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terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Verdade Inconveniente Sobre o Jogo de Xadrez

Eu gosto do Jogo de xadrez. Não de jogar. Aliás não sou muito chegado a jogos de tabuleiro. Nunca fui. Talvez por que não cresci muito "sociável", preferindo "nerdísticamente" meus livros à companhia humana (mas isso só foi até a adolescência, quando meus hormônios literalmente me empurraram para o mundo). Porém, sempre gostei da filosofia do chamado "Jogo dos Reis" e devo dizer que já me penitenciei por não saber jogá-lo (saber mexer as peças no tabuleiro não é jogar...), apesar de meus amigos insistirem sempre em que deveria aprimorar meus conhecimentos. Bom... isso foi até que li em algum lugar uma pesquisa que afirmava categoricamente que jogar xadrez era importante na vida por que te dava um excelente aprendizado para: jogar xadrez!  Nada indica conclusivamente que esse jogo pode afetar ou alterar a inteligência de alguém para melhor e a personalidade de alguns expoentes no jogo parecem justamente mostrar o contrário... Ainda assim eu respeito e gosto do jogo e gosto de ver pessoas jogando, a prova disso é que já coloquei aqui  posts sobre o assunto. O texto abaixo versa sobre isso também com as naturais falhas e exageros de sempre para gerar comicidade. É um trecho de um livro de humor muito bom que eu recomendo que leiam, seguido pela performance do autor do texto e do livro, Maurício Meireles,  no exercício de seu mister: a Stand Up Comedy num vídeo que retirei do YouTube.


***


O Xadrez
Por Mauricio Meirelles
Joguinho tranquilo, silencioso, pra pessoas inteligentes. Mas, se você analisar bem, é o jogo mais sexual do planeta. Todo mundo se come naquilo ali: o peão come o bispo, que come o cavalo, que come a rainha, que come o rei. Acho até que foi criado para dar chance a um nerd e ele imaginar o que é uma suruba.

Se você reparar bem, tem tudo a ver com a vida real. O peão é o mais simples de todos, mas mesmo assim come o que aparecer por perto. Por isso que é conhecido como peão. Tanto é igual à realidade que, na maioria das vezes, já começa a vida comendo um cavalo. O bispo come alguns bispos de vez em quando. Até porque se fosse pra comer mais que isso, não ia ser bispo. Ia ser padre.

O rei é o típico tiozão, não come ninguém. Tá prestes a morrer, anda devagarzinho, todo molengão... Só que ele é a bichona do tabuleiro. Primeiro, porque é o único que tem certeza de que vai ser comido. Segundo, porque ele não faz nada pra fugir. Pois chega o peão do lado e em vez de correr ele dá um passinho só pro lado. Quase como uma manha, mas querendo aquilo.

Talvez isso justifique o comportamento insaciável da rainha, que não para quieta um minuto. Ela vai em cima do peão, do bispo, já sai correndo pra outro peão, corre pra encontrar o cavalo. A mulher não se aguenta. Se tiver uma parede, ela já se esfrega. Daí existir a torre.

Aliás, qual o sentido da torre? Imagino como foi o processo de criação:
- Acabaram os personagens da corte e a gente precisa de mais um. Dane-se o duque, o conde... Vamos colocar umas paredes vivas que querem comer todo mundo. É pra ninguém encostar e descansar. Atividade intensa.

Deve ser por isso que a prisão é conhecida como xadrez: você vai pra lá e é comido por todo mundo. Não importa se é numa cela com 5,6,12 ou até mesmo a solitária, que é a pior de todas. Afinal fica só você e... as paredes.

Trecho retirado do livro “E Se o Stand-Up Virasse Livro?,de Mauricio Meirelles, Ediouro, 2010. 



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