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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Fanatismo e o Fim da Biblioteca de Alexandria

          
Depois da morte de Maomé, iniciou-se o período dos Califas Perfeitos -chamados assim porque eram familiares  ou amigos íntimos do profeta-. Estes primeiros califas eram quatro: Abu-Bakr, Omar, Otmán e Ali. O segundo deles, Omar, conquistou e islamizou a Síria, Pérsia, Palestina e Egito. No ano 644 tomou a Alexandria, na qual se encontrava a Grande Biblioteca de Ptolomeu (1) composta por milhares de lendários papiros. Ante aquele tesouro e sobre o que fazer com ele, Omar, com uma lógica pateticamente religiosa, disse:

"Não existe mais que um livro verdadeiro: o Alcorão. Se os livros dessa biblioteca contêm coisas opostas ao Alcorão, são ímpios e há que queimá-los; e se dizem o mesmo que o Alcorão, são supérfluos e há que queimá-los também."

Segundo contam as crônicas antigas, estes livros serviram para manter acesas as caldeiras dos banheiros públicos durante seis meses. De modo que devemos ter muito cuidado com a lógica ou, melhor dizendo, com o uso da lógica para justificar nossos atos.

Nota 1 - Diferente do que ainda contam alguns livros de história, a Biblioteca de Alexandria teve segmentos destruídos em diversas ocasiões: a primeira causada acidentalmente por Julio César na caça a Pompeu, a segunda teria acontecido na guerra com Zenobia na época do imperador Aureliano, a terceira foi causada pelo bispo Teófilo que decidiu atacar todos os templos pagãos no reinado de Teodósio e finalmente a expansão islâmica que acabou com o pouco que restava.

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