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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Felicidade Não é um Direito

Vivemos um tempo diferente da geração de nossos pais. Na época deles tudo era mais lento, mais demorado. Hoje tudo é rápido, fugaz, líquido. Em poucos segundos as notícias conseguem espalhar-se pelo mundo, causando ondas de transformações. A Revolução na Líbia foi articulada por meio de redes sociais. A notícia da morte de Michael Jackson se espalhou pelo twitter com pouco mais de 25 minutos depois de seu falecimento.

O que os jovens de hoje precisam aprender é a enfrentar a crença de que felicidade é um direito. Por mais preparada que essa geração seja para utilizar as ferramentas de tecnologia, despreza o esforço. Por mais que conheça o mundo em viagens protegidas e confortáveis, desconhece a fragilidade da vida. Com isso sofre, pois acredita que nasceu para ser feliz.

Não. Você não nasceu para ser feliz. Aceitar isso é o primeiro passo para enfrentar o sofrimento que é a vida.

Essa geração de classe média que estudou em bons colégios, que conhece outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia teve muito mais do que seus pais. Mas cresceu com a ilusão de que a vida é fácil.

Acredita que tudo já está pronto, a nossa espera em algum lugar lá fora. Basta apenas que o mundo reconheça a sua genialidade. Quantas vezes falam que o cdf da turma é inteligente porque nasceu com esse “dom”? É difícil reconhecer que o saber é cumulativo e ninguém vai passar no vestibular estudando no último ano.

Os jovens esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de sua vida tranqüila da adolescência. Foram ensinados a pensar que merecem isso. E quando não acontece – porque obviamente não merecem – sentem-se traídos. Estes que ganharam tudo sem ter de lutar desconhecem que a vida é uma construção. Para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Viver é para os insistentes.

Ter que se esforçar para conquistar algo parece ser sinônimo de fracasso. Bacana mesmo é o cara que não estuda, passa as noites de sábado na rua e foi é aprovado numa faculdade particular. Esforçar-se é, no máximo, visto como algo para filho de pobre, que não tem um pai que o sustente em sua mediocridade.

Ah, mas a vida é um ótimo agente transformador. Que alegria terá os jovens ao descobrirem que a vida não é como os adultos próximos tinham lhes prometido? Sim, assumir o curso da própria vida é para quem tem coragem. É viver com dúvidas, ter de responder pelas suas escolhas, conviver com a dor da derrota. Mas é assim que a gente cresce.

Agora, se os adultos próximos mentiram dizendo que a felicidade é um direito e que você merece tudo simplesmente por ser o cara maneiro da turma? Fazer o que. De nada vai adiantar reclamar ao descobrir que a vida é feita de infelicidade. Mas ainda assim é tudo o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela vai acabar.

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