

Tatemae e Honne: duas palavras japonesas que expressam, respectivamente, o que finge crer e o que realmente crê.

Tingo: em pascoense, o idioma da Ilha de Páscoa, significa tomar emprestados objetos da casa do vizinho um a um até não sobrar mais nada.

Waldeinsamkeit: em alemão, o sentimento de estar sozinho na floresta.

Yoko meshi: expressão em japonês que literalmente significa comida que se come pelos dois lados mas, em sentido figurado, se refere à inquietude sentida quando se fala em um idioma estrangeiro.

Fonte: So Bad So Good.


Veja mais coisas legais em: http://www.mdig.com.br/

terça-feira, 29 de maio de 2012

Manual do Guerreiro da Luz


Por Paulo Coelho
Um guerreiro é simples como as pombas, e prudente como as serpentes.
Quando se reúne para conversar, não julga o comportamento dos outros; sabe que as trevas utilizam uma rede invisível para espalhar seu mal. Esta rede pega qualquer informação solta no ar, e a transforma na intriga e na inveja que parasitam a alma humana. Assim, tudo que é dito a respeito de alguém sempre termina chegando aos ouvidos dos inimigos desta pessoa, acrescido da carga tenebrosa de veneno e maldade. Por isso, quando o guerreiro fala das atitudes de seu irmão, imagina que ele está presente, escutando o que diz.

Os guerreiros da luz mantém o brilho nos olhos.
Estão no mundo, fazem parte da vida de outras pessoas. Começaram sua jornada sem alforje e sem sandálias. Muitas vezes são covardes. Nem sempre agem certo. Os guerreiros da luz sofrem por coisas inúteis, tem atitudes mesquinhas, e às vezes se julgam incapazes de crescer. Frequentemente acreditam-se indignos de qualquer benção ou milagre. Os guerreiros da luz nem sempre têm certeza do que estão fazendo aqui. Muitas vezes passam noites em claro, achando que suas vidas não têm sentido. Por isso são guerreiros da luz. Porque erram. Porque se perguntam. Porque procuram uma razão – e com certeza vão encontrá-la.

Um guerreiro da Luz nota que certos momentos se repetem.
Com frequência se vê diante dos mesmos problemas e situações que já havia enfrentado. Então fica deprimido. Começa a pensar que é incapaz de progredir na vida, já que os momentos difíceis estão de volta. “Já passei por isso”, ele reclama com seu coração. “Realmente, você já passou”, responde o coração. “Mas nunca ultrapassou”. O guerreiro então compreende que as experiências repetidas têm uma única finalidade: ensinar-lhe o que ainda não aprendeu. Ele passa a procurar uma solução diferente para cada luta repetida – até que encontra a maneira de vencê-la.

O guerreiro da luz raramente sabe o resultado de uma batalha quando esta acaba. O movimento da luta gerou muita energia a sua volta, e existe um momento onde tanto a vitória como a derrota ainda são possíveis. O tempo irá dizer quem venceu ou perdeu; mas ele sabe que, a partir daquele momento, não pode fazer mais nada: o destino daquela luta esta nas mãos de Deus. Nestes momentos o guerreiro da luz não fica preocupado com os resultados. Examina seu coração e pergunta: “COMBATI O BOM COMBATE?” Se a resposta é positiva, ele descansa. Se a resposta é negativa, ele pega a sua espada e começa a treinar de novo.”

“O guerreiro da luz conhece uma velha expressão popular : ‘Se arrependimento matasse … ‘
E sabe que arrependimento mata; vai lentamente corroendo a alma de quem fez algo errado, e leva à autodestruição. O guerreiro não quer morrer desta maneira. Quando age com perversidade ou maldade – porque é um homem cheio de defeitos – ele não tem vergonha de pedir perdão. Se ainda é possível, usa seus esforços para reparar o mal que fez.

Um guerreiro da luz não se arrepende, porque arrependimento mata.
Ele humilha-se, e conserta o mal que causo.

O guerreiro da luz medita.
Senta-se em um lugar tranquilo da sua tenda, e entrega-se à luz divina. Ao fazer isto, procura não pensar em nada; desliga-se da busca de prazeres, dos desafios e das revelações- e deixa que seus dons e poderes se manifestem. Mesmo que não os perceba na mesma hora, estes dons e poderes estão tomando conta de sua vida, e vão influir no seu cotidiano. Enquanto medita, o guerreiro não é ele, mas uma centelha da alma do mundo. São estes momentos que lhe permitem entender sua responsabilidade, e agir de acordo com ela.

Um guerreiro da luz sabe que- no silêncio do seu coração, existe uma ordem que o orienta.
“É curioso… Comenta o guerreiro da luz: “Encontrei tanta gente que – na primeira oportunidade tenta mostrar o pior de si. Esconde a força interior através da agressividade; disfarça o medo da solidão com o ar da independência. Não acredita na própria capacidade, mas vive pregando aos quatro ventos suas virtudes. O guerreiro da luz lê esta mensagem em muitos homens e mulheres que conhece. Nunca se deixa enganar pelas aparências e faz questão de permanecer em silêncio quando tentam impressioná-lo. Mas usa a ocasião para corrigir suas próprias falhas – já que as pessoas são sempre um bom espelho.

Um guerreiro aproveita toda e qualquer oportunidade para ensinar a si mesmo.
Caminhos e escolhas Todos os caminhos do mundo levam ao coração do guerreiro; ele mergulha sem hesitar no rio de paixões que sempre corre em sua vida. O guerreiro sabe que é livre para escolher o que desejar; suas decisões são tomadas com coragem, desprendimento, e – as vezes – com certa dose de loucura. Aceita suas paixões e as desfruta intensamente. Sabe que não é preciso renunciar ao entusiasmo das conquistas; elas fazem parte da vida e alegra a todos que delas participam. Mas jamais perde de vista as coisas duradouras, e os laços criados com solidez através do tempo.

Um guerreiro sabe distinguir o que é passageiro, e o que é definitivo.

O treinamento e o combate:
Um guerreiro da luz não conta apenas com as suas forças; usa também a energia do seu adversário. Ao iniciar o combate, tudo que ele possui é o seu entusiasmo, e os golpes que aprendeu enquanto treinava; à medida que a luta avança, descobre que o entusiasmo e o treinamento não são suficientes para vencer: é preciso experiência. Então ele abre seu coração para o Universo, e pede a Deus para inspira-lo, de modo que cada golpe do inimigo seja também uma lição de defesa para ele. Os companheiros comentam: “como é supersticioso. Parou a luta para rezar, e respeita os truques do adversário”. O guerreiro não responde a estas provocações. Sabe que, sem inspiração e experiência, não ha treinamento que de resultado. ”

A estratégia:
O guerreiro da luz jamais trapaceia; mas sabe distrair seu adversário. Por mais ansioso que esteja, joga com os recursos da estratégia para atingir seu objetivo. Quando percebe que esta no fim de suas forças, faz com que o inimigo pense que não tem pressa. Quando precisa atacar o lado direito, move suas tropas para o esquerdo. Se pretende iniciar a luta imediatamente, finge que esta com sono e prepara-se para dormir. Os amigos comentam: “veja como perdeu seu entusiasmo”. Mas ele não dá importância aos comentários, porque os amigos não conhecem suas táticas de combate.
Um guerreiro da luz sabe o que quer.
Ele não precisa ficar explicando.

O guerreiro da luz está sempre vigilante.
Não pede permissão aos outros para segurar sua espada; simplesmente a toma em suas mãos. Tampouco perde tempo explicando seus gestos; fiel às determinações de Deus, ele responde pelo que faz. Olha para os lados e identifica seus amigos. Olha para trás e identifica seus adversários. É implacável com a traição, mas não se vinga; apenas afasta os inimigos de sua vida, sem lutar com eles além do tempo necessário.
Um guerreiro não tenta parecer, ele é.

Existem dois tipos de prece…
O primeiro tipo é aquele onde se pede que determinadas coisas aconteçam, tentando dizer a Deus o que Ele deve fazer. Não se dá tempo, nem espaço para o Criador atuar. Deus – que sabe muito bem o que é melhor para cada um – vai continuar agindo com Lhe convém. E aquele que reza fica com a sensação de que não foi ouvido.

O segundo tipo de prece é aquele em que, mesmo sem compreender o caminhos do Alto, o homem deixa que se cumpram em sua vida os desígnios do Criador. Pede para ser poupado do sofrimento, pede alegria no Bom Combate, mas não esquece de dizer em nenhum momento: “Seja feita a Vossa vontade”. O guerreiro da luz reza desta segunda maneira.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Lei Universal


Por Pandumiel Tunmarë
Nós seguimos naturalmente algumas "regras" que tornam a convivência em grupo possível garantindo nossa existência.

No entanto existe uma única regra 'A Lei' que rege nossa vida terrena, tão simples e tão completa que engloba todas as outras regras. Está lei continua sendo desrespeitada, na maioria das vezes por ser tão simples, seja ignorada pelo egocentrismo característico de nossa sociedade atual.

Durante muito tempo, a população vem dando sua contribuição para o progresso e melhoria de qualidade de vida, avanços na tecnologia nos trazem ao início de 2012 e do século XXI com medicina avançada, cidades inteligentes, produtos inteligentes, contato direto com qualquer parte do mundo ao vivo, transporte veloz e seguro, etc, etc.

Mas existe sempre o contraponto, onde toda a facilidade implica em uma dificuldade ou, neste caso em específico, o desejo de liberdade gerando escravidão, somos hoje escravos desse progresso e nos desligamos do real sentido da vida, que é viver.

Colocando em prática a Lei Hermética da Polaridade que explica isso melhor:

"Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto.

O igual e o desigual são a mesma coisa.

Os extremos se tocam.

Todas as verdades são meias-verdades.

Todos os paradoxos podem ser reconciliados"

Involuímos, pois nos desligamos de nós mesmos para viver no mundo material, esquecendo do espiritual.

Não nos importamos mais conosco e com as pessoas que vivem ao nosso lado, continuamos na busca frenética de melhorias e facilidades sem limites, tão sem limites que desprezamos nossa própria liberdade e entregamos nosso tempo livre, tempo com a família e com amigos por esta causa, desregulamos e desprezamos aquilo que garante nossa Humanidade.

Vi este agrupamento d'A Lei', ou Regra Áurea, de 11 diferentes culturas ao redor do mundo e tomei a liberdade de adicionar 2 mais.

Regra Áurea segundo 13 linhas religiosas do mundo.

- Cristianismo
“...Tudo o que você gostaria que os outros fizessem a você, faça igual a eles...”
P.S: "Ame ao próximo como a si mesmo"

- Confucionismo
“Não faça aos outros o que você não quer que façam a você”.

- Budismo
“Não prejudique outros com o que lhe machucaria”.

- Hinduísmo
“Este é o resumo do dever: não faça aos outros o que causaria dor se feito a você”.

- Islamismo
“Ninguém é um adepto até desejar para seu irmão o que deseja para si mesmo”.

- Sikismo
“Não crie inimizade com ninguém, pois Deus está em todos”.

- Jainismo
“Na felicidade e no sofrimento, na alegria e na dor, devemos prezar todas as criaturas como prezamos a nós mesmos”.

- Zoroastrismo
“Esta natureza é boa apenas quando não fizer a outro nada que não seja bom para si próprio”.

- Índios americanos
“Tenha respeito pois toda vida é a base”.

- Baha’í
“Abençoado quem prefere seu irmão antes de si mesmo”.

- Judaísmo
“O que é repulsivo a você, não faça a seu semelhante. Esta é a lei – todo o resto é comentário.”

- Bruxaria
"Tudo é permitido, contanto que não faça mal a você nem a mais ninguém"

- Hermetismo
"Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei"

Nossa história, o curso que ela tomou explica o comportamento atual da sociedade e a frieza com que tratamos o nosso ser.

Vale a reflexão para que percebamos o quão ignorada esta lei é, desprezada pela globalização, que levou todos a um senso comum e portanto, a um problema comum...


sábado, 26 de maio de 2012

Como Entrar para uma Universidade Pode Destruir uma Relação


Já vi isso acontecer não foi uma nem duas vezes enquanto estava na faculdade. É necessário uma relação muito forte e estável para suportar as mudanças que entrar para a universidade causa na cabeça de uma pessoa. Geralmente não resistem, mas há exceções...

***

Maior liberdade – Quando vamos para a universidade é normal que aumente a nossa liberdade porque na maior parte dos casos saímos da casa dos pais e passamos a morar sozinhos. Esta maior liberdade que não tínhamos anteriormente pode causar o fim de uma relação, porque a liberdade implica responsabilidade que muitas pessoas não sabem muito bem o que é.

Conhecer pessoas novas - Na universidade é normal que conheça muita gente nova de diferentes idades e de localizações diferentes, com modos de pensar diferentes. Se estiver numa relação pouco consolidada é normal que novas pessoas lhe possam despertar interesse, sobretudo se não viver um amor incondicional. Lembrem-se dos jantares que irão ter, de todos os convívios e tudo mais! Oportunidades para conhecer novas pessoas não vão faltar e quem sabe uma dessas mesmas pessoas possa mudar o rumo da sua vida ou neste caso o rumo do seu coração.

Menos contato – Com a ida para a universidade e falando no caso particular de trocarem de local de residência é normal que os casais se separem fisicamente e consequentemente acabem por passar menos tempo juntos e mais tempo afastados. A relação dita normal torna-se numa relação à distância com todos os inconvenientes que isso possa causar. A distância pode servir para aumentar a saudade e o desejo, mas pode também ter o efeito contrário e causar o afastamento do casal.

Mudança de hábitos – Com o afastamento do casal, com uma maior liberdade e com o facto de manterem menos contato irá ocorrer necessariamente uma mudança de hábitos. Essa mudança de hábitos pode levar a pessoa a experimentar novas coisas e a procurar novas experiências que não tinha com a antiga parceira ou parceiro. Com a entrada da universidade supostamente também ganhamos maior maturidade e essa mesma maturidade pode servir para vermos as coisas de outra forma e talvez pensarmos que a pessoa com quem estamos não é o que realmente queremos para o nosso futuro.

Novas perspetivas de futuro – Estudar para um dia ter um curso, mudar de hábitos, outra liberdade e todos os pontos que foquei irão trazer novas perspetivas de futuro que muitas vezes podem não incluir a pessoa com quem estamos atualmente. Muitas vezes pensamos em ir trabalhar para um lugar completamente diferente da outra pessoa e muitas vezes temos de escolher entre a nossa relação ou o nosso futuro e essa escolha nem sempre é fácil.

Retirado de: http://sentimentocalmo.com/universidade-pode-destruir-relacao

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Enxergue o Presente


Viver no passado ou no futuro é não viver...
Estar consciente do aqui e agora é o único meio de enxergar a felicidade...
As pessoas não se sentem felizes, exatamente por não colocar a felicidade onde estão...
No futuro ou no passado não tem como você estar...
Você vive no aqui e agora...
Se quiser ser feliz é bom isso enxergar..
Solte-se para a vida, entregue seu coração...
Não segure seu amor...
É melhor aprender a amar e se doar do que passar a vida a sofrer, por não ter ousado se entregar, sem às expectativas se apegar...
Isso passa a te oprimir e não deixa a felicidade te encontrar...
Viver na perseguição daquilo que virá é não viver...
Aquele que presta atenção apenas em suas previsões, seus desejos, não está sentindo a vida...
Está passando pelas situações sem perceber...
Quando se der conta, sua vida está no fim e então perceberá que ele apenas buscou a vida, mas de fato nunca viveu...
O amor mais verdadeiro é aquele que a pessoa deixa a pessoa amada livre, confiando que se ela corresponder a seu amor, nunca vai fugir de você...
Quanto mais livre você a deixar mais ela vai dar valor em você, pois ela sente a confiança que você tem em si e a que deposita nela...
(Jandira Moraes)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sobre Pessoas e Estrelas

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas.
Para uns, que viajam, as estrelas são guias.
Para outros, elas não passam de pequenas luzes.
Para outros, os sábios, são problemas.
Para o meu negociante, eram ouro.
Mas todas essas estrelas se calam.
Tu porém, terás estrelas como ninguém...
Quero dizer: quando olhares o céu de noite,
(porque habitarei uma delas e estarei rindo),
então será como se todas as estrelas te rissem!
E tu terás estrelas que sabem sorrir!
Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido.
Tu serás sempre meu amigo
(basta olhar para o céu e estarei lá).
Terás vontade de rir comigo.
E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto...
e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu.
Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
(Antoine de Saint-Exupéry)


Retirado de: http://www.paralerepensar.com.br/exupery.htm

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Oração de Gandhi

Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos fracos.

Se me dás fortuna, não me tires a razão. Se me dás o sucesso, não me tires a humildade.

Se me dás humildade, não me tires a dignidade.

Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda, não me deixes acusar o outro por traição aos demais, apenas por não pensar igual a mim.

Ensina-me a amar aos outros como a mim mesmo.

Não deixes que me torne orgulhoso se triunfo, nem cair em desespero se fracasso.

Mas recorda-me que o fracasso é a experiência que precede ao triunfo.

Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.

Se não me deres o êxito, dá-me forças para aprender com o fracasso.

Se eu ofender ás pessoas, dá-me coragem para desculpar-me e se as pessoas me ofenderem, dá-me grandeza para perdoá-las.

Senhor, se eu me esquecer de ti, nunca te esqueças de mim.

(Mahatma Gandhi)

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Sábio e o Escorpião



Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou.

Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando de novo.

O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou.

Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:

- Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas às vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O mestre respondeu:

- A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.

Então, com a ajuda de uma folha o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida.

Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções.

Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação.

Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.

E o que os outros pensam, não é problema nosso... É problema deles.

(Autor desconhecido)


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Coisas Antigas... Instituto Universal Brasileiro

Esses encartes vinham em quase todas os gibis que eu lia. Com certeza devem ter sido uma grande mão na roda para quem não tinha condições de estudar numa turma presencial. Foi o precursor do ensino à distância. Eu mesmo sou o feliz possuidor de um diploma  emitido por eles no curso de "Desenho à Mão Livre" por correspondência...

***

O Instituto Universal Brasileiro foi fundado em 1941 e é um dos pioneiros no ensino à distância no Brasil, como o tempo veio a se tornar a maior escola do gênero no país. Foi muito utilizado para quem não teve oportunidade de concluir os estudos... ou, ainda, para quem não tinha tempo para fazer um curso profissionalizante.
Muita gente se beneficiou... realmente, era um curso eficiente, para as mais diversas profissões. Principalmente, para as mulheres, que tinham as opções de coste e costura, bordado, entre outros.



Mais informações sobre os cursos no site : http://www.institutouniversal.com.br/



domingo, 20 de maio de 2012

Coisas Antigas... Como se Tornar um Mestre Kung Fu

A primeira vez que fui ao cinema foi para ver "Os Dez Mandamentos", um daqueles filmes antigos em que não aparecia o rosto de cristo (sempre dos ombros para baixo ou de costas) no já falecido conjunto de cinemas de rua que havia em Madureira (chamado à propósito Madureira I e II e que hoje é um shopping). Era uma criança e fiquei maravilhado à época com a enormidade das instalações, da tela e a maciez das poltronas vermelhas acolchoadas. Fui levado por uma vizinha que tinha boas  condições financeiras e podia se dar ao luxo de pagar minha entrada e de meus irmãos para um local tão caro para nós naquela época. Ao longo da minha vida adolescente e adulta eu frequentei mais cinema do que teatro. Um dos favoritos era um cinema na baixada apelidado por mim e meus colegas usando uma gíria mezzo pejorativa, mezzo carinhosa: o "poeirinha". Era um cinema antigo com uma entrada barata (e que também não existe mais) e com cadeiras dobráveis de madeira nua envernizada, que ficava num bairro muito próximo do meu. Era nele, quando criança, que minha mãe levava a mim e a meus irmãos sempre para ver os filmes dos Trapalhões (o primeiro foi "O Trapalhão na Ilha do Tesouro" e não tinha ainda Mussum e Zacaria, só Didi e Dedé num tempo em que ainda eram engraçados...). Mesmo depois de crescido, eu sozinho ou com meus amigos adolescentes, continuamos frequentando nosso querido "poeirinha", embora quando algum blockbuster assomava no Brasil fazíamos uma "caravana" e assistíamos o filme em grupo várias vezes, como aconteceu com "O Exterminador do Futuro" e Rocky IV (sobre esse filme, envergonhado, devo dizer que, sim, eu aplaudi a derrota do soviético no final. Mas eu não estava sozinho! Além disso, mal sabia eu dos meandros da política internacional...)  Antigamente, para quem não sabe, a entrada era única e não por sessão como é hoje, assim, podia-se entrar na primeira e assistir quantas vezes quisesse o mesmo filme. Isso era ótimo para namorar. Teve vezes que só fui entender o que se passava na tela depois da terceira sessão, em outras eu só entendi o filme juntando as partes esparsas que apreendi entre um amasso e outro; alguns eu não sei como é a história até hoje. O que atraía a mim e a meus amigos ao "poeirinha", além do valor da entrada, era a sessão dupla sempre fora dos horários de matinê reservados para os filmes infantis como os que eu via com minha mãe. Na sessão dupla das tardes-noites sempre, invariavelmente, havia um filme "adulto" que podia uma pornochanchada nacional com um nome sugestivo como "Senta no meu que eu entro na tua..." ou um pornô mesmo, quase sempre importado, junto com um filme de artes marciais made in Hong Kong com homens saltando altíssimo, voando etc. que passava antes ou depois. A Arte Marcial, principalmente a chinesa, sempre me fascinou. Eu adoro e assisto até hoje os filmes de Bruce Lee, Jackie Chan, Jet Li  ou mesmo aqueles com atores que eu não conheço. Na Globo certa época eles passaram após a novela das dez uma "Sessão Kung Fu", talvez embalados pelo sucesso da série homônima com o David Caradine. Alguns amigos que já praticavam alguma luta nas escassas e caras academias existentes então, diziam que no dia seguinte à exibição dos filmes as academias enchiam-se de neófitos e iam esvaziando à medida que ficava claro o caminho árduo que se devia trilhar para alcançar a plasticidade dos movimentos vistos na telinha ou na telona. O post de hoje é sobre a recordação de uma "alternativa" para se aprender uma Arte Marcial nos idos dos anos 80. Ela oferece a panaceia de uma "Arte Secreta da China" e vinha sempre encartada nas HQs que eu lia regularmente. Como Nerd assumido que fui (e sou) às vezes era assediado por garotos mais fortes e descolados que eu. Para mim uma das soluções era aprender a lutar como eu via nos filmes; entretanto, eu não tinha dinheiro para frequentar uma academia (e se tivesse não havia onde), nem para dar os 800 cruzados que me  possibilitaria o acesso ao "Curso Completo de Kung Fu"que era oferecido nas últimas páginas das revistas. A solução que encontrei foi me tornar autodidata com o que eu podia conseguir e ter à mão; comprei uns livros num sebo e ficava treinando com volumes variados de "qualquer coisa sem mestre": Judô, Caratê, Kung Fu... Devo dizer que aprendi um truque ou dois, embora raramente meus dotes marciais tenham sidos colocados à prova. Preferia contornar os conflitos com bom humor ou simplesmente correr mesmo, na esperança de que meu adversário fosse mais lento do que eu.  


***

No final dos anos 80 uma propaganda curiosa apareceu em praticamente todas as revistas. Tratava-se de um livro que ensinaria a qualquer pessoa a arte do KUNG FU (ênfase nas maiúsculas: não é Kung Fu, é KUNG FU!)
Claro que toda propaganda exagera, mas essa chutava o balde: o livro o tornaria capaz de derrotar “dois, três ou até mesmo quatro experts em Judô ou Karatê, lutadores profissionais ou boxeadores (…) mesmo que você seja atacado sentado ou deitado, mesmo REPOUSANDO e ADORMECIDO e COMPLETAMENTE INDEFESO”.

Tem mais: o livro teria sido impresso clandestinamente, mostrando o suposto autor protegido por uma máscara – já que, se ele fosse descoberto, “seus condiscípulos chineses Kung Fu o puniriam impiedosamente por ter revelado as técnicas invencíveis sobre as quais ele prometeu manter segredo, sob juramento.”

Recentemente encontrei esta peça publicitária em um gibi antigo (para ser preciso, na revista Capitão América no. 94, da Editora Abril de 20/03/1987), e meu primeiro impulso foi digitalizá-la – você pode baixar a propaganda em PDF (780KB) aqui.

Também ia citar algumas das pérolas mais hilárias, mas sua abundância (e a qualidade sofrível da digitalização de papel-jornal impresso há 20 anos atrás) me levou a transcrever o texto todo. Agradeça por eu não ter, aos doze anos, os 93,90 cruzados (que, em moeda de hoje, dariam uns R$ 40, usando uma regra de três com o preço de capa do gibi e um equivalente atual) – ou eu teria comprado o livro e me tornado o valentão da rua, ao invés do nerd que perde tempo escavando essas bobagens.

UPDATE: Essa pérola não foi criada no Brasil. É uma tradução do original americano, de acordo com o Comic Book Martial Arts Ads. Vivendo e aprendendo.


TRANSCRIÇÃO DO ANÚNCIO:
Eu faço de você um mestre do KUNG FU CHINÊS
…o método oriental para COLOCAR FORA DE COMBATE INSTANTANEAMENTE, sem CORPO a CORPO.
O verdadeiro Kung Fu é tão secreto que só foi transmitido na China de pai para filho, devido ao seu FULGURANTE poder de paralisar o adversário e deixá-lo imediatamente inofensivo! Hoje estes extraordinários segredos de auto-defesa, que não requerem NEM FORÇA FÍSICA, NEM TREINAMENTOS ESPECIAIS são agora revelados em português por um mestre de KUNG-FU, que OUSA ensiná-los a você apesar dos seus riscos e perigos!

QUEM É ESTE HOMEM?
Por trás desta máscara esconde-se o honorável mestre “Kung Fu”. Naturalmente, este não é seu nome verdadeiro. Se você fosse adepto do Kung Fu e, se nós pudéssemos divulgá-lo, você reconheceria seu nome verdadeiro imediatamente. Mas, isto nos é impossível, pois seus condiscípulos chineses Kung Fu o puniriam impiedosamente por ter revelado as técnicas invencíveis sobre as quais ele prometeu manter segredo, sob juramento.

O que é o “KUNG FU”

O Kung Fu é o método de ataque e defesa mais FULGURANTE descoberto até agora. Mesmo um expert em Karatê ou Judô trem e com a idéia de ter que se defrontar com um mestre de Kung Fu, pois ele sabe quem será o vencedor! Somente com as noções básicas do KUNG FU que você aprende facilmente em sua própria casa, graças a este curso inteiramente ilustrado, você já pode triunfar sobre qualquer “mastodonte” e ganhar de dois, três ou até mesmo quatro experts em Judô ou Karatê, lutadores profissionais ou boxeadores!

Assim ao receber o curso de KUNG FU pelo correio, abra-o na página 37 e examine as instruções, bem fáceis de serem entendidas.

Veja num instante apenas, como é fácil evitar o ataque do mais perigoso dos adversários com um simples golpe PARALISANTE dado no peito – manobra que você será capaz de executar depois de ter praticado por alguns minutos! Veja duas páginas adiante como evitar uma gravata dupla (stranglehold) enviando seu adversário ao solo!

Proteja aos seus amigos e a você mesmo.

Mais de 150 ilustrações, representado o movimento em câmera lenta, permitem a seu mestre instrutor de KUNG FU de guiá-lo passo a passo e de explicar, numa linguagem corrente, simples, clara e fácil de compreender, como utilizar as técnicas secretas do KUNG FU a fim de torná-lo praticamente INVULNERÁVEL. Você aprenderá a derrotar um pequeno grupo de agressores armados mesmo estando preso ao solo sem poder se mexer. Você não pagará nada, se você não for capaz de desarmar um dos adversários, de atirar longe o segundo, de enviar a cabeça de um terceiro ao solo. Tudo isso num passe de KUNG FU, em uma fração de segundos, que deixará seus agressores paralisados de medo.

Não tenha medo NUNCA MAIS!

Escrito em Hong Kong, no maior sigilo, esse curso prodigioso foi enviado clandestinamente ao Havaí, onde foi impresso longe dos olhares de curiosos, mais tarde, foi enviado aos Estados Unidos e está agora no Brasil. A tiragem estritamente limitada está reservada somente para pessoas que consentirem em utilizar os métodos KUNG FU UNICAMENTE COMO MEIO DE DEFESA!

Torne-se um novo Homem!

Hoje em dia as ruas já não são mais seguras. O número de assaltos e de crimes aumenta diariamente. Não fique mais indefeso, nem ridicularizado e humilhado por seus amigos. Proteja sua família, proteja sua companheira de um malfeitor. Com KUNG FU você poderá tirar partido o poder oculto que está em você para dominar qualquer situação. Você rirá ao ver tremer os brutamontes assim como os criminosos; você andará pelas ruas com uma sensação de serenidade conferida pelo seu poder quase absoluto! E você fará tudo isso sem suar e nem mesmo desmanchar o friso de sua calça. Isto porque o famoso KUNG FU não requer praticamente NENHUM contato ou esforço físico.. quase NENHUMA participação do corpo ou das mãos! E, entretanto, o KUNG FU revela-se paralisante, funesto, invencível para o desafortunado agressor, seja ele quem for, que tiver a audácia de ameaçá-lo com qualquer outra técnica: boxe, luta livre, judô ou karatê.

Com a segurança que o KUNG FU lhe dá, você pode perambular pelos quarteirões mais sinistros e desertos com a certeza que NADA pode amedrontá-lo… que você pode derrotar QUALQUER homem, QUALQUER arma, QUALQUER situação! Seus amigos e parentes ficarão espantados com o seu novo poder.

Não é preciso comprar mais nada!

KUNG FU é um método completo. Não é preciso comprar mais nada – nunca!

Não há necessidade de treinar com um manequim. Não há necessidade de aparelhos, a partir do momento que você receber KUNG FU, você poderá jogar fora todos os outros cursos de auto-defesa que possui, pois NENHUM DELES pode se comparar ao KUNG FU! KUNG FU é eficaz, mesmo que você seja atacado sentado ou deitado, mesmo REPOUSANDO e ADORMECIDO e COMPLETAMENTE INDEFESO!

A princípio foi resolvido oferecer-se o curso completo de KUNG FU por Cz$ 800,00 – uma oportunidade EXCEPCIONAL a este preço. Entretanto, para colocá-lo ao alcance dos bons cidadãos que desejam empregar estas manobras para sua própria defesa, e, para ajudar na luta contra a criminalidade sempre crescente, KUNG FU é agora disponível ao preço extraordinariamente baixo de Cz$ 93,98, somente. Se você e seus amigos não reconhecerem que KUNG FU é capaz de fazer de você um novo HOMEM, cada centavo desta quantia será imediatamente devolvido, sem que nenhuma pergunta lhe seja feita!

Retirado e adaptado de:http://chester.blog.br/archives/2007/03/eu_faco_de_voce_1.html

sábado, 19 de maio de 2012

A Dificuldade de Escrever Quadrinhos no Brasil

Desde que me entendo por gente, gosto de histórias em quadrinhos. Aprendi a ler por causa delas aos quatro anos de idade.  Lembro-me de ficar vendo os quadradinhos sem entender o que falavam e ficava inventando diálogos para as cenas que via no papel. De tanto incomodar minha mãe ela resolveu me ensinar as primeiras letras, assim eu a deixava em paz com as perguntas incômodas que eu fazia ao ver coisas escritas em todos os lugares e acima de tudo nas páginas dos quadrinhos usados que ela comprava para me presentear (a meu pedido) no meu aniversário. Meus irmãos pediam carrinhos e outros brinquedos, mas eu preferia que ela usasse o dinheiro que destinaria a comprar um presente e comprasse toda quantia em gibis usados para mim (por que eram mais baratos do que os de banca). Cresci e infelizmente apesar do meu gostar não adquiri o dom do desenho. Sou um copista razoável, mas não passo muito daí. Ainda gostava de quadrinhos e resolvi criar personagens para esse veículo; criei tantos que hoje tenho um "universo" próprio com mais de 250 personagens (análogo, mas não tão grandioso como a Marvel e DC Comics). Para sanar minha incapacidade com lápis e borracha eu escrevia roteiros e fichas de personagens (e isso muito antes de inventarem o RPG...) Tentei ao longo dos anos me aproximar de desenhistas que pudessem dar uma imagem para as ideias e plots de personagens e invariavelmente fui mal sucedido: os amigos sempre tinham projetos próprios e os demais cobravam uma quantia definitivamente exorbitante por página desenhada para um nerd pobre do subúrbio como eu. Acho que eles queriam um retorno ao investimento do curso que faziam (sempre pagos) e não se contentavam com minha oferta de 50% dos lucros obtidos com a comercialização das "nossas" histórias. Sonhos jovens de quem oferece algo que só existe dentro da cabeça dele. (Hoje já existem sites que permitem um analfabeto funcional em desenho como eu fazer os croquis de seus personagens como o Fábrica de Heróis  e o Hero Machine). Uma época, já mais velho, resolvi juntar minhas fichas e procurar um "patrocinador" (inspirado pela história de Leonardo DaVinci com os Sforza - não ria por favor...). Procurei editoras que me recebessem e só consegui com a antiga EBAL.  Peguei meus roteiros e fichas de heróis e fui ao belo prédio (hoje dilapidado) da editora. Fui muito bem recebido por um dos Aizen (não me lembro qual, mas acho que era um dos diretores, vejam só...) que me ouviu pacientemente elogiou minhas ideias e personagens, mas me deu uma resposta que seria padrão para todas as vezes que eu tentei ser "descoberto" e viver de minha pena, seja com livros ou quadrinhos: "Nós não estamos investindo em autores novos". Bem, eu pensava, ou isso é uma desculpa elegante por eu não o sobrenome "correto" e vir do subúrbio sem ninguém influente para me indicar ou meus trabalhos não eram tão bons assim (vou morrer com essa dúvida cruel). O senhor Aizen, muito gentil, descartou meu universo de personagens e falou para eu mandar alguns roteiros que seriam avaliados pela sua equipe, que então entrariam em contato comigo, no maior estilo "não nos procure, nós encontraremos você". Não mandei. Primeiro por que não me interessava na época escrever para personagens de outros, segundo por que eu sabia que não escreveria somente para quadrinhos, uma vez que não existe um espaço para o que eu era e ainda sou entre outras coisas: roteirista de quadrinhos. No Brasil há uma cultura do "faz-tudo" na produção de quadrinhos  onde o desenhista acumula as funções de argumentista e roteirista quando, por ser uma arte "industrial" os melhores trabalhos são feitos por uma equipe. Essa, para mim é a causa das histórias nacionais terem tramas quase sempre fracas (com honrosas exceções, é claro). Os desenhistas brasileiros de HQs estão entre os melhores  do mundo, mas como não temos a mesma oferta de roteiristas... Nesse ponto eu (finalmente) entro no tópico do post de hoje: Uma reflexão do Gabriel Bá, um dos mais premiados desenhistas da atualidade que levanta esssa questão tão pertinente e que realmente é uma pena. Quantas boas histórias e personagens não estão perdidas por que não há espaço para elas?  


Um olhar sobre roteiristas.
Por Gabriel Bá
O público em geral, o que engloba aí os clientes, as editoras que não publicam quadrinhos, qualquer coisa do tipo, na maioria das vezes não faz idéia de como se faz quadrinhos. Não sabe nem por onde começar. E nem saberá julgar se o trabalho ficou bom ou não, se o "profissional" entende de quadrinhos ou não. Pra maioria dos leitores, o que importa é se gostaram da história ou não.

O público em geral só conhece o que os atinge, o que vira notícia. Publicou uma HQ, saiu matéria no jornal? Uma agência te procura pra fazer algo "tipo Quadrinhos". Ganhou um prêmio, saiu matéria no jornal ou no Metrópolis? Uma editora X te escreve falando de um projeto de começar a fazer Quadrinhos. Tem um link na página principal do UOL? Um monte de gente te escreve falando que adora seu trabalho, perguntam como fazer pra ser um Quadrinhista, mas nunca leram um livro seu.

Quando um filme faz sucesso, quem fica em destaque mais é o diretor ou os atores. Quem escreveu Central do Brasil? Cidade de Deus? Dois Filhos de Francisco?

Nos Quadrinhos nacionais, estamos mais acostumados com autores que escrevem e desenham, fazem tudo. Muita gente pensa que os Quadrinhistas todos fazem de tudo, que não existe divisão de tarefas, que não existe só roteirista. As pessoas acham que fazer Quadrinhos é desenhar bem, criar personagens. E muitos Quadrinhistas pensam isso também. Não pensam em estrutura, forma, fluxo da narrativa. Não pensam em camadas de significado, não pensam em estilos. Acham que é só colocar uma gíria que já são coloquiais e modernos, que sabem captar os detalhes da sua época. Ou, na grande maioria, nem pensam nisso.

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Gabriel Bá é um quadrinista brasileiro, nascido no estado de São Paulo, sendo um dos mais premiados quadrinistas brasileiros da atualidade. Junto com seu irmão gêmeo Fábio Moon, já publicou trabalhos nos EUA, Itália e Espanha. Foram os primeiros brasileiros a ganharem o Prêmio Eisner de quadrinhos.


Texto retirado de: